25 de dezembro de 2013

O infame Lambrusco...

O Lambrusco entra na categoria dos vinhos que têm péssima reputação entre enófilos, mas que vendem igual água. Tanto que é um dos vinhos mais exportados da Itália.

Eu apenas havia provado alguns poucos rótulos, desses que encontramos em qualquer supermercado. E devo confessar que dá para entender porque fazem sucesso. Parecem refrigerante, só que com álcool. São docinhos, pouco alcoólicos, não se sentem os taninos, e o gás ajuda a disfarçar os defeitos. Mal dava pra distinguir entre o branco e o rosé, fora a cor. Só não sei qual é o efeito no dia seguinte, após tomar uma grande quantidade.

Mas já havia lido que nem todo Lambrusco é como esses, e que há os de qualidade superior. Primeiro, li no blog Pecado de Vinho: como escolher um bom Lambrusco. E este mês, na Revista Adega saiu uma matéria sobre o assunto.

Só faltava encontrar destes Lambruscos de melhor qualidade, para poder provar. E neste final de ano, encontrei alguns exemplares na Wine.com.br. E mesmo sendo de melhor qualidade, eles não são mais caros: entre R$18 e R$22, por garrafa. Comprei dois: Porta Soprana Lambrusco di Sorbara DOC Secco e Porta Soprana Lambrusco Grasparossa Di Castelvetro DOC Amabile.

24 de dezembro de 2013

Cave Geisse Brut 2011


Eu já tinha lido diversas vezes que o chileno Mario Geisse era um dos melhores produtores de espumante do Brasil. Porém, não é fácil encontrar seus espumantes em Campinas. Para minha grata surpresa, o clube de vinho Winelands distribuiu um de seus rótulos no mês de outubro, e me permitiu finalmente provar um de seus vinhos.

O Cave Geisse Brut 2011 é um espumante safrado, feito pelo método tradicional, com 24 meses de maturação. O processo de finalização do espumante, em que as borras são retiradas, o licor de expedição é adicionado, e a garrafa é finalmente tampada com a rolha definitiva - o dégorgement - ocorreu este ano - como atesta o rótulo - e provavelmente, no segundo semestre do ano. Ele contém 8g/L de açúcar e 12,5% de álcool.

No início do mês, eu levei uma garrafa para ser apreciada em um jantar da minha confraria, onde foi muito elogiado. Mas também foi apreciado nestes dias de festas, como aperitivo. Seu aroma, que evoca das frutas secas ao mel, lhe dá uma sensação de doçura, deixando-o muito agradável. Tem cor amarelo-palha, bolhas muito pequenas e boa acidez. Espumante deveras agradável, para ser tomado jovem.

22 de dezembro de 2013

Ventrechas de pacu e Vinho Verde

Eu e Thais adoramos Vinho Verde, pois são refrescantes, e harmonizam como nenhum outro com o nosso verão. Mais ainda com o calor de Cuiabá. Nesta semana de Natal, que passamos lá, aproveitei para levar algumas garrafas. Levei na mala, duas garrafas do Cativo 2012, vinho que comprei no supermercado Pão de Açúcar. Eu já o tinha comprado por R$25,90 antes, e gostado, mas desta vez estava a R$17,90. Por isso, gostei mais ainda.


Além disso, comprei outros dois rótulos diferentes pela Wine.com.br, que programei para serem entregues diretamente em Cuiabá: Solar das Bouças Loureiro 2012, por R$32,00, e Quinta da Aveleda Vinho Verde Branco 2012, por R$39,00. O primeiro, como não conhecia, comprei apenas uma garrafa. O segundo, eu já conhecia. Sabia, portanto, o que esperar do vinho, e sabia que ele não vale os R$54,00 que estão cobrando em diversos lugares. Achei, no entanto, mais condizente o preço de R$39,00 com que estava sendo vendido na Wine.com.br.

19 de dezembro de 2013

Crémant com flocos de ouro

A Borgonha é muito mais conhecida pelos seus tintos de Pinot Noir, e brancos de Chardonnay. Mas lá também se fazem espumantes, pela Denominação de Origem Crémant de Bourgogne. São espumantes feitos pelo método tradicional, podendo-se utilizar as tradicionais variedades mencionadas acima, além da menos conhecida - mas também típica da região - Aligoté, e representam 9% do total da produção da Borgonha.

A ABS Campinas SBSomm trouxe para degustarmos os Crémants da Maison Parigot & Richard, sendo apresentados pelo proprietário e enólogo Gregory Georger. A Maison foi criada em 1917, e está na quinta geração da família, produzindo exclusivamente espumantes. Possuem 16ha de vinhedos próprios, que correspondem a 60% do total de uvas que utilizam. O restante é comprado de vizinhos, em contratos às vezes com duração de 50 anos. Eles têm produção anual de 200 mil garrafas, dos quais 80% são exportados.

Ao verificar que ele não tem os sobrenomes dos fundadores da empresa, as pessoas poderiam ser levadas a pensar que a empresa não estaria mais nas mãos da família fundadora. Eu, pelo menos, pensei. Porém, Georger é descendente direto de Emile Parigot, e de Gaston Richard (genro de Parigot), que deram os nomes da empresa. Só que essa descendência veio pelo lado da mãe, mas como herdou o nome do pai, não possui nenhum dos sobrenomes da empresa.

17 de dezembro de 2013

Retrospectiva vinhos da Bulgária

A Bulgária é um país sobre o qual pouquíssimo sabemos, mas que tem uma longa tradição vinícola, já foi o segundo maior produtor de vinhos no mundo (embora quantidade não implica em qualidade), e hoje vem mostrando bons resultados em vinhos de qualidade. A Winelands trouxe este ano para o mercado brasileiro uma boa diversidade de rótulos do país, e eu tive a oportunidade de provar 8 deles, de 3 produtores diferentes. Entre eles, o vinho mais velho que já tomei, com 22 anos. Neste texto, deixo minhas impressões sobre cada um deles.

10 de dezembro de 2013

Casa Silva Rosé 2011

Ainda nem é oficialmente verão, mas o calor está instalado. Ora ou outra, vem uma pancada de chuva para amenizar o calor, mas para aqueles dias em que a chuva não cai, é bom ter um vinho rosé para refrescar.

O vinho fica vistoso na foto, com um visual brilhante, tonalidade de pomelo, e intensidade média/alta. Vinhos rosés costumam ser mais adocicados, talvez devido ao preconceito de que seriam vinhos femininos, mas não é o caso deste. Ele é fresco, sem açúcar residual perceptível, com um pouquinho mais de corpo do que a média dos rosés, e dá até pra sentir os taninos, se prestar atenção. O aroma é predominantemente frutado, com um toque herbáceo, e um final de merengue. Na minha opinião vai bem com diversas pizzas, vegetais grelhados, berinjela à parmegiana, frango, e bisteca grelhada com farofa.


O Casa Silva Rosé 2011 foi mais um que veio com a Winelands.

8 de dezembro de 2013

Nykteri Reserve 2009

Da última viagem dos meus pais da Grécia, minha mãe veio falando maravilhas de um vinho branco da ilha de Santorini. Tanto que fez questão de trazer uma garrafa. Na loja de vinhos, lhe disseram que, do que ela queria, não havia mais, mas havia do vinho 'primo', do mesmo produtor, que ela acabou trazendo. Na mesma loja ela havia comprado um Vinsanto, vinho de sobremesa que é tradicionalíssimo da ilha, e pertence a Denominação de Origem Controlada. Infelizmente, o Vinsanto se quebrou na mala, no regresso, mas o vinho branco chegou, e ela aguardou para tomá-lo comigo.

21 de novembro de 2013

Le Cru de Beaujolais est arrivé!!!

