Este é mais um vinho excelente que recebi do clube Winelands: o Templar Knight Cabernet Sauvignon 2006 presta homenagem aos Cavaleiros Templários, e também foi produzido pela Lovico Lozari / Stambolovo, o produtor de vários outros grandes vinhos búlgaros de que comentei (como o Merlot de Stambolovo 1991). É um vinho para quem gosta, ou quer conhecer, as características de um vinho de guarda no seu ponto ideal de consumo, sem precisar desembolsar uma fortuna.
Um espaço onde relato minhas experiências no mundo dos vinhos.
E eventualmente, também experiências relativas a outras bebidas.
29 de dezembro de 2014
26 de dezembro de 2014
Km 0 Río de la Plata Gran Reserva Viognier 2011
A pequena cidade de Carmelo, no sudoeste do Uruguai, se localiza no encontro entre os rios Uruguai e Paraná, quando nasce o famoso Rio da Prata. É o 'Km 0' do rio. Ali, o imigrante basco Don Lorenzo Irurtia se estabeleceu, no final do século XIX, e fundou sua vinícola: a Bodega Irurtia. É uma das vinícolas mais antigas do país. A primeira colheita ocorreu em 1913, e ano passado, com a quarta geração da família, a empresa festejou a centésima colheita. Hoje, ela possui mais de 350ha de vinhedos, e capacidade de produção de 9 milhões de litros por ano.
Esta pequena cidade está longe do roteiro enoturístico mais badalado do Uruguai, devido à sua distância em relação à capital Montevidéu (a 235 Km de distância). Mas a Winelands foi até lá para trazer seus vinhos ao Brasil.
Esta pequena cidade está longe do roteiro enoturístico mais badalado do Uruguai, devido à sua distância em relação à capital Montevidéu (a 235 Km de distância). Mas a Winelands foi até lá para trazer seus vinhos ao Brasil.
25 de dezembro de 2014
Espumante Don Guerino Malbec Rosé Brut
Ouvi falar da vinícola Don Guerino pela primeira vez neste ano de 2014. Só que ouvi diversas vezes a respeito dela, e só ouvi falar bem. Não apenas em blogs (como o Universo dos Vinhos, Diário de Baco, ou Contando Vinhos), mas também ouvi de um grupo de conhecidos da
21 de dezembro de 2014
Château de Bellet Baron G. Rosé 2013
Trouxe este vinho da minha última viagem à Provence, no último verão. O Baron G. Rosé 2103 foi produzido pelo Château de Bellet, na cidade de Nice, Côte d'Azur. Eu já havia provado um vinho branco deles (o Baron G. Blanc 2012), e aproveitei este final de ano, para tomar o rosé, na companhia dos meus pais.
20 de dezembro de 2014
Uma passadinha na João Mendes
Sempre que vou a Belo Horizonte de carro, eu dou uma passada na Cachaçaria João Mendes. Ela fica na Rodovia Fernão Dias, na altura do município de Perdões, Km 666, em direção a BH. Fui apresentado à marca por um amigo, exaltando como ela é macia e saborosa. Gostei muito da cachaça, e por uma feliz coincidência, eu a encontrei em meu caminho. Desde então, já parei lá 3 vezes. Neste intervalo de tempo, eles reformaram a loja para receber visitantes, e substituíram o engenho, mas a produção continua artesanal.
13 de dezembro de 2014
12 de dezembro de 2014
Bacalhôa Moscatel de Setúbal 2011
Comprei esta garrafa de Bacalhôa Moscatel de Setúbal 2011 por apenas R$35,00, na adega do Makro. Prometia ser uma barganha, pois encontro o mesmo vinho em uma loja perto de casa por R$70. Afinal, de vez em quando o Makro tem alguns vinhos interessantes, principalmente portugueses, a preços convidativos. Mas devo dizer que este me desapontou um pouco, eu esperava mais dele.
