Este fim de semana, aniversário da minha mãe, passei no sítio dos meus pais. Meu pai estava com uma garrafa do vinho Crios Rosé de Malbec, do ano de 2008, e estava curioso para prová-lo.
No sábado, com alguns convidados, meus pais prepararam um churrasco. A grande maioria das pessoas era mais adepta da cerveja, mas uma das convidadas, mais apreciadora de vinhos, me deu a desculpa que eu precisava para abrir o Crios.
O nome do vinho, Rosé de Malbec, dá a impressão de um estilo de vinho diferente, como se rosés de Malbec não fossem da mesma categoria dos outros rosés. E este talvez não seja mesmo. A cor, muito intensa, me lembrou o Tavel, outro rosé 'quase tinto'.
Na realidade, existe uma categoria de vinhos que seria de 'quase tintos'. Chama-se clarete - um termo não oficial, pois não existe definição formal em legislação de nenhum país. O termo teria origem inglesa, e era usado para se referir aos vinhos tintos de Bordeaux, que até o século XVII tinham coloração muito menos intensa que hoje em dia. Ainda hoje, há vinhos de Bordeaux denominados Clairets, que passam por uma maceração de 24 a 48 horas, ou seja, mais tempo que os rosés, e muito menos tempo que os tintos atuais. Na minha visão, este Rosé de Malbec está mais próximo de ser um clarete do que de um rosé.
Apesar da cor quase tinta, o aroma era definitivamente de vinho rosé, muito característico de frutas vermelhas (cereja e framboesa), sem ser enjoativo. Como era completamente seco, acompanhou bem a carne do churrasco. E sendo um rosé mais encorpado, favoreceu-o o fato de o clima estar nublado e fresco: nem frio para justificar um tinto, nem quente demais pra pedir um vinho mais refrescante.
Mesmo sendo do ano de 2008, não apresentava aromas de oxidação e ainda tinha boa intensidade aromática, o que demonstra que resiste algum tempo (mais que a maioria dos rosés). Me agradou mais que o Tavel, custando bem menos (na Wine.com.br, por exemplo, sai a R$37,00). E meu pai vai começar a ficar fã de vinhos rosés, pois se impressionou muito com este.
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