Hoje é dia do Beaujolais Nouveau. Todos os anos, uma célebre frase aparece em todas as campanhas de marketing que anunciam a chegada ao mercado de cada nova safra: Le Beaujolais Nouveau est arrivé! (O Beaujolais Nouveau chegou!). Mas eu preferi celebrar o dia com um Cru de Beaujolais.

11 de novembro de 2013

Casa de Santa Eufémia

Eu peço desculpas se este texto acabou por se tornar demasiado longo e repleto de dados técnicos, mas se refere a uma degustação, para mim memorável, cheia de informações, excelentes vinhos e valores em que acredito, de forma que eu simplesmente me senti na obrigação de deixar tudo registrado. Esta semana, a ABS Campinas SBSomm abriu espaço para Pedro Carvalho, enólogo e proprietário da Casa de Santa Eufémia, para apresentar alguns de seus vinhos, produzidos no Alto Douro, entre Peso da Régua e Pinhão.

Trabalho em azulejos na estação de comboios de Pinhão

Pedro divide com sua irmã Lúcia o controle da produção da vinícola. São a quarta geração de vinicultores, porém só começaram a comercializar o próprio vinho do Porto em 1993, na gestão de seu pai. Isso porque, conforme já comentei por essas páginas (relembre aqui), até 1978, a legislação proibia a comercialização direta de vinho do Porto a partir das propriedades do Douro. Por isso, a Casa de Santa Eufémia - assim como a Quinta da Pacheca e tantos outros - eram obrigados a vender seus vinhos, ou mesmo apenas as uvas, para os produtores que tinham armazéns em Vila Nova de Gaia.

Hoje, a quinta, de 40ha, produz vinhos do Porto, e também do Douro, isto é, vinhos não-fortificados. E sempre a partir de vinhas velhas e misturadas, com média de 60 anos de idade, onde diversas variedades são cultivadas lado a lado. Forma ainda tradicional no Douro, apesar de estar perdendo força.

Cada casta tem um ciclo de maturação diferente, e no caso das variedades do Douro, se elas fossem plantadas em lotes separados, elas atingiriam o ponto ótimo de colheita com diferença de até três semanas. Porém, ao serem plantadas todas misturadas, os ciclos se ajustam, e a diferença entre os pontos de maturação se reduzem a 3 dias, no máximo. Exatamente como nos havia dito Rui Falcão, em palestra que deu na ABS Campinas SBSomm (releia aqui).

Suas vinhas possuem uma grande diversidade genética, sendo compostas de mais de 20 variedades diferentes, entre as famosas Touriga Nacional, Trincadeira e Tinta Roriz, mas também Tinta Carvalha, Tinta Barroca, Tinto Cão, e a Touriga Fémea, também conhecida por lá como Touriga Brasileira. Apesar de não se saber porque tem esta segunda alcunha, tem-se apenas a certeza de que ela não é de origem brasileira.

10 de novembro de 2013

Frango à caçadora

O almoço do último domingo foi uma receita de frango à caçadora, do Claude Troisgros, executada com maestria pela Thais. Em vez de descrever os pormenores do prato, deixo o link para a receita, onde é possível ver também o vídeo com o próprio Claude ensinando a prepará-la.

No entanto, para entender sua complexidade de sabores, cito os principais ingredientes: frango marinado em vinho tinto (Syrah), azeitonas pretas, alcaparras, bacon, aliche, funghi porcini. Ou seja, dá pra perceber que o prato é intenso. As uvas verdes, frescas, junto do prato são um toque interessante, que suaviza um pouco as sensações.

8 de novembro de 2013

Vinhos Verdes tintos: exóticos, e incompreendidos

Basílica de Bom Jesus, Braga

A primeira vez que provei um Vinho Verde tinto não foi uma experiência exatamente agradável. Foi em Braga, em um restaurante atrativo e aconchegante, próximo ao Arco da Porta Nova. A comida estava muito boa, mas o vinho, não desceu. Eu já conhecia a fama dele, que não é boa, mas minha curiosidade enológica me levou a arriscar. Uma jarra de vinho da casa era barata, e a Thais tomou com gosto.

Eu me lembro que o vinho tinha uma cor púrpura intensa, um pouco de agulha, alguma adstringência, e um aroma, que não era intenso, mas lembrava vinho de uva americana. Pelo menos para mim, lembrou. E foi isso que me impediu de terminar a minha taça.

Seja pelo aroma, como foi no meu caso, seja pela sensação em boca (leveza, acidez, agulha versus taninos), ele tem alta taxa de rejeição. Mesmo em Portugal, fora do Minho, ele não faz muito sucesso. E quem gosta, diz que não é um vinho para se degustar, é pra se tomar com comida. E comida pesada, de preferência, carnes gordurosas.

Mas, passado mais de um ano da minha primeira experiência com um Vinho Verde tinto, depois de aprender que Vinhão é Souzão, e depois de ter provado vinhos que não eram verdes, mas que continham Vinhão, resolvi dar uma segunda chance. Nesta sexta-feira, no evento Mesa ao Vivo, tive a oportunidade de provar as versões de diferentes produtores.

Assim como o que tomei em Braga, todos os vinhos que provei na Semana Mesa, eram de Vinhão. Além de ser a uva mais comum nos Vinhos Verdes tintos, ela aparece com freqüência também entre os vinhos do Porto e do Douro, sob o nome de Souzão. Porém, entre estes, só aparece em cortes, e em quantidades pequenas. Ela tem muita matéria corante, muita acidez, mas não tantos taninos.

Vinhos Verdes da Quinta de Santa Cristina

Esta sexta-feira, 08/11, foi o encerramento da 10ª edição da Semana Mesa São Paulo. E eu tirei o dia para ir até o Senac Santo Amaro, no sul da cidade, conhecer mais Vinhos Verdes, que assim como na edição passada, foram trazidos pela Comissão dos Vinhos Verdes. Entre eles, fui conhecer os vinhos da Garantia das Quintas, a convite do seu representante comercial Iono Santos.

A Garantia das Quintas é uma empresa jovem (de 2004) e possui uma pequena gama de produtos, a linha Quinta de Santa Cristina, em referência à propriedade em que são produzidos. A quinta, uma propriedade de 40ha, se localiza na sub-região do Basto, a mais continental, com menor influência do Atlântico, e portanto, uma região com mais insolação, e menos chuva, comparado com a maior parte do Minho.

4 de novembro de 2013

Deu La Deu no Makro


No ano passado, em Lisboa, tomei uma garrafa de Alvarinho Deu La Deu 2011 em um restaurante do bairro do Chiado, e paguei €15, achando caro. Aqui no Brasil, se pagamos R$71 por uma garrafa dessas, ainda pagamos felizes. Este vinho, conceituado por quem conhece Vinhos Verdes, é um rótulo top da Adega de Monção, e normalmente é encontrado por mais de R$90,00.

3 de novembro de 2013

Trôno Real Bruto 2009


Este espumante foi produzido pela Vinícola Castelar, na Bairrada. Foi feito com Bical, Maria Gomes, Arinto (30% cada) e Baga (10%), pelo método tradicional, apesar de o site do produtor não fornecer informação sobre quanto tempo passou em autólise. Mas eu acredito que não foi muito.

2 de novembro de 2013

Aquila Pinot Grigio Blush 2012

Encontrei na loja Duty Free do aeroporto de Heathrow, em promoção: 3 garrafas por £20. Pinot Grigio rosado é raro, e eles sempre têm uma cor encantadora: aquele salmão clarinho, clarinho. O Aquila Pinot Grigio Blush 2012 é produzido pela vinícola Viticoltori Friulani La Delizia, uma cooperativa de produtores da região de Friuli Venezia Giulia.

As uvas passam por maceração curta, de 6 a 8 horas, para se extrair só um pouco da cor, que já não é muito intensa, para começar. De resto, segue o processo de vinificação de vinhos brancos, com fermentação a baixa temperatura, e refinamento em tanques de inox.