10 de dezembro de 2014
6 de dezembro de 2014
Salada de bacalhau com um Albariño
Mais uma noite quente, vai bem com uma salada de bacalhau e um vinho refrescante. A salada foi composta de cenouras cozidas e cogumelos - refogados com bastante alho e salsinha, batatinhas do tipo coquetel assadas, e lombinho de bacalhau desfiado. Tudo foi misturado e deixado esfriar. Depois de frio, foram adicionados mais salsinha fresca picada, azeite extra-virgem que trouxemos da Provence, e limão.
4 de dezembro de 2014
Rhein Extra Impérial Brut
Gostei da idéia do Jorge Alonso, do blog Contando Vinhos. Para evitar a confusão que o nome do espumante possa causar, ele o apresentou como Rhein Extra Impérial Brut, e assim, também o faço. Este é mais um saboroso espumante trazido pela Winelands, direto da Romênia.
Assim como a versão Rosé, que eu tomei no mês passado, ele é produzido na adega de Rhein & Cie Azuga, a mais antiga da Romênia (produzindo continuamente desde 1906), e hoje pertencente ao grupo Cramele Halewood, que é o fornecedor oficial da Casa Real Romena. Além disso, assim como o rosé, este também é feito com uvas plantadas na Transilvânia, que devido ao seu clima frio e úmido, é considerada a melhor região do país para vinhos brancos e espumantes.
Assim como a versão Rosé, que eu tomei no mês passado, ele é produzido na adega de Rhein & Cie Azuga, a mais antiga da Romênia (produzindo continuamente desde 1906), e hoje pertencente ao grupo Cramele Halewood, que é o fornecedor oficial da Casa Real Romena. Além disso, assim como o rosé, este também é feito com uvas plantadas na Transilvânia, que devido ao seu clima frio e úmido, é considerada a melhor região do país para vinhos brancos e espumantes.
27 de novembro de 2014
Adobe Pinot Noir 2013
Admiro o trabalho da vinícola Emiliana. Ela desenvolve um trabalho louvável de sustentabilidade. Mais do que apenas uma vinícola com cultivo orgânico e biodinâmico, ela é comprometida com o bem-estar dos funcionários e do meio ambiente. A visita à vinícola (no Valle de Casablanca, no Chile) é muito instrutiva e enriquecedora. Recomendo fortemente àqueles que visitam Santiago, e gostariam de visitar uma vinícola.
24 de novembro de 2014
Logodaj Bijoux 2012
Hoje foi o dia de conhecer mais um ótimo vinho da Bulgária: Bijoux 2012, que vem numa elegante garrafa estilo renana, foi produzido pela vinícola Logodaj, a mesma que produziu dois excelentes rosés que já comentei: o Melnik Rosé e o Nobile Rosé.
Este vinho branco foi produzido a partir de três variedades autóctones da Bulgária: as brancas Sandanski Misket[*] e Kerazuda, além da variedade tinta Melnik. Segundo o produtor, as duas primeiras variedades contribuem com o frescor e os aromas florais do vinho, enquanto a Melnik - a mesma usada nos dois rosés mencionados acima - fornece estrutura.
Este vinho branco foi produzido a partir de três variedades autóctones da Bulgária: as brancas Sandanski Misket[*] e Kerazuda, além da variedade tinta Melnik. Segundo o produtor, as duas primeiras variedades contribuem com o frescor e os aromas florais do vinho, enquanto a Melnik - a mesma usada nos dois rosés mencionados acima - fornece estrutura.
19 de novembro de 2014
Château Simone Blanc 2011
Eu estava com esta garrafa de um vinhaço que eu não agüentava mais esperar para provar: Château Simone Blanc 2011. Eu comprei a garrafa neste verão, quando visitei o Château, que é um dos produtores mais conceituados da Provence (e não é pelos vinhos rosés).
13 de novembro de 2014
Oumsiyat Jaspe 2010, um vinho do Líbano
Depois de um ano com seleções com muito pouca criatividade, a Sociedade da Mesa melhorou bastante neste final de ano. Após o excelente Roccamora Negroamaro 2011, no mês passado, agora em novembro trouxe para o Brasil um vinho do Líbano: Oumsiyat Jaspe 2010.
