22 de dezembro de 2013

Ventrechas de pacu e Vinho Verde

Eu e Thais adoramos Vinho Verde, pois são refrescantes, e harmonizam como nenhum outro com o nosso verão. Mais ainda com o calor de Cuiabá. Nesta semana de Natal, que passamos lá, aproveitei para levar algumas garrafas. Levei na mala, duas garrafas do Cativo 2012, vinho que comprei no supermercado Pão de Açúcar. Eu já o tinha comprado por R$25,90 antes, e gostado, mas desta vez estava a R$17,90. Por isso, gostei mais ainda.


Além disso, comprei outros dois rótulos diferentes pela Wine.com.br, que programei para serem entregues diretamente em Cuiabá: Solar das Bouças Loureiro 2012, por R$32,00, e Quinta da Aveleda Vinho Verde Branco 2012, por R$39,00. O primeiro, como não conhecia, comprei apenas uma garrafa. O segundo, eu já conhecia. Sabia, portanto, o que esperar do vinho, e sabia que ele não vale os R$54,00 que estão cobrando em diversos lugares. Achei, no entanto, mais condizente o preço de R$39,00 com que estava sendo vendido na Wine.com.br.

Ventrechas de pacu com farofa de banana

Chegando em Cuiabá, fomos recebidos com um banquete com as ventrechas de pacu fritas. Lá, já sabem o tanto que eu gosto de pacu. Sua carne é mais gordurosa que a de outros peixes, e talvez por isso ela seja mais saborosa, naturalmente. Ventrecha é um tipo de corte ao longo das espinhas do peixe. Cada ventrecha tem 3 ou 4 espinhas, a pele, e uma ponta mais carnuda que corresponde a parte da 'barriga' do peixe. As ventrechas são temperadas a gosto, e fritas em imersão.


O acompanhamento típico (de quase todos os pratos típicos cuiabanos) é a farofa de banana, feita com banana-da-terra frita, e no caso desta que acompanhou o banquete, bacon. Para contrabalançar tanta gordura, uma saladinha de rúcula e tomate, temperada com azeite e limão. E também, muito limão sobre as ventrechas.


Os vinhos escolhidos para a noite foram o Cativo, e o Solar das Bouças. A opinião geral era de que os dois vinhos eram muito bons mesmo, perfeitos com a comida e com o clima: secos, leves, pouco alcoólicos (10,5% e 11%, respectivamente), levemente efervescentes, refrescantes. A diferença estava no aroma do vinho, e neste quesito, o Cativo levou uma pequena vantagem na preferência dos comensais. Na minha opinião, tem um aroma mais 'arredondado', se é que me permitem a expressão. Explico: o Solar das Bouças, sendo um varietal da uva Loureiro, apresentou um aroma mais franco, direto: notas inconfundíveis de maracujá, e um fundo herbáceo típico da casta. Já o Cativo não apresenta essa tipicidade da Loureiro, os aromas são mais difusos, não menos intensos, apenas menos nítidos, lembrando várias frutas exóticas e cítricas, ao mesmo tempo. Mas todos concordaram, qualquer um dos dois é altamente recomendado com as ventrechas.


O calor de Cuiabá

O Aveleda corroborou o que eu esperava dele, e se mostrou muito semelhante ao Solar das Bouças, apresentando inclusive os mesmos aromas, além, é claro, de todo o frescor típico dos Vinhos Verdes. Ele tinha, inicialmente, a nobre incumbência de harmonizar uma galinhada com pequi, outro prato cuiabano. Só que com o calor, acabou sendo consumido antes do tempo. Tenho certeza que faria bonito, mas após essa experiência, acho que o Solar das Bouças representa um dinheiro mais bem gasto.


Quer conhecer mais a respeito de Vinhos Verdes? Leia: Dos Vinhos Verdes: Mas afinal, o que é Vinho Verde?.

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