27 de julho de 2013

Wine Weekend 2013 - parte 2

No primeiro texto, comentei a respeito de espumantes, brancos, e rosés. Mas como o nosso mercado é muito focado em tintos, era o que mais havia de diversidade e disponibilidade. Me encontrei nos italianos e espanhóis, com uma boa passagem por um português. Quando saí deles, já não me empolguei.


Italianos

Em um pequeno balcão compartilhado entre 3 importadoras, os representantes da Sicilianess me apresentaram um Franciacorta espetacular, comentado no texto anterior. Mas além dele, três tintos merecem destaque:
    Terrale Primitivo 2011: I.G.P. Salento, e produtor (Azienda Agricola Calatrasi). Feito de Primitivo, sem passagem por madeira, apresenta taninos leves, mas presentes, aromas de frutas negras, um pouco de especiarias e até uma nuance de chocolate. Dentro da sua proposta, é um vinho interessante. Saia por R$41,00 na feira, e era muito mais agradável que o concorrente Morada Zinfandel 2009, da Smart Buy Wines.
    Costa di Bussia Barbera d'Alba 2011 D.O.C.. Passa por fermentação malolática com envelhecimento em tonéis de madeira de 3000L. Tem bom corpo, os 14% de álcool estão bem integrados, os taninos estão macios, o aroma tem predominância de frutas vermelhas, e um toque herbáceo. A madeira não aparece. De R$79,00, por R$67,00.
    Tarucco Nero D'Avola 2010 I.G.P. Sicília, produzido pela Azienda Agricola Geraci, propriedade de 15ha, entre 400m e 500m de altitude, sendo 13ha de uvas e 2ha de olivas. O vinho é feito com a uva mais conhecida da Sicília, a Nero d'Avola envelhece 12 meses, sendo 50% em barricas de madeira, e o restante em aço inox. O resultado é um bom equilíbrio entre aromas tostados e de frutas maduras e ervas aromáticas, com taninos macios. De R$95,00, por R$81,00.

Espanhóis

Eram 3 importadores dedicados exclusivamente aos vinhos espanhóis, por isso, a feira estava cheia de Tempranillos. Da Rioja, os que mais me agradaram foram:
    Viña Aldaia Tempranillo Reserva 2006, vendido pela Santa Cruz. É o de safra mais antiga, e ainda está jovem. Tem corpo de médio a leve e boa intensidade aromática, com predominância de frutas vermelhas, e leve tostado. Tem 16 meses em barrica. Preço: R$60,00. É uma ótima relação custo-benefício, mas pode desagradar pessoas que querem vinhos encorpados.


    L5 de Loriñon 2008, produzido pelas Bodegas Breton, e importado pela b-cubo. As uvas vêm de videiras com mais de 40 anos de idade. Passou 14 meses em barrica. Tem corpo médio, ou seja, um pouquinho mais encorpado que o anterior, e o tostado também é leve como no anterior. O aroma revela frutas frescas, e os taninos são macios. O preço normal é R$129,00, mas na feira estava a R$94,00.
    Luis Alegre Reserva 2007. Este faz parte do portfólio da Cultvinho. É composto de 90% Tempranillo, e 'temperado' com pequenas quantidades de Garnacha, Graciano e Mazuelo, e passa 17 meses em barricas. É o mais encorpado dos três, ainda que elegante, e com boa persistência aromática. R$150,00.
Da Riberda del Duero, os destaques foram ambos trazidos pela Santa Cruz. Foram dois vinhos de 2004, 100% Tempranillo, mais encorpados que os exemplares da Rioja.
    Tinar de Mirat Crianza 2004: provém de vinhedos a 850m de altitude, passa 12 meses em barrica, resultando em um vinho de bom corpo, elegante, com taninos macios, com notas tostadas, frutadas e de especiarias. O preço normal é R$96,00, mas na feira saía por R$75,00.
    Blasón de Romera Reserva 2004: Foram 18 dias de maceração, fermentação malolática em tanques de inox, e posterior estágio de 36 meses em carvalho. O vinho é encorpado, com destaque para a acidez, domando bem os taninos e o álcool (14,5%). O aroma revela frutas mais frescas que o primeiro, e notas tostadas em bom equilíbrio. De R$120,00 por R$85,00, é um belo desconto. O vinho já está bom, mas com certeza tem longevidade maior do que o primeiro.

Portugal

No estande da MS Import encontrei um varietal com Petit Verdot vindo do Alentejo. Ao ver meu interesse no vinho rosé de Lima Mayer, o português Luis Miguel Duarte - que estava ajudando a apresentar os vinhos no stand da MS Import - trouxe até mim a garrafa do Petit Verdot, um dos produtos mais distintos do mesmo produtor. A Petit Verdot nunca é usada em varietal na França, e quase sempre, é utilizada em proporções muito pequenas. Mas o produtor tem conseguido bons resultados com a uva, que se adaptou muito bem ao clima do Alentejo.
    Petit Verdot 2006, de Lima Mayer, um varietal de Petit Verdot. Para domar os taninos, o vinho passou 14 meses em barrica de carvalho francês. É encorpado, com taninos firmes, mas bem equilibrados com a estrutura do vinho, e aromas de frutas negras, e um toque discreto da madeira. Só que é caro: o preço normal é de R$270,00, e na feira, foi vendido com um super desconto, e saía a R$192,00.

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