Hoje é dia do Beaujolais Nouveau. Todos os anos, uma célebre frase aparece em todas as campanhas de marketing que anunciam a chegada ao mercado de cada nova safra: Le Beaujolais Nouveau est arrivé! (O Beaujolais Nouveau chegou!). Mas eu preferi celebrar o dia com um Cru de Beaujolais.
Um espaço onde relato minhas experiências no mundo dos vinhos.
E eventualmente, também experiências relativas a outras bebidas.
21 de novembro de 2013
11 de novembro de 2013
Casa de Santa Eufémia
Eu peço desculpas se este texto acabou por se tornar demasiado longo e repleto de dados técnicos, mas se refere a uma degustação, para mim memorável, cheia de informações, excelentes vinhos e valores em que acredito, de forma que eu simplesmente me senti na obrigação de deixar tudo registrado. Esta semana, a ABS Campinas SBSomm abriu espaço para Pedro Carvalho, enólogo e proprietário da Casa de Santa Eufémia, para apresentar alguns de seus vinhos, produzidos no Alto Douro, entre Peso da Régua e Pinhão.
Pedro divide com sua irmã Lúcia o controle da produção da vinícola. São a quarta geração de vinicultores, porém só começaram a comercializar o próprio vinho do Porto em 1993, na gestão de seu pai. Isso porque, conforme já comentei por essas páginas (relembre aqui), até 1978, a legislação proibia a comercialização direta de vinho do Porto a partir das propriedades do Douro. Por isso, a Casa de Santa Eufémia - assim como a Quinta da Pacheca e tantos outros - eram obrigados a vender seus vinhos, ou mesmo apenas as uvas, para os produtores que tinham armazéns em Vila Nova de Gaia.
Hoje, a quinta, de 40ha, produz vinhos do Porto, e também do Douro, isto é, vinhos não-fortificados. E sempre a partir de vinhas velhas e misturadas, com média de 60 anos de idade, onde diversas variedades são cultivadas lado a lado. Forma ainda tradicional no Douro, apesar de estar perdendo força.
Cada casta tem um ciclo de maturação diferente, e no caso das variedades do Douro, se elas fossem plantadas em lotes separados, elas atingiriam o ponto ótimo de colheita com diferença de até três semanas. Porém, ao serem plantadas todas misturadas, os ciclos se ajustam, e a diferença entre os pontos de maturação se reduzem a 3 dias, no máximo. Exatamente como nos havia dito Rui Falcão, em palestra que deu naABS Campinas SBSomm (releia aqui).
Suas vinhas possuem uma grande diversidade genética, sendo compostas de mais de 20 variedades diferentes, entre as famosas Touriga Nacional, Trincadeira e Tinta Roriz, mas também Tinta Carvalha, Tinta Barroca, Tinto Cão, e a Touriga Fémea, também conhecida por lá como Touriga Brasileira. Apesar de não se saber porque tem esta segunda alcunha, tem-se apenas a certeza de que ela não é de origem brasileira.
Trabalho em azulejos na estação de comboios de Pinhão |
Pedro divide com sua irmã Lúcia o controle da produção da vinícola. São a quarta geração de vinicultores, porém só começaram a comercializar o próprio vinho do Porto em 1993, na gestão de seu pai. Isso porque, conforme já comentei por essas páginas (relembre aqui), até 1978, a legislação proibia a comercialização direta de vinho do Porto a partir das propriedades do Douro. Por isso, a Casa de Santa Eufémia - assim como a Quinta da Pacheca e tantos outros - eram obrigados a vender seus vinhos, ou mesmo apenas as uvas, para os produtores que tinham armazéns em Vila Nova de Gaia.
Hoje, a quinta, de 40ha, produz vinhos do Porto, e também do Douro, isto é, vinhos não-fortificados. E sempre a partir de vinhas velhas e misturadas, com média de 60 anos de idade, onde diversas variedades são cultivadas lado a lado. Forma ainda tradicional no Douro, apesar de estar perdendo força.
Cada casta tem um ciclo de maturação diferente, e no caso das variedades do Douro, se elas fossem plantadas em lotes separados, elas atingiriam o ponto ótimo de colheita com diferença de até três semanas. Porém, ao serem plantadas todas misturadas, os ciclos se ajustam, e a diferença entre os pontos de maturação se reduzem a 3 dias, no máximo. Exatamente como nos havia dito Rui Falcão, em palestra que deu na
Suas vinhas possuem uma grande diversidade genética, sendo compostas de mais de 20 variedades diferentes, entre as famosas Touriga Nacional, Trincadeira e Tinta Roriz, mas também Tinta Carvalha, Tinta Barroca, Tinto Cão, e a Touriga Fémea, também conhecida por lá como Touriga Brasileira. Apesar de não se saber porque tem esta segunda alcunha, tem-se apenas a certeza de que ela não é de origem brasileira.
10 de novembro de 2013
Frango à caçadora
O almoço do último domingo foi uma receita de frango à caçadora, do Claude Troisgros, executada com maestria pela Thais. Em vez de descrever os pormenores do prato, deixo o link para a receita, onde é possível ver também o vídeo com o próprio Claude ensinando a prepará-la.
No entanto, para entender sua complexidade de sabores, cito os principais ingredientes: frango marinado em vinho tinto (Syrah), azeitonas pretas, alcaparras, bacon, aliche, funghi porcini. Ou seja, dá pra perceber que o prato é intenso. As uvas verdes, frescas, junto do prato são um toque interessante, que suaviza um pouco as sensações.
