As uvas passam por maceração curta, de 6 a 8 horas, para se extrair só um pouco da cor, que já não é muito intensa, para começar. De resto, segue o processo de vinificação de vinhos brancos, com fermentação a baixa temperatura, e refinamento em tanques de inox.
É impressionante a elegância da sua cor na taça. É o rosado mais claro que eu já vi. É o que o nome diz, blush, mais um branco ruborescido, do que um rosé. Mas na verdade, eu o bebi mais com os olhos do que com a boca.
Ele é jovem, mas tem um caráter menos fresco do que eu esperava. No nariz, a primeira sensação foi de fruta cítrica, tendendo a toranja. Com boa intensidade aromática, apresentou também notas florais e de mel. Inicialmente, estava um pouco mais gelado do que seria o ideal, anulando a acidez, e deixando o vinho amargo. Mas tudo bem, como fazia calor, ele logo esquentava na taça. Mesmo assim, a acidez não era tão vibrante, incapaz de esconder o álcool, ou de compensar o aroma excessivamente melado.
No entanto, foi bem com o almoço deste sábado: costela de porco assada, com um tempero básico, de sal, alho, e algumas especiarias. Sem segredos, para o preparo. Amassam-se os temperos no pilão, espalham-no pela costela, e põe-se no forno, inicialmente fechada com papel alumínio, para ficar bem assado, e depois tira-se o papel, e volta pro forno para dar uma corada. Foi servido com farofa de couve, arroz, feijão, e salada.
Uma harmonização é boa quando a comida e a bebida proporcionam mais prazer juntos do que separados. Isso inclui disfarçar os defeitos um do outro, quando existem. E foi o que a costela fez: diminuiu a sensação de álcool, e equilibrou o aroma adocicado do vinho. No fim, uma refeição prazerosa, mas eu não compraria dele de novo.
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