28 de outubro de 2013

Um vinho da Geórgia. Não, da outra Geórgia.

É, me refiro ao país, encravado nas montanhas, entre o Mar Negro, a Rússia, a Turquia, fazendo fronteira também com a Armênia e o Azerbaijão. Um país com um alfabeto próprio e exclusivo, majoritariamente cristão ortodoxo, que tem o vinho como parte intrínseca da sua cultura e sua fé. É provavelmente o berço da vinificação, com as evidências arqueológicas mais antigas, datadas de 6000 A.C.[*]: ânforas de barro (qvevris) com pigmentos de bitartarato de potássio (que indicam que houve fermentação de uvas), e sementes fossilizadas de uva. A mesma forma de fermentação em qvevris enterrados no chão ainda é usada no país; nos dias de hoje, majoritariamente para consumo próprio.

25 de outubro de 2013

Quercus Rosé 2010


O vinho estava na adega, esperando o momento ideal de ser consumido. Era um vinho rosé, da uva Merlot, nada demais, nada mais a se falar dele. A não ser o fato de que era da Eslovênia. O primeiro vinho da Eslovênia que eu teria a oportunidade de provar, e por isso merecia uma ocasião especial.

O tempo passava, outros vinhos foram sendo consumidos, muitos deles sem maiores formalidades. Uns, acompanharam refeições simples (afinal nem todos os dias temos tempo de preparar e apreciar banquetes). Outros, simplesmente abri, e tomei. Sem mais.

Também momentos se fizeram surgir para outros vinhos - que foram devidamente apreciados - mas não para este. Até que chegou-se ao cúmulo, o momento sem volta. Um dia de muito calor. Um dia comum, uma refeição simples, não haviam convidados para compartilhar o vinho. Porém, já nenhum outro vinho parecia adequado para o momento: só ele. E não havia, no momento, nenhum outro parecido, nenhum outro com que eu pudesse me enganar. Havia chegado o momento.

E assim, abri o Quercus Rosé 2010, meu primeiro vinho esloveno. Tomei-o por si mesmo, a ocasião foi o vinho. E o apreciei muito bem apreciado. O que comi, nem me lembro. Só me lembro do vinho.

20 de outubro de 2013

Amazon Beer: cervejas de frutas exóticas

Diferentemente do vinho, em que só se pode fermentar uva para resultar na bebida final, na cerveja há muito mais liberdade: encontramos por aí cervejas fermentadas com cerejas, banana, mel, rapadura... De Belém do Pará, a cervejaria Amazon Beer apostou na diversidade vegetal da Amazônia, para inovar na produção de cervejas. Eles produzem 5 cervejas com diferentes ingredientes da Amazônia, das quais provei quatro:

19 de outubro de 2013

Williams & Humbert Oloroso Collection 12 years


A diversidade dos vinhos de Jerez é impressionante. Falando apenas dos generosos (secos), de um lado temos os Finos, e de outro, diametralmente oposto, há os olorosos. Ambos são fortificados, muito secos, feitos a partir da mesma variedade de uva (a Palomino). Mas são completamente diferentes entre si.

Diferentemente dos Finos, com sua crianza biológica, os olorosos são envelhecidos em uma crianza oxidativa; ou seja, em intenso contato com o oxigênio. Este processo não é uma exclusividade de Jerez. Diversos outros vinhos fortificados passam pelo mesmo processo, em todo o mundo (Porto Tawny, Marsala e Madeira são os exemplos mais famosos). Os Olorosos são um pouco mais peculiares por serem completamente secos: você sente aromas que lembram vinhos doces, mas na boca ele tem zero de doçura. Chega até a ser meio salgadinho.

Direto da Inglaterra

O melhor lugar para se comprar Jerez fora da Espanha é a Inglaterra, que é a maior consumidora deste tipo de vinho. E foi lá em Londres que comprei uma garrafinha de 375mL do Williams & Humbert Oloroso Collection 12 years, pela bagatela de £5,69 (uns R$22,00, pelo câmbio do dia). Aqui no Brasil, a primeira dificuldade é achar vinhos de Jerez, e se achar, um de 12 anos vai custar facilmente mais de R$200.

A conexão entre os Jerez e a Inglaterra data de séculos, e devido ao sucesso do vinho em terras anglo-saxônicas, os sobrenomes ingleses são regra entre as empresas da região. Um exemplo está no produtor deste vinho: Williams & Humbert. E apesar dos sobrenomes de dois negociantes ingleses que fundaram a empresa, a marca já passou pelas mãos de uma multinacional holandesa, mas desde 2005 está nas mãos de um grande grupo espanhol. A Williams & Humbert sozinha possui 350ha de vinhas, e uma bodega de 180.000m2, o que a coloca como a maior da Europa.

O Oloroso

A cor do vinho é âmbar de intensidade média. O aroma é intenso (como o nome sugere), oxidado, com destaque para amêndoas torradas. Ele é encorpado, e pesa na boca. O álcool é bem presente, mas é preciso ser servido frio, à temperatura da geladeira. Mesmo assim, o álcool ainda é bem presente: creio que é preciso um parâmetro distinto para julgar o álcool desses vinhos. Afinal, são fortificados, e sem açúcar que possa suavizar o álcool. Apreciando-o como algo sui generis, é agradável, de sabor intenso, longo, e o final traz até uma pontinha de doçura.

Uma das sugestões de harmonização dada pelo Conselho Regulador de Jerez para o Oloroso é guisado de carne. Ótima deixa para a Thais preparar o beef and Guinness stew (guisado de carne com Guinness, prato típico da Irlanda).

Este guisado é composto de carne cortada em cubos, lingüiça, e vegetais, como batatas, cenouras, e talos de salsão. O tempero foi composto de alho, sal, sementes de coentro, e pimenta do reino. No preparo, a carne deve ser temperada e selada. Depois, deve-se acrescentar a água e os vegetais picados. Quando os vegetais já estão cozidos, e a água reduziu bastante, joga-se a cerveja, e cozinha por mais uns poucos minutos, para ela se integrar ao restante. Eles costumam comer com purê de batatas, mas no nosso caso, comemos junto de arroz branco e uma salada de folhas.


Os vinhos de Jerez são considerados gastronômicos, vinhos que harmonizam com comidas difíceis. Mas a minha experiência com eles não tem mostrado isso. Este ano, tentei diversas harmonizações com os Finos (aqui e aqui), mas a maioria não deu certo.

Dessa vez, pelo menos, o Oloroso não sumiu com a comida. Tampouco atropelou o guisado. O problema para mim é que o vinho é muito corpulento, muito alcoólico; e como o prato também é meio pesado, a soma dos dois acabou resultando em uma experiência pesada demais. Tem gente que acha que isso é uma boa harmonização, eu nem tanto. Se a comida me dá vontade de parar de beber, então é porque não está dando certo.

Creio que este vinho vai melhor como aperitivo, mesmo. Antes do almoço, nós bebericamos o vinho com pedaços de queijo grana padano, e com amêndoas torradas (a quintessência da harmonização por semelhança), e ele se saiu bem melhor do que com o guisado.

Leitura adicional

Para quem quiser em conhecer mais a respeito do Oloroso, e dos vinhos de Jerez em geral, recomendo o texto: Dos vinhos de Jerez.

Rose Granit Brut 2010

Dia de sol, e o calor da primavera, que finalmente deu as caras, pediu uma bebida refrescante. Um dia ideal para apreciar um bom espumante como aperitivo. Escolhi o Rose Granit Brut 2010, rosé feito pelo método tradicional com a uva Gamay, vindo da região de Beaujolais-Villages.