O renascimento da cultura do vinho no país aconteceu a partir da segunda metade do século XIX, com a atuação de jesuítas, sendo posteriormente reforçado pelo domínio francês na área, no período entre-guerras. As principais variedades cultivadas são as francesas, tanto as 'internacionais' Cabernet Sauvignon e Merlot, quanto as variedades do Rhône e Provence (Syrah, Cinsault, Carignan, Grenache, etc.). Os 15 anos de guerra civil no país entre 1975 e 1990 impediram o avanço da indústria, mas hoje, com relativa paz, a produção de vinho volta a florescer. Atualmente, o país possui um total de 2000ha plantados, divididos entre 40 produtores[*].
O vinho no Líbano
A região que hoje compreende o Líbano foi uma das primeiras áreas vinícolas do mundo, havendo evidências da produção pelos fenícios (desde pelo menos 3000 AC). A dominação otomana determinou o declínio da cultura vinícola, já que não permitia o consumo de bebidas alcoólicas.O renascimento da cultura do vinho no país aconteceu a partir da segunda metade do século XIX, com a atuação de jesuítas, sendo posteriormente reforçado pelo domínio francês na área, no período entre-guerras. As principais variedades cultivadas são as francesas, tanto as 'internacionais' Cabernet Sauvignon e Merlot, quanto as variedades do Rhône e Provence (Syrah, Cinsault, Carignan, Grenache, etc.). Os 15 anos de guerra civil no país entre 1975 e 1990 impediram o avanço da indústria, mas hoje, com relativa paz, a produção de vinho volta a florescer. Atualmente, o país possui um total de 2000ha plantados, divididos entre 40 produtores[*].
Champagne Deutz Brut Classic
Este é um espumante diferenciado, mesmo se tratando de um produto da linha de entrada. Afinal, trata-se de Champagne, e mais do que isso, um Champagne Deutz. A casa, fundada em 1838, goza de grande reputação, que está diretamente relacionada à qualidade dos seus produtos.
O seu espumante de entrada, o Deutz Brut Classic é produzido com partes iguais de Chardonnay, Pinot Noir e Pinot Meunier, sendo que 80% das uvas são provenientes de vinhos Premier Cru e Grand Cru[*]. Além disso, o espumante passa 30 meses maturando sobre as borras, para adquirir toda sua complexidade aromática. Pois é, é o produto básico da casa, e passa 30 meses maturando, o que demonstra o seu comprometimento em elaborar Champagnes de qualidade. Para fins de comparação, os Champagnes mais simples passam apenas 12 meses sobre as borras, que é o tempo mínimo exigido.
É um espumante de 'espírito' jovem e fresco, mesmo com todo este tempo de maturação. Apresenta cor amarelo-palha de intensidade média, aromas predominantemente frescos, como flores e frutas brancas, e também o característico briochée, resultado da maturação. Possui uma boa acidez, em equilíbrio com o licor de dosagem, e bom volume de boca, com o aroma de brioche dominando o retrogosto.
O seu espumante de entrada, o Deutz Brut Classic é produzido com partes iguais de Chardonnay, Pinot Noir e Pinot Meunier, sendo que 80% das uvas são provenientes de vinhos Premier Cru e Grand Cru[*]. Além disso, o espumante passa 30 meses maturando sobre as borras, para adquirir toda sua complexidade aromática. Pois é, é o produto básico da casa, e passa 30 meses maturando, o que demonstra o seu comprometimento em elaborar Champagnes de qualidade. Para fins de comparação, os Champagnes mais simples passam apenas 12 meses sobre as borras, que é o tempo mínimo exigido.
É um espumante de 'espírito' jovem e fresco, mesmo com todo este tempo de maturação. Apresenta cor amarelo-palha de intensidade média, aromas predominantemente frescos, como flores e frutas brancas, e também o característico briochée, resultado da maturação. Possui uma boa acidez, em equilíbrio com o licor de dosagem, e bom volume de boca, com o aroma de brioche dominando o retrogosto.