No entanto, para entender sua complexidade de sabores, cito os principais ingredientes: frango marinado em vinho tinto (Syrah), azeitonas pretas, alcaparras, bacon, aliche, funghi porcini. Ou seja, dá pra perceber que o prato é intenso. As uvas verdes, frescas, junto do prato são um toque interessante, que suaviza um pouco as sensações.
8 de novembro de 2013
Vinhos Verdes tintos: exóticos, e incompreendidos
Basílica de Bom Jesus, Braga |
A primeira vez que provei um Vinho Verde tinto não foi uma experiência exatamente agradável. Foi em Braga, em um restaurante atrativo e aconchegante, próximo ao Arco da Porta Nova. A comida estava muito boa, mas o vinho, não desceu. Eu já conhecia a fama dele, que não é boa, mas minha curiosidade enológica me levou a arriscar. Uma jarra de vinho da casa era barata, e a Thais tomou com gosto.
Eu me lembro que o vinho tinha uma cor púrpura intensa, um pouco de agulha, alguma adstringência, e um aroma, que não era intenso, mas lembrava vinho de uva americana. Pelo menos para mim, lembrou. E foi isso que me impediu de terminar a minha taça.
Seja pelo aroma, como foi no meu caso, seja pela sensação em boca (leveza, acidez, agulha versus taninos), ele tem alta taxa de rejeição. Mesmo em Portugal, fora do Minho, ele não faz muito sucesso. E quem gosta, diz que não é um vinho para se degustar, é pra se tomar com comida. E comida pesada, de preferência, carnes gordurosas.
Mas, passado mais de um ano da minha primeira experiência com um Vinho Verde tinto, depois de aprender que Vinhão é Souzão, e depois de ter provado vinhos que não eram verdes, mas que continham Vinhão, resolvi dar uma segunda chance. Nesta sexta-feira, no evento Mesa ao Vivo, tive a oportunidade de provar as versões de diferentes produtores.
Assim como o que tomei em Braga, todos os vinhos que provei na Semana Mesa, eram de Vinhão. Além de ser a uva mais comum nos Vinhos Verdes tintos, ela aparece com freqüência também entre os vinhos do Porto e do Douro, sob o nome de Souzão. Porém, entre estes, só aparece em cortes, e em quantidades pequenas. Ela tem muita matéria corante, muita acidez, mas não tantos taninos.
Vinhos Verdes da Quinta de Santa Cristina
Esta sexta-feira, 08/11, foi o encerramento da 10ª edição da Semana Mesa São Paulo. E eu tirei o dia para ir até o Senac Santo Amaro, no sul da cidade, conhecer mais Vinhos Verdes, que assim como na edição passada, foram trazidos pela Comissão dos Vinhos Verdes. Entre eles, fui conhecer os vinhos da Garantia das Quintas, a convite do seu representante comercial Iono Santos.
A Garantia das Quintas é uma empresa jovem (de 2004) e possui uma pequena gama de produtos, a linha Quinta de Santa Cristina, em referência à propriedade em que são produzidos. A quinta, uma propriedade de 40ha, se localiza na sub-região do Basto, a mais continental, com menor influência do Atlântico, e portanto, uma região com mais insolação, e menos chuva, comparado com a maior parte do Minho.
A Garantia das Quintas é uma empresa jovem (de 2004) e possui uma pequena gama de produtos, a linha Quinta de Santa Cristina, em referência à propriedade em que são produzidos. A quinta, uma propriedade de 40ha, se localiza na sub-região do Basto, a mais continental, com menor influência do Atlântico, e portanto, uma região com mais insolação, e menos chuva, comparado com a maior parte do Minho.
4 de novembro de 2013
Deu La Deu no Makro
No ano passado, em Lisboa, tomei uma garrafa de Alvarinho Deu La Deu 2011 em um restaurante do bairro do Chiado, e paguei €15, achando caro. Aqui no Brasil, se pagamos R$71 por uma garrafa dessas, ainda pagamos felizes. Este vinho, conceituado por quem conhece Vinhos Verdes, é um rótulo top da Adega de Monção, e normalmente é encontrado por mais de R$90,00.
3 de novembro de 2013
Trôno Real Bruto 2009
Este espumante foi produzido pela Vinícola Castelar, na Bairrada. Foi feito com Bical, Maria Gomes, Arinto (30% cada) e Baga (10%), pelo método tradicional, apesar de o site do produtor não fornecer informação sobre quanto tempo passou em autólise. Mas eu acredito que não foi muito.
2 de novembro de 2013
Aquila Pinot Grigio Blush 2012
Encontrei na loja Duty Free do aeroporto de Heathrow, em promoção: 3 garrafas por £20. Pinot Grigio rosado é raro, e eles sempre têm uma cor encantadora: aquele salmão clarinho, clarinho. O Aquila Pinot Grigio Blush 2012 é produzido pela vinícola Viticoltori Friulani La Delizia, uma cooperativa de produtores da região de Friuli Venezia Giulia.
As uvas passam por maceração curta, de 6 a 8 horas, para se extrair só um pouco da cor, que já não é muito intensa, para começar. De resto, segue o processo de vinificação de vinhos brancos, com fermentação a baixa temperatura, e refinamento em tanques de inox.
As uvas passam por maceração curta, de 6 a 8 horas, para se extrair só um pouco da cor, que já não é muito intensa, para começar. De resto, segue o processo de vinificação de vinhos brancos, com fermentação a baixa temperatura, e refinamento em tanques de inox.
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