2 de outubro de 2013

Vinhos suíços Maître de Chais

Sempre que ouvi falar de vinho da Suíça, ouvi dizer junto que os vinhos são excelentes. Que se não são conhecidos fora do país, é porque os suíços têm dinheiro, e compram o vinho quase todo, sobrando muito pouco para exportação. Aliás, eles consomem 3 vezes mais do que produzem, sendo grandes importadores. Apenas 2% da produção (de 100 milhões de litros) seria destinada à exportação.

Recebi estes rótulos pelo clube Winelands. São todos tintos, da Apelação de Origem Controlada Valais. Eles foram produzidos pela Provins, uma cooperativa do Cantão de Valais, que processa as uvas de mais de 4000 sócios e outros viticultores da região. É um grande produtor, responsável por 10% da produção do país (segundo dados da própria empresa).

Lamentavelmente, os rótulos enrugaram na minha adega

28 de setembro de 2013

Cervejaria Nacional e sua nova cerveja refermentada com mel


Este sábado, conheci a Cervejaria Nacional, fábrica/bar de cervejas especiais, na cidade de São Paulo, que tem pouco mais de 2 anos. A fábrica fica no térreo, e podemos ver os tanques de fermentação através dos vidros, à medida que subimos a escada para o bar que fica no andar de cima.

Eles têm 5 receitas de produção regular, e uma conveniente opção no cardápio de uma tábua com amostras das 5, por R$25,00. Nada melhor para se conhecer de forma mais abrangente a produção da casa. A tábua vem com:

21 de setembro de 2013

Frango ao molho de tamarindo: nada como um Vinho Verde

Almoço com um toque de sudeste asiático: filés de frango servidos com um molho a base de tamarindo, com cogumelos shitake fatiados, pimenta dedo de moça, muito gengibre e salsinha.

O primeiro passo foi o caldo feito com legumes (cenouras e batatas) e um pedaço de frango. Em seguida, Thais bateu o caldo no processador com duas batatas - para dar consistência - e também com o gengibre, a salsinha e as pimentas. Os filés foram previamente temperados com alho e sal, e grelhados. Em seguida, Ela colocou o caldo na panela com os filés de frango, os cogumelos, e a polpa de tamarindo, que veio da feira de Cuiabá - mais artesanal, impossível. O molho ficou cozinhando por alguns minutos com o frango e os cogumelos, para entranhar o sabor. Foi necessário colocar um pouco de açúcar para amenizar a acidez do tamarindo. Foi servido com arroz, brócoli e salada de alface.

O prato ficou intenso, com muita influência do tamarindo; e apesar da acidez, ficou bem picante, talvez mais pelo gengibre do que pela pimenta. Muito sabor, muita cara de sudeste asiático.

14 de setembro de 2013

MIV Campinas


Este sábado ocorreu a 8ª edição da Mostra Internacional de Vinhos, feira organizada pela ABS Campinas. Gostei do caderninho que dão no início, e vem com todos os vinhos, e algumas informações técnicas mais básicas: facilitou bastante a minha vida. Também gostei da taça que foi dada de brinde no evento: uma taça ISO, decente, no padrão utilizado em degustações técnicas. Em um evento em São Paulo, deram taças de vidro imensas que mais pareciam taça para cerveja de abadia da Bélgica!

Mas falando dos vinhos, minha curiosidade enológica me leva a procurar sempre novidades, uvas e países/regiões diferentes. Portanto era natural que minha primeira parada na feira fosse no Empório Sorio, que traz vinhos da Córsega, e que foram os primeiros que descrevi sobre a feira, em meu texto anterior (clique aqui para ler). Aproveitei a queima de estoque para levar algumas garrafas a preços muito interessantes.

Além deles, haviam vários outros produtores de nicho, como a Vinhos da Áustria, Manzwine, Quinta da Falorca, Cultvinho, mas também grandes importadores e alguns produtores nacionais. Evitei passar em produtores que já conhecia, dando preferência a novidades, pois nem cuspindo todos os goles seria possível provar tudo. Faltou tempo e espaço (a certa hora da tarde, o salão ficou bem cheio).

Empório Sorio: produtos da Córsega


Acabo de conhecer este importador de nicho - de um nicho muito raro, diga-se de passagem - e ele já está com os dias contados para fechar as portas. O Empório Sorio vai encerrar suas operações, e aproveitou a MIV Campinas para promover uma queima de estoque. Conforme me disse Thierry Batistini, nativo da ilha e idealizador da importadora, as vendas vão bem, e seus produtos têm boa aceitação, mas eles terão que desocupar o imóvel onde hoje possuem loja e estoque, e não têm capital para investir na mudança. É uma pena.

4 de setembro de 2013

Gamay também é uva nobre

Palestra da Inter Beaujolais para promoção dos vinhos Beaujolais no Brasil


A ABS Campinas SBSomm, em parceria com a Inter Beaujolais, realizou nesta semana uma degustação dirigida para apresentar as 12 Denominações de Origem da região do Beaujolais. Inter Beaujolais é uma associação dos produtores e comerciantes de vinho, responsável, de uma lado, por regulamentar e fiscalizar a produção da região, e de outro, promover o produto em outros mercados. A apresentação foi realizada pelo senhor Anthony Collet, diretor de marketing da associação.

Além do Beaujolais Nouveau

Esta região é mais famosa pelo Beaujolais Nouveau, um vinho que, acompanhado de uma estratégia de marketing bem sucedida, virou um sucesso de vendas em todo o mundo. Porém trouxe consigo uma má reputação, já que é um vinho simples, que se deteriora rapidamente, e por isso não é bem cotado pelos principais críticos de vinho.

Uva Gamay *
O foco da Inter Beaujolais é mostrar que a região não tem apenas Beaujolais Nouveau; que eles também têm vinhos complexos, de guarda; que a Gamay também é uma uva nobre; e que a produção de Beaujolais não é uma produção industrial.

Para defenderem suas afirmações, eles têm fatos concretos. Estudos ampelográficos determinaram que a Gamay é um cruzamento espontâneo (ocorreu sem interferência humana) entre Gouais Blanc e Pinot Noir, assim como a Chardonnay. Ou seja, irmã da Chardonnay, e filha da Pinot Noir, ela tem os genes das uvas nobres. Ela teria, portanto, plena capacidade de desenvolver características complexas, assim como a Pinot Noir. Diz-se que o Beaujolais, com a idade, ele 'pinota', ou seja, adquire características de Pinot.

Além disso, Mr. Collet destaca que a região possui 2500 propriedades, com área média de 9,4ha, a colheita é sempre manual, e as poucas propriedades que usam máquinas, o fazem para tarefas como aragem, remoção de ervas (e provavelmente aplicação de defensivos agrícolas). Ele ainda ressaltou que o uso de carros de boi para arar a terra ainda é muito comum na região.

3 de setembro de 2013

Minha primeira 'rolha' de vidro

A primeira curiosidade que me despertou este vinho era o fato de ser de uma uva que quase não vemos por aqui: a variedade Insolia é típica da Sicília, de onde veio. É uma das uvas típicas do Marsala, vinho de sobremesa clássico da ilha. Mas foi quando a vendedora da loja me disse que a garrafa possuía tampa de vidro, que eu decidi levá-la.
As 'rolhas' de vidro (Vino-Lok) foram criadas em 2003 por uma empresa da Bohemia (República Tcheca), mas ainda são uma novidade. Sendo de vidro, são completamente inertes, evitando-se que transfiram aromas ao vinho. Também não correm o risco de contaminação por T.C.A. (fungo que de vez em quando ataca as rolhas de cortiça). A vedação é garantida por um anel de silicone.

16 de agosto de 2013

Peito de pato com Chardonnay da Bulgária

Nesta noite fria de sexta-feira, Thais preparou um peito de pato ao molho de laranja, buscando reproduzir um prato que comeu na Espanha.