Gramona III Lustros Gran Reserva: um cava da safra 2004
Participar de uma confraria tem destas regalias: poder apreciar vinhos mais caros, cujos preços eu não estaria disposto a arcar sozinho. Na confraria, dividimos o custo entre todos os confrades, de forma que o custo por pessoa fica sendo um terço ou menos do preço do vinho. E desta forma, no último encontro do ano, tivemos a oportunidade de tomar um cava gran reserva da safra de 2004, que passou mais de 5 anos maturando em contato com as leveduras! Trata-se do Cava Gramona III Lustros Gran Reserva Brut Nature.
19 de outubro de 2014
Rhein Extra Brut Rosé
Antes de mais nada, vamos esclarecer um possível mal-entendido que possa ser causado pelo nome deste espumante: ele não é extra-brut. Seu nome é Rhein Extra, e ele é classificado como Brut, o que implica que possui até 15g/L de açúcar. Ou seja, ele tem uma sensação seca equilibrada, sem ser extremamente seco.
18 de outubro de 2014
Pale Cream Sherry
Para um espanhol, Jerez que se preza, só seco. E não é só o espanhol. Os críticos de vinho veneram os estilos secos - do Fino ao Oloroso - e os super doces PX (o que considero uma incoerência), mas menosprezam as categorias de doçura intermediárias (os chamados generosos de licor). Acho uma injustiça. Vinho doce não significa vinho ruim. E os Cream Sherries costumam apresentar os mesmos aromas característicos de seus equivalentes secos, porém são mais amigáveis à boca, sendo menos estranhos a quem os prova pela primeira vez.
Eu bem me lembro da estranheza que foi provar meus primeiros Jerez, licorosos e secos, que ao mesmo tempo me encantavam com aromas cativantes, mas que na boca pareciam desequilibrados. Foi preciso provar algumas vezes, para entender que o equilíbrio de um Jerez é diferente do de outros vinhos. A acidez é normalmente mais baixa, o teor alcoólico é mais alto, e não há doçura para balanceá-lo.
Essa é a vantagem dos generosos de licor. Eles têm aromas similares aos seus equivalentes secos, mas com uma doçura que os deixam menos estranhos para quem os prova pela primeira vez. Eles são mais populares na Inglaterra - onde seus fiéis consumidores estão alheios à opinião dos críticos - e por isso são mais conhecidos como Cream Sherries.
Este da foto acima é um Pale Cream Sherry, produzido pela Emílio Lustau, e engarrafado especialmente para a rede de hipermercados Waitrose, da Inglaterra. Pale Cream é um Fino adoçado; e neste caso, utiliza-se um produto chamado de mosto retificado, que consiste basicamente de água e açúcar proveniente da uva. Diversos vinhos semi-secos são adoçados com mosto retificado.
O uso do mosto retificado garante que ele tenha a cor típica de um Fino, amarelo-palha de baixa intensidade. O nariz também é equivalente, com notas evidentes de leveduras, maçã vermelha, e um leve amendoado. A diferença está na boca, mais macia, em que o leve teor de açúcar equilibra o álcool (17,5%). Tem uma sensação levemente untuosa, acidez discreta mas suficiente, e final longo. É muito fácil ser cativado de imediato; é um ótimo vinho para ficar bebericando devagarinho após uma refeição, ou acompanhando uma torta de frutas pouco doce.
15 de outubro de 2014
Vinhos da Azienda Agricola Livon, Friuli
No final do mês passado, em função da degustação de vinhos laranjas na ABS, falamos da região de Collio, uma pequena DOC na fronteira com a Eslovênia. Nesta região, Josko Gravner faz os seus vinhos laranjas, que são a referência neste estilo. Mas a região já tinha grande reputação com seus vinhos brancos, muito antes dos vinhos laranjas de Gravner.
Coincidentemente, esta semana, a loja Excelência Vinhos - junto com o importador Mercovino - realizou uma degustação de vinhos com produtos da Azienda Agricola Livon, cuja sede se localiza nesta mesma região. Foi uma grande oportunidade de conhecer mais os vinhos da região, e comprovar a qualidade de seus brancos. A degustação foi um evento descontraído, um coquetel sem formalidades - como ocorre de praxe na loja - e contou com a presença do representante comercial da vinícola, Maurizio Dalmasson. Foram degustados 8 vinhos, sendo 6 brancos, já que é o principal produto do Friuli.
