Marichal Pinot Noir / Chardonnay

Este sábado, escolhi para acompanhar o almoço o vinho Pinot Noir blanc de noir/ Chardonnay, safra 2011, da Bodega Marichal, no Uruguai. Ao preparar minha viagem a Montevidéu, eu já o tinha colocado na minha lista de vinhos a procurar, e o encontrei na loja Duty Free do aeroporto de Montevideo ($U270 ~ R$27,00).

Ao pesquisar previamente sobre as vinícolas do país, me agradou o fato de a Bodega Marichal ter uma lista de produtos reduzida, trabalhando com poucas castas, o que me passa a impressão de que têm foco, e com isso podem trabalhar melhor com o que têm de melhor. Além disso, me intrigaram as características do vinho. É um corte de Pinot Noir e Chardonnay, uma uva tinta, e uma branca, e apesar de ser muito comum em espumantes (em Champagne e espumantes do novo mundo), é inusitado nos vinhos ditos tranquilos (não espumantes).  É bem verdade que a descrição do vinho leva a uma interpretação equivocada, já que 'blanc des noirs' é um termo em francês que designa um vinho branco feito de uvas tintas, sendo assim, seria esperado que fosse um vinho branco, e não rosé.

A tonalidade rosé foi extraída com curta maceração a frio (6h) na Pinot Noir, mas a Chardonnay também passou por uma maceração pelicular pré-fermentativa. 70% do vinho foi fermentado e amadurecido por 3 meses em barrica. É um rosé claro, como mármore rosa. Logo ao abrir a garrafa, o primeiro aroma fez lembrar um espumante. Mas logo percebem-se aromas cítricos, de morango, e um toque resinoso como em um Chardonnay da Borgonha. É um vinho rosé mais austero, untuoso, com boa acidez, e muito aromático.

O vinho acompanhou um Thit Heo Kho: carne de porco caramelizada, à moda vietnamita. Cubos de carne de porco cozidas numa redução de molho à base de shoyu, açúcar, gengibre, caldo de peixe desidratado, alho e pimenta dedo de moça (claro!), servidos com mandioca cozida e couve crocante. A combinação ficou muito boa.