O preparo começou com o molho: em uma panela, ela derreteu açúcar até virar caramelo. Em seguida, adicionou 30mL de vinho Marsala (daquele Marsala Secco que comprei em promoção), o suco de duas laranjas, 150mL de calda de tangerina, e deixou cozinhando com um ramo de alecrim e outro de tomilho, frescos.

O peito de pato, por sua vez, foi temperado com sal e pimenta do reino, e grelhado na frigideira. Primeiro, com o lado da pele para baixo, que criou uma crosta, e liberou a gordura para grelhar o outro lado. Após grelhar os dois lados, ela fatiou o peito, e despejou o molho por cima. Serviu com palmitos em rodela, e batatas assadas com sal grosso e alecrim.

O molho tinha caráter adocicado, marcado pelo sabor caramelizado, tanto pelo açúcar, quanto pelo Marsala. Em contrapartida, o toque cítrico da laranja (e da tangerina) davam um ponto de contraste necessário. E, claro, tudo em harmonia com o sabor marcante do peito de pato, que eu adoro!


O vinho escolhido...

...para harmonizar foi o LS Chardonnay Barrique 2010, um dos vinhos exóticos que recebi da Winelands. Eu não havia provado o vinho antes, mas gosto de brancos amadeirados para acompanhar pato: acho que os dois têm tudo a ver. E o molho de laranja reforça ainda mais a necessidade de um vinho branco com um toque adocicado, que no caso, seria entregue pelo toque de baunilha e mel obtido graças à madeira.

Ao abrir o vinho, confirmei que ele seria totalmente adequado - e independente do prato, era muito gostoso, também. Muito bem equilibrado, com boa acidez, untuoso, com bom corpo e um toque adocicado perfeito para o molho de laranja. A paleta aromática inclui notas adocicadas de abacaxi maduro, lichia, manteiga, e especiarias doces. E não estou falando daquela baunilha exacerbada que deixa muitos vinhos enjoativos. Tinha algo de baunilha, sim, mas numa sintonia com cravo, cardamomo e avelãs. E a acidez garantia o equilíbrio do vinho.

Ele é produzido por Lovico Lozari JSC, fermentou e amadureceu em barricas de tosta leve, por 6 meses. É feito em quantidade limitada - 1910 garrafas por ano (ou seriam 3700?) - e vendido em garrafas numeradas. A minha é a nº 1062.

7 de agosto de 2013

Witbiers e a Isaac Baladin


Witbier: cerveja branca

A primeira vez que provei uma cerveja do estilo witbier (cerveja 'branca', da Bélgica), foi em um bar na França, com alguns amigos do trabalho, em 2002. O bar oferecia uma bandeja de degustação com 12 copos (pints), cada um com uma cerveja de um tipo, todas belgas. Na época ninguém conhecia aquele estilo - havia eu, um espanhol, uma sueca, uma croata, uma lituana, e uns franceses. Todos provaram aquela cerveja quase branca, e ninguém gostou. Ela quase não lembrava o gosto de cerveja, era bastante amarga e cítrica.

Este é um estilo tradicional de cerveja belga. Andou em decadência, mas renasceu com a marca Hoegaarden. Ela é feita a partir de cevada maltada, e trigo não maltado, fator ao qual ela deve sua cor clara. Já o sabor vem de 'temperos', normalmente coentro e cascas de laranja. Tradicionalmente, estes temperos eram utilizados no lugar do lúpulo, como conservantes. Hoje em dia, utiliza-se um pouco de lúpulo, também. Assim, pelo pouco lúpulo e pelo uso de trigo não maltado, sentimos muito pouco daquele sabor característico da cerveja, e sentimos muito do amargor cítrico das cascas de laranja. Pela sua tipicidade ela costuma despertar reações extremas: muitos adoram, outros tantos não suportam.

Elas são normalmente refermentadas na garrafa: acrescenta-se açúcar e mais fermento no engarrafamento, e o resultado desta fermentação que irá gerar o gás da bebida. Este fermento permanece na bebida, deixando-a turva. Por isso, o processo de serviço tem cuidados: deve-se servir 2/3 da garrafa, girá-la para dissolver o fermento em suspensão, e em seguida servir o restante: toda a garrafa no mesmo copo.

4 de agosto de 2013

Arenae Ramisco 2005 - DOC Colares


Na minha última viagem a Portugal, trouxe dois vinhos raros, duas preciosidades: duas garrafas de vinhos da D.O.C. Colares, feitos com a casta Ramisco. Na companhia do meu pai, resolvi abrir uma delas: Arenae Ramisco 2005, produzido pela Adega Regional de Colares, uma cooperativa que reúne 90% dos produtores da região.

Colares, nos arredores de Lisboa, acumula peculiaridades. É a região demarcada mais ocidental da Europa continental. As vinhas são plantadas em areia, de frente para o Atlântico, e sofre com ventos marítimos muito fortes. Em teoria seria uma das regiões mais inóspitas para cultivo de uvas. No entanto, com técnicas específicas locais para driblar as adversidades, produz-se vinhos únicos.

Por causa do vento, as vinhas crescem sem condução, expandindo-se horizontalmente, pelo solo. Além disso, são cobertas por paliçadas de cana seca. No entanto, quando o cacho começa a crescer, se ficasse em contato com a areia, se queimariam com o calor, e não amadureceriam. Por isso, os produtores suspendem cada cacho individualmente com gravetos, o suficiente para não tocarem o solo.

Porque são plantadas na areia (em solo coberto de areia), elas estão imunes ao ataque da filoxera. E por isso, são uma das raras localidades onde as videiras não precisam de porta-enxerto.

27 de julho de 2013

Wine Weekend 2013 - parte 2

No primeiro texto, comentei a respeito de espumantes, brancos, e rosés. Mas como o nosso mercado é muito focado em tintos, era o que mais havia de diversidade e disponibilidade. Me encontrei nos italianos e espanhóis, com uma boa passagem por um português. Quando saí deles, já não me empolguei.

Wine Weekend 2013 - parte 1

Este foi um fim de semana prolongado de vinhos na cidade de São Paulo. A Feira Wine Weekend, organizada pela Vinho Magazine durou de quinta-feira a domingo, no prédio da Bienal, no Parque do Ibirapuera. Eu passei por lá no sábado, para conferir. Gosto muito de ir a essas feiras, pois é uma oportunidade imensa de conhecer dezenas de rótulos, que muitas vezes custam muito mais caro do que o preço do ingresso. E frequentemente, encontro vinhos que me surpreendem.


Diferentemente de outros eventos em que já fui, este parecia muito mais focado na venda. Havia muito mais espaço para os produtores exibirem suas mercadorias; também haviam disponíveis carrinhos de compra, e muita gente enchendo estes carrinhos. Porém, a feira teve um grande defeito, que foi a falta de um fornecedor de água. Em provas de vinho, água é fundamental. Ficou difícil provar rótulo após rótulo, sem água constante para limpar a taça e o paladar. Ficou a cargo dos próprios expositores oferecer água ao público.

Provei espumantes de grande qualidade. Já rosés, nem tanto: procurei especificamente por eles, e somente um se destacou para mim. Também tive azar nos brancos, muito poucos passaram meu crivo. Comento neste texto a respeito desses 3 estilos, e deixo os tintos para o próximo.

21 de julho de 2013

Justino's Madeira Sercial 10 years Dry

Esta foi a semana das grandes promoções de vinhos licorosos secos. Na quinta, descrevi o Lombardo Marsala Superiore Secco, da Sicília, em promoção no Carrefour, com 40% de desconto. E hoje foi dia de abrir uma meia-garrafa do Justino's Madeira Sercial 10 years Dry, que comprei por R$39,90. A padaria Pão do Cambui baixou o preço para queimar o estoque deste vinho, que normalmente custa mais de R$80,00 (a meia-garrafa).