Coincidentemente, esta semana, a loja Excelência Vinhos - junto com o importador Mercovino - realizou uma degustação de vinhos com produtos da Azienda Agricola Livon, cuja sede se localiza nesta mesma região. Foi uma grande oportunidade de conhecer mais os vinhos da região, e comprovar a qualidade de seus brancos. A degustação foi um evento descontraído, um coquetel sem formalidades - como ocorre de praxe na loja - e contou com a presença do representante comercial da vinícola, Maurizio Dalmasson. Foram degustados 8 vinhos, sendo 6 brancos, já que é o principal produto do Friuli.
12 de outubro de 2014
Ho fun de frutos do mar com um rosé da Bulgária
Domingo de calor avassalador, nem sinal de chuva. E tem gente que ainda duvida do aquecimento global. Com este calor, nada melhor que uma refeição refrescante. Por isso, o almoço foi um prato com influência do sudeste asiático, harmonizado com um delicioso rosé da Bulgária. Thais preparou um macarrão de arroz (ho fun) com frutos do mar, cogumelos e cenoura amarela, temperados com alho, gengibre, pimenta e ervas: um prato ao mesmo tempo apimentado e refrescante, com ótimo equilíbrio entre a pimenta e as ervas.
7 de outubro de 2014
Vinhos laranjas: os vinhos de Josko Gravner
Estes vinhos foram degustados no evento Vinhos Laranjas da ABS Campinas SBSomm (clique aqui para conhecer mais sobre o que são os vinhos laranjas).
Alves de Souza Reserva Pessoal 2005
Este vinho foi apresentado pela importadora Decanter como um vinho laranja, no evento Vinhos Laranjas da ABS Campinas SBSomm (clique aqui para conhecer mais sobre o que são os vinhos laranjas).
Vinhos laranjas: Dettori Renosu Bianco IGT Romangia
Este vinho foi degustado no evento Vinhos Laranjas da ABS Campinas SBSomm (clique aqui para conhecer mais sobre o que são os vinhos laranjas).
Vinhos laranjas: De Martino Muscat Viejas Tinajas 2013
Este vinho foi degustado no evento Vinhos Laranjas da ABS Campinas SBSomm (clique aqui para conhecer mais sobre o que são os vinhos laranjas).
3 de outubro de 2014
Principele R 2011
Hoje foi dia de tomar outro vinho romeno. Mas não um qualquer, e sim, um vinho de sangue nobre. O Principele R 2011 foi produzido pela Cramele Halewood (a mesma empresa que fez o Prahova Valley). Ela é fornecedora oficial dos vinhos da família real romena. Mais do que isto, de acordo com a empresa, este vinho foi produzido sob supervisão do Príncipe Radu, para ser o vinho oficial da Casa Real Romena. Foram produzidas apenas 4000 garrafas. E apesar da exclusividade (a safra de 2011 se esgotou no produtor), a Winelands trouxe algumas garrafas ao Brasil.
29 de setembro de 2014
Vinhos laranjas
Oficialmente, as legislações que regulam os tipos de vinho definem os tintos, os brancos e os rosés. Mas a realidade é mais complexa que isso. Uma das exceções é o que vem sido chamado de 'vinhos laranjas'*.
Esta expressão é recente - não tem nem 10 anos - e este vinho está na moda entre os enófilos mais ávidos por novidades; mas na realidade, se trata de um tipo de vinho muito antigo. O termo se refere a vinhos brancos em que o mosto passa por maceração com as cascas das uvas durante meses, e sem as tecnologias atuais: sem controle de temperatura, e sem proteção contra oxidação. Basicamente, um vinho branco como ele era produzido na origem da história vinicultura.