O leitor pode até pensar: vinho na padaria, e em queima de estoque? Deve estar ruim, ou próximo de 'morrer'. Porém os Vinhos da Madeira, devido ao processo de produção, são completamente oxidados, tornando muito improvável que se estraguem. Diego Arrebola, um dos maiores Sommeliers do país (melhor Sommelier de 2012), disse, em uma apresentação sua, que pode-se guardar Vinho da Madeira sem refrigeração, mesmo após aberto, por tempo indeterminado. Pode até ser que aconteça, mas ele nunca viu um estragado.


20 de julho de 2013

Winelands: vinhos orgânicos

Além de ser o clube de vinhos mais eclético do mercado - oferecendo todos os meses vinhos tintos, brancos, rosés e espumantes - a Winelands também me conquistou pela oferta frequente de vinhos exóticos. Mas existe um outro fator de interesse no clube: com freqüência selecionam vinhos orgânicos e biodinâmicos, o que é uma opção mais saudável, mais sustentável, e ainda assim pode ser de grande qualidade.

18 de julho de 2013

Lombardo Marsala Superiore Ambra Secco

Encontrei este Lombardo Marsala Superiore Ambra Secco em promoção no Carrefour, de R$59,00, por R$35,90. Resolvi comprar, para provar.

1 de julho de 2013

Dr. L Riesling Trocken 2011

Dr. Loosen é empresa familiar de mais de 200 anos, dedicada exclusivamente ao plantio de Riesling, em todos os estilos, dos mais secos, aos mais doces: um lugar-comum na Alemanha. É uma empresa muito conceituada, que acumula prêmios e boas recomendações dos principais críticos de vinhos.

Sua propriedade fica localizada no Mosel, considerada uma das duas melhores regiões do país (e consequentemente do mundo) para o cultivo de Riesling. Seus vinhedos, com idade média de 75 anos, não precisam de enxertia, pois a philoxera não sobrevive no solo da região. Além disso, o clima frio associado ao solo composto majoritariamente de ardósia são uma combinação ideal para a maturação perfeita das uvas. E para completar, são solos pobres e de boa drenagem, obrigando as raízes das vinhas a irem mais fundo no solo.

29 de junho de 2013

Encontro de vinhos Campinas 2013: Aspirant Bouschet

Na última edição do Encontro de Vinhos em Campinas, um dos estandes que mais atraiu a atenção de curiosos foi de uma pequena importadora, com base em Campinas. A La Cristianini é uma nova importadora, no momento com apenas 3 fornecedores, e veio representada pelo Marcelo, sócio-proprietário.

O vinho que atraiu a atenção veio de seu fornecedor argentino, a Bodega Garavaglia, pequena vinícola familiar de Mendoza. O vinho se chama Invasor 2009, e o motivo que atraiu tanto a atenção foi uma variedade bastante rara que faz parte de seu blend: Aspirant Bouschet. A Alicante Bouschet é bastante conhecida em Portugal, mas essa Aspirant, eu nunca tinha ouvido falar - e provavelmente, ninguém na feira.


Pesquisando posteriormente, descobri que as duas variedades são "irmãs", ambas produzidas em laboratório pelo pesquisador francês Henri Bouschet, especialista em cruzamentos para desenvolvimento de novas variedades. Assim como a Alicante, a Aspirant Bouschet também é tintureira, isto é, possui polpa com pigmentação de cor.

O Invasor 2009, leva 70% de Malbec, e 30% de Aspirant Bouschet. Posso dizer que é um vinho pra se aerar. E põe aerar nisso. É denso, com cor violeta densa, bom corpo e aroma um pouco fechado. Senti frutas maduras, e um tostado da passagem por barrica (14 meses), mas não identifiquei o gengibre e mentolado que me foi prometido. Acho que era até difícil apreciá-lo na feira, em pé, após provar tantos outros vinhos. Esse é o tipo de vinho que precisa de tempo para se abrir plenamente.

Referências

A Aspirant Bouschet é uma variedade muito rara, quase extinta; e por isso é muito difícil encontrar algo a seu respeito. Seguem as poucas referências que encontrei:

Encontro de Vinhos Campinas 2013: Fermasa

Eu já tomei vários vinhos argentinos, antes, quando eu tomava o vinho sem prestar muita atenção, antes de fazer cursos na ABS Campinas SBSomm. Eram vinho baratos, de supermercado, e eu gostava bastante, pelo menos dos tintos. É, os brancos eu costumava achar enjoativos, com aromas 'doces demais'.
Com os cursos, aprendi que essa é uma característica comum aos vinhos argentinos, e do Novo Mundo em geral, tanto de vinhos tintos, quanto de brancos. Quanto aos tintos, não costumava me incomodar, e eu gostava deles mesmo assim, mas os Chardonnays com aquele gosto de abacaxi passado - que você comprou fatiado na feira, colocou em uma vasilha dentro da geladeira, e se esqueceu dele por duas semanas - eles eram intragáveis. E os Sauvignon Blancs, que pareciam suco Maguary de maracujá com um quilo de açúcar, não serviam nem pra fazer risoto.
Com o tempo, passei a não me interessar muito por vinhos argentinos (e do Novo Mundo em geral). Mas neste último Encontro de Vinhos, meio que por acaso, tive um reencontro com os vinhos do país.


Barrica Negra / Fermasa

Por fim, devido à minha preferência por importadores de nicho, fiz também uma visita ao stand da Barrica Negra, importadora do grupo Fermasa Bodegas & Viñedos, que produz vinhos na região de Luján de Cuyo, Mendoza.
Sua motivação foi retirar o atravessador, para poder chegar ao mercado com preços mais competitivos. E realmente, conseguiram preços muito bons. Só como exemplo, a linha Baladero possui vinhos com preços entre R$26,00 e R$28,00 (preço de venda direta ao consumidor), inclusive um Chardonnay com estágio em barrica.
A vinícola fica localizada na Ruta 7, estrada que leva ao Chile, e é a última bodega antes da cordilheira. Possui apenas 10ha de vinhedos, com altitudes dos 700 aos 1500 metros sobre o nível do mar!

    Baladero Chardonnay 2012: com boa acidez, com aroma de frutas maduras sem excesso, e toque de madeira sutil (10 semanas). O teor alcoólico de 12% é uma pista de que não colhem as uvas sobremaduras. E conforme disse anteriormente, custa apenas R$28,00.
    Baladero Espumante extra-brut 2011: feito com Chardonnay pelo método Charmat: segunda fermentação em tanques de inox, por 14 dias. R$39,00.
    Baladero Cabernet Sauvignon 2007: com estágio em barricas de 2º e 3º usos, entre 4 e 6 meses. E custando apenas R$26,00, foi eleito 5º colocado em uma degustação às cegas, ocorrida entre especialistas, antes do início da feira. Tem boa acidez, taninos bem domados, e aroma característico da casta, com frutas vermelhas, e uma ponta de 'pirazina'.
    Jerarquia Malbec 2007: o carro chefe da casa, provenientes de vinhas com rendimento de 2,5Kg por planta, e 2 anos de estágio em barricas de 1º uso. Mais ao estilo argentino, é encorpado, potente, alguns até poderiam dizer um pouco 'bombado' (14,5% de teor alcoólico). Mas é redondo, floral e frutado, fácil de beber.
    Vinserus 2007: vinho de sobremesa, feito com uvas Malbec provenientes de colheita tardia, com 14,5% de teor alcoólico. É um vinho gostoso, relativamente barato, mas neste quesito creio haver opções no mercado com melhor relação custo-benefício. A garrafa de 500mL está a R$34,00.


Encontro de Vinhos Campinas 2013: Vinhos Verdes longevos

No último Encontro de Vinhos, os Vinhos Verdes tiveram uma aparição discreta, porém digna de nota. Foram apenas 4 rótulos, trazidos pela IdealDrinks, importadora que faz parte de um grupo português que, não por acaso, é dono das marcas apresentadas na feira.

Foram dois Alvarinhos da Quinta da Pedra, propriedade localizada na sub-região de Monção e Melgaço - onde a Alvarinho é a principal qualidade de uva. E os outros dois, da marca Paço de Palmeira, utilizam exclusivamente a casta Loureiro.

Só para contextualizar quem ainda não conhece, Vinho Verde é de fato apenas uma Denominação de Origem dentre as várias de Portugal. Esta Denominação abrange a região do Minho, ao norte do país. O estilo desses vinhos, em 99% dos casos, reflete a tradição da região: acidez acima da média, freqüentemente, mas não sempre, associada a um teor de açúcar residual razoavelmente maior para equilibrá-la; níveis de álcool menores (11% ou menos); e a agulha, uma pequena quantidade de gás carbônico, que ajuda o vinho a ficar ainda mais refrescante.

Eles são normalmente feitos para serem bebidos jovens. Uma freqüente exceção são os vinhos feitos de Alvarinho, que só recebem a DOC se forem produzidos na sub-região de Monção e Melgaço. Neste caso, os níveis de álcool mínimos exigidos são maiores, e são mais secos.

Porém, o que distingue os vinhos trazidos pela IdealDrinks são o fato de não corresponderem aos 99% dos Vinhos Verdes. Mesmo os dois feitos com Loureiro têm 12,0% ou mais de álcool, não têm agulha, são completamente secos, e têm expectativa de 8 anos ou mais de longevidade. Além disso, um deles descansou sobre as borras, e outro passou por carvalho.

Encontro de Vinhos Campinas 2013: Chez France


Na primeira edição do Encontro de Vinhos Campinas, eu conheci a Chez France, especializada em vinhos de toda a França. Assim como no ano passado, Guillaume, francês e consultor da importadora, veio representá-la no evento. Conversamos sobre o vinho da uva Aligoté, que havia provado no ano passado. Aligoté é uma uva pouco valorizada, sempre à sombra da irmã Chardonnay, porém pode gerar vinhos excelentes, normalmente com preços mais baixos. O estoque deles atual acabou, mas a próxima carga já está no porto, segundo me falou, e estará disponível em um mês, se não houverem greves no porto, e eles conseguirem escoar a fila de mercadorias (olha o Custo-Brasil). Espero ansiosamente.

Encontro de Vinhos Campinas 2013: Weinkeller

A segunda edição do Encontro de Vinhos em Campinas ocorreu neste sábado, e contou com diversos produtores e importadores, que dispuseram à degustação centenas de vinhos, de todos os tipos. E a julgar pela quantidade de pessoas que saiu com caixas de vinho debaixo dos braços, foi um ótimo negócio para todos. Diversos expositores aproveitaram a chance para vender diretamente aos consumidores, às vezes oferecendo descontos substanciais.

Um dos expositores que eu mais queria conhecer era a importadora Weinkeller. Recentemente, andei aprendendo e bebendo mais sobre vinhos alemães, principalmente sobre a sua estrela: a uva Riesling. E como gostei do que provei, só fiquei mais curioso e com mais vontade de conhecer mais.

23 de junho de 2013

Sociedade da Mesa - 1º semestre 2013

No início do ano, postei minhas impressões sobre vinhos da Sociedade da Mesa, fazendo um balanço do que havia recebido do clube até então. Passados mais 6 meses, e já que estou avaliando dois clubes, achei interessante publicar logo sobre os vinhos deste primeiro semestre, analisando a qualidade daqueles que optei por receber.

16 de junho de 2013

Poule campagnarde au vin

Sabe esses dias em que você não quer saber de beber? Bom, eu, pelo menos, tenho desses dias. E foi justo no dia que a chef Thais resolveu fazer um coq au vin: um prato francês altamente elaborado, que tem tudo a ver com vinho. Primeiro, porque é preparado usando vinho, e em segundo, porque é a harmonização mais clássica para vinhos tintos da Borgonha. Mas, neste fim de semana, o vinho foi todo na comida.

Não precisamos utilizar nossos melhores vinhos para cozinhar, mas também não podemos usar um vinho ruim, imbebível, pois estragaria o prato. Como participo de clubes de vinhos, nem todos os que recebo me agradam tanto assim. Estes, costumo destinar a outros fins, como foi neste caso. O vinho Menciño veio pela Sociedade da Mesa. Um vinho simples, sem muita pretensão, com corpo mediano, sem passagem por madeira. Até dava pra tomar, mas tendo vinhos melhores pra beber, e precisando de um pra cozinhar, este foi selecionado para compor o prato.

9 de junho de 2013

Risoto mineiro

Minha mãe tinha uma receita que estava doida para fazer neste fim de semana. E como a Thais é campeã no preparo de risotos, comandou o preparo. Era um risoto mineiro, com cachaça, linguiça calabresa (pelo menos era pra ser), banana da terra e ora-pro-nobis.

8 de junho de 2013

Muga Rosado e frango ao molho de iogurte e hortelã

No ano passado, trouxe da Espanha uma garrafa do Muga Rosado 2011, que me conquistou primeiro na prateleira pela sua cor elegante, e depois na taça, pela seu sabor persistente e refrescante (leia aqui). Só que infelizmente, depois que provei e gostei, descobri que não conseguia encontrar do vinho aqui no Brasil. A safra 2010 tinha se esgotado, e a 2011 ainda não tinha chegado. Pois finalmente, ela chegou! Comprei duas garrafas na Wine.com.br, por R$55,00 cada. Com a demora com que chegou aqui, o vinho não está mais tão exuberante quanto o que tomei há 9 meses. Mas ainda está muito bom, fresco e saboroso.

5 de junho de 2013

Degustação comparativa de Rieslings


A Riesling é tida pela maioria dos críticos de vinho como a melhor uva branca para se obter vinhos de grande complexidade, estrutura e longevidade, a despeito das famosas Chardonnay e Sauvignon Blanc. No entanto, não é tão popular entre os consumidores, provavelmente por ser de origem alemã, país que carrega a imagem negativa dos Liebfraumilch.

A casta tem grande resistência ao clima frio, sendo por isso tão adaptada às principais regiões vinícolas da Alemanha, às margens do rio Reno. Ela é a principal variedade daquele país, e também na Alsácia, região francesa que fica à margem contrária do mesmo rio. Mas devido à grande estrutura, tem-se obtido bons resultados com ela em regiões mais quentes, notoriamente no novo mundo.

2 de junho de 2013

Vinha do Bispado Reserva 2010


Conheci o Vinha do Bispado Colheita Selecionada 2010, em uma remessa que recebi da Sociedade da Mesa, no ano passado. E no final daquele ano, me deparei com o vinho em promoção, em um supermercado BH, onde fui passar o natal com a família.

Outro dia, sabendo que meus pais viriam me visitar, pedi que procurassem o vinho no supermercado, e me trouxessem umas garrafas. Meu pai me telefonou do mercado, pois estava em dúvida: havia o Colheita Selecionada 2010, por R$29,90; e o Vinha do Bispado Reserva 2010 por R$39,90. Bom, eu conheço só o primeiro, mas traga uma garrafa do Reserva, para eu provar!

28 de maio de 2013

Botromagno Nero di Troia 2008


A primeira vez que ouvi falar da uva Nero di Troia, foi em um vinho que recebi da Sociedade da Mesa, chamado Torre del Falco 2008 (leia aqui). Ele me havia provocado sensações antagônicas: em um primeiro momento, o achei um tanto duro, cheio de arestas, até mesmo desagradável. Porém, passado um ano, provei outras duas garrafas, e estavam excelentes, um vinho redondo, e cheio de caráter.

Sendo uma variedade relativamente rara, não esperava ver tão cedo outro varietal dela. Por isso, foi com surpresa e curiosidade que recebi o anúncio de uma degustação da ABS Campinas SBSomm, com a importadora Vínica, que entre outros vinhos apresentou o Botromagno Nero di Troia 2008, produzido pela Botromagno Vigneti & Cantine.