O resultado é um vinho com cor acobreada, entre o laranja e o âmbar, encorpado, rico em componentes fenólicos (vinho branco com taninos!) e com aromas que remetem a oxidação.
Quem busca este tipo de produção busca um conceito natural, com mínimo de manipulação tecnológica. Isso inclui reduzir ao mínimo a adição de substâncias sintéticas (industriais) tanto no vinho, quanto nos vinhedos. Tratam-se, portanto, de vinhas de cultivo orgânico e, muitas vezes, biodinâmico, fermentação com leveduras nativas, mínima filtração, sem correção de acidez, e mínimo de adição de sulfitos.
Esta expressão é recente - não tem nem 10 anos - e este vinho está na moda entre os enófilos mais ávidos por novidades; mas na realidade, se trata de um tipo de vinho muito antigo. O termo se refere a vinhos brancos em que o mosto passa por maceração com as cascas das uvas durante meses, e sem as tecnologias atuais: sem controle de temperatura, e sem proteção contra oxidação. Basicamente, um vinho branco como ele era produzido na origem da história vinicultura.
O resultado é um vinho com cor acobreada, entre o laranja e o âmbar, encorpado, rico em componentes fenólicos (vinho branco com taninos!) e com aromas que remetem a oxidação.
Quem busca este tipo de produção busca um conceito natural, com mínimo de manipulação tecnológica. Isso inclui reduzir ao mínimo a adição de substâncias sintéticas (industriais) tanto no vinho, quanto nos vinhedos. Tratam-se, portanto, de vinhas de cultivo orgânico e, muitas vezes, biodinâmico, fermentação com leveduras nativas, mínima filtração, sem correção de acidez, e mínimo de adição de sulfitos.
Créditos da foto: http://world.gravner.it |
24 de setembro de 2014
Roccamora Negroamaro 2011
Após vários meses, a Sociedade da Mesa voltou a selecionar um vinho interessante. Ele veio da Puglia, o calcanhar da "Bota", se chama Roccamora Negroamaro 2011, foi produzido pela Schola Sarmenti, e possui Denominação de Origem Controlada Nardò Rosso.
22 de setembro de 2014
Prahova Valley Special Reserve Pinot Noir 2013
A Winelands, em sua incessante busca por vinhos de origens exóticas, trouxe este mês vinhos da Romênia. Entre eles, vários vinhos da Cramele Halewood.
Esta empresa de origem inglesa foi fundada em 1978, e já a partir de 1987 começou a criar laços com a Romênia, importando vinhos deste país para a Inglaterra. Com o fim do governo comunista, ela formou uma parceria com a empresa estatal, se tornando exportadora oficial dos vinhos romenos. Além disso, começou a comprar terras para iniciar produção própria. Hoje, a Cramele Halewood possui 350ha de vinhedos no país, localizados principalmente na Transilvânia (para brancos e espumantes), e na Valáquia (para tintos). [*]
Esta empresa de origem inglesa foi fundada em 1978, e já a partir de 1987 começou a criar laços com a Romênia, importando vinhos deste país para a Inglaterra. Com o fim do governo comunista, ela formou uma parceria com a empresa estatal, se tornando exportadora oficial dos vinhos romenos. Além disso, começou a comprar terras para iniciar produção própria. Hoje, a Cramele Halewood possui 350ha de vinhedos no país, localizados principalmente na Transilvânia (para brancos e espumantes), e na Valáquia (para tintos). [*]
Dobrogea, no extremo leste do país, é a região da foz do rio Danúbio. |
17 de setembro de 2014
Paternina Conde de Los Andes Gran Reserva 2004
Eu não cheguei a me empolgar muito com esses sites de vinho que vendem como se fosse "compra coletiva". Sabe, daqueles que só vendem vinhos com ofertas de prazo determinado. Às vezes aparece algum vinho diferente, que fico com vontade de provar, mas o custo do frete anula a proposta. Até que, um dia, apareceu uma oferta que parecia mesmo imperdível: Paternina Conde de Los Andes Gran Reserva 2004.
16 de setembro de 2014
Licor de cassis NÃO vem da cidade de Cassis
Recentemente, li em um blog, que pertence a uma loja virtual de vinhos, um texto dizendo que o licor de Cassis viria da cidade de Cassis. Esta informação está errada! Eles escreveram:
Com exceção da região de Cassis, especializada na fabricação de vinhos brancos (e do delicioso licor que aqui no Brasil comemos com creme de mamão Papaya)...
E se até um profissional de uma loja de vinhos comete esta gafe, imagina a maioria da população, que não tem obrigação de saber. Por isso, me sinto na obrigação de esclarecer.
13 de setembro de 2014
Merlot Stambolovo 2007, um vinho de guarda
Este é mais um vinho de guarda da Bulgária, trazido pela Winelands: Merlot Stambolovo 2007. Ele é produzido pela vinícola Stambolovo, na região homônima, com Denominação de Origem Protegida, devido à reputação por seus vinhos Merlot.
No ano passado, a Winelands havia trazido o Merlot Stambolovo 1991, um vinho do mesmo produtor, mas com 22 anos de idade! Se aquele vinho teve tanta saúde para ser guardado por 22 anos, é seguro que se poderia esperar muito deste. É claro que os tempos são outros: em 1991, o país mal tinha saído do regime comunista, e a vinícola ainda era estatal. Uma diferença já é possível perceber ao ler rótulo: o vinho da época tinha 12% de teor alcoólico, enquanto as novas safras possuem 13%. Mas se aquele de 1991 se mostrava no momento ideal de consumo, esta versão 2007 ainda mostra muita saúde.
No ano passado, a Winelands havia trazido o Merlot Stambolovo 1991, um vinho do mesmo produtor, mas com 22 anos de idade! Se aquele vinho teve tanta saúde para ser guardado por 22 anos, é seguro que se poderia esperar muito deste. É claro que os tempos são outros: em 1991, o país mal tinha saído do regime comunista, e a vinícola ainda era estatal. Uma diferença já é possível perceber ao ler rótulo: o vinho da época tinha 12% de teor alcoólico, enquanto as novas safras possuem 13%. Mas se aquele de 1991 se mostrava no momento ideal de consumo, esta versão 2007 ainda mostra muita saúde.
6 de setembro de 2014
Salada de arroz vermelho e tomates em três cores
Eu e Thais valorizamos a diversidade de variedades para um mesmo alimento: diferentes variedades de arroz, de feijão, de tomate, de bananas, até de uvas. Apoiamos os argumentos do movimento slow food, que essa diversidade é mais saudável e mais sustentável.
E o almoço de hoje foi inspirado nessa premissa. Thais encontrou no mercado duas variedades de tomates diferentes, que não encontramos com freqüência: uma amarela e uma marrom. Ela aproveitou a oportunidade, e comprou também arroz integral vermelho, para fazer uma salada diferente. A salada levou arroz, cenoura e vagem cozidos, 3 variedades de tomates diferentes, nozes picadas e queijo parmesão ralado.
E o almoço de hoje foi inspirado nessa premissa. Thais encontrou no mercado duas variedades de tomates diferentes, que não encontramos com freqüência: uma amarela e uma marrom. Ela aproveitou a oportunidade, e comprou também arroz integral vermelho, para fazer uma salada diferente. A salada levou arroz, cenoura e vagem cozidos, 3 variedades de tomates diferentes, nozes picadas e queijo parmesão ralado.
3 de setembro de 2014
Focaccia e Clos d'Albizzi
Esta noite a Thais resolveu fazer uma focaccia. Foi buscar a receita do Gennaro Contaldo, que vem a ser ninguém menos que o mentor de Jamie Oliver para cozinha italiana. Segue o link para a receita: http://www.bbc.co.uk/food/recipes/focaccia_with_garlic_and_35777.
A massa, com os grãos de sal moído, folhinhas de alecrim, lascas de alho e azeite não-filtrado, preencheu todo o ar da casa com um aroma fantástico, enquanto assava ao forno. O sabor estava igualmente delicioso, depois de pronto. Comemos junto de cubos de berinjela grelhados, temperados com alho