A cantina Botromagno está situada em uma região montanhosa da Puglia, o 'calcanhar da bota', na Itália. Produzem praticamente apenas uvas nativas da região, como a Nero di Troia. As uvas deste vinho provém de vinhedos com mais de 25 anos de idade. Passou por fermentação alcoólica por 10 dias, seguida de fermentação malolática completa. Por fim, permaneceu 20 meses em tanques de inox, e mais 6 meses em garrafa, antes de ser colocado no mercado.

O exemplar da Botromagno - que por sinal era do mesmo ano daquele da Sociedade da Mesa - já estava pronto para o consumo. Tinha cor rubi de intensidade média, mostrando evolução para o tijolo nas bordas. Apresentou aromas de especiarias doces, seguidos de frutas negras maduras, e um toque de couro, muito leve. Na boca, se mostrou muito agradável, redondo, com taninos macios, boa acidez e um retrogosto floral. A evolução na taça trouxe um discreto aroma mentolado, enquanto as notas de couro ganhavam intensidade. Como disse, está pronto, e a sugestão da importadora é de que seja consumido até o final do ano que vem.

Seu preço de mercado é de R$69,00, e em Campinas é distribuído pela Excelência Vinhos.


26 de maio de 2013

Zähringer Chardonnay Trocken 2010


Domingo de almoço alemão: joelho de porco com chucrute e batatas coradas. Para harmonizar, vinho branco alemão: Chardonnay Trocken 2010 do produtor Weingut Zähringer, empresa familiar atualmente na sexta geração de viticultores, localizada na Alemanha. Foi importado pela Winelands, e distribuído em seu clube de vinhos.

O clube não divulgou, mas o produtor cultiva suas uvas de forma orgânica desde 1987, e possui certificação do Instituto Demeter de produtos biodinâmicos desde 2010. A empresa está localizada no vale do rio Reno, na região conhecida como Floresta Negra, próxima às fronteiras da França e Suíça, onde possui menos de 10ha de vinhas plantadas. Mas eles também processam uvas de outros viticultores da região, que eles acompanham de perto para garantir que seguem rigorosamente os preceitos orgânicos e biodinâmicos.

É um vinho seco; tem 4,4g/L de açúcar residual, mas nem parece. A sua acidez garante o frescor, e não deixa transparecer nenhuma sensação doce. Os aromas de frutas cítricas e maçã verde contribuem para aumentar essa percepção. Ainda assim, tem algum corpo, uma boa estrutura. Em suma, tem o que precisa para harmonizar com o joelho de porco. Foi uma ótima pedida para este domingo. E mais um vinho que me fez ficar feliz com a Winelands.

22 de maio de 2013

Winelands: vinhos exóticos


Acho que encontrei o clube de vinhos que estava procurando: Winelands. Tomei conhecimento dele no blog do Daniel Perches (Vinhos de Corte). Era vinho branco da Hungria, espumante da Eslovênia, vinhos búlgaros... fui ao site da empresa, conferir!

Além de muito vinho de países exóticos, isto é, destes cujos vinhos raramente vemos aqui, há muitos feitos de uvas diferentes também. E para melhorar, todos os meses sempre tem tintos, brancos, espumantes e rosés. E para quem não gosta de algum estilo, basta selecionar, no site, quais os tipos prefere receber.

Eu fiquei com água na boca pelos vinhos de meses anteriores, que já haviam sido entregues! Então, entrei em contato, e resultado: nos primeiros 3 meses, recebi só dos vinhos 'antigos', que eles ainda tinham em estoque. Segue a lista dos vinhos exóticos:

11 de maio de 2013

Jerez Manzanilla La Guita


No mês passado, escrevi sobre o Jerez Fino Tio Pepe, quanto tentei harmonizá-lo com diversas comidas; e ao contrário do que já li por aí, o que percebi foi que qualquer alimento 'atropelava' o vinho.

Hoje foi a vez de dar mais uma chance a esse estilo, e tentar verificar se harmoniza com outros alimentos. O escolhido desta vez foi o Jerez Manzanilla La Guita. Manzanilla nada mais é do que um Fino produzido no município de Sanlúcar de Barrameda. Ele é produzido pelo mesmíssimo processo de crianza biológica, em um sistema de criaderas e solera (mais detalhes, aqui). Porém o Manzanilla recebe uma denominação especial porque a cidade de Sanlúcar está no litoral, e por isso, os vinhos dessa cidade são mais influenciados pela maresia, que dá uma salinidade mais acentuada a estes vinhos.

7 de maio de 2013

Chiara Rosé 2010

Recebi este rosé do novo clube de vinhos a que me associei: Winelands. O Chiara Rosé 2010 vem do Piemonte, Itália, com denominação de origem Monferrato. Os rosés dessa DO são chamados de Chiaretto, ou Ciaret: qualquer semelhança com clarete não é mera coincidência.

Este vinho é produzido pela Vigne dei Mastri, uma propriedade familiar de 4ha. Ela não tem uma certificação de cultivo orgânico, mas tem uma preocupação ambiental: não utiliza pesticidas nem aditivos tóxicos, e afirma ter uma produção eco-sustentável, sem emissão de dióxido de carbono, utilizando painéis solares térmicos e fotovoltaicos para geração de energia, e utilizando coleta da água de chuva para reuso. Além disso, apoia o movimento Slow Food.

O vinho é 100% Barbera, uma variedade muito cultivada em todo o Piemonte, que possui pouca matéria corante, e gera vinhos leves. Por isso, é muito utilizada para rosés (50% da produção total é usada para rosés). Na propriedade, as uvas são colhidas a mão, prensadas, e passam por curta maceração de apenas 3 horas, o que lhe atribui sua bela cor salmão de baixa intensidade. Tem aroma de frutas vermelhas e cítricas frescas e notas florais. Na boca, é seco, leve, com acidez agradável, e uma pequena agulha, que ajudou a intensificar o frescor. Uma ótima pedida para um vinho rosé.

28 de abril de 2013

Vinhos do Douro Superior

No texto Vinho e Sabores da Beira Interior, comentei sobre a marca Beyra, que vem a ser um projeto independente do enólogo Rui Roboredo Madeira. Porém este é apenas um dos projetos do enólogo. Além deste, ele também possui várias marcas de vinhos do Douro, agrupadas sob a empresa VDS - Vinhos do Douro Superior. E o stand da Beyra aproveitou para mostrar também os vinhos deste projeto.

Os vinhos Beyra, eu já descrevi nos textos anteriores (veja tintos e brancos). Mas o que o stand tinha a mostrar de melhor foram mesmo os vinhos do Douro Superior.

Vinho e Sabores da Bairrada

Nos textos anteriores, descrevi a presença em massa na feira Vinho e Sabores de Portugal de produtores da Beira Interior.

Mas a feira não se resumiu a eles. Também na Beira, porém perto do Atlântico, a Bairrada já é bem mais conhecida. Ela esteve representada pela Adega de Cantanhede, uma cooperativa que conta com 1400 associados, e representa mais de 25% da produção da região, o que a deixa na posição de maior produtora da Bairrada. A Adega de Cantanhede aposta nas castas da região, principalmente Baga, Touriga Nacional e Tinta Roriz entre as tintas; e Bical, Maria Gomes e Arinto entre as brancas.

A adega comercializa seus vinhos pela marca Marquês de Marialva. Já fechou acordo com a importadora Santar, que inclusive enviou um representante à feira, para acompanhar a equipe da Adega. Os produtos devem chegar ao mercado nacional em 60 dias, e vêm com excelente valor de mercado - incluindo algumas opções abaixo dos R$30,00 - mostrando mais uma vez a ótima relação custo-benefício que os vinhos portugueses têm no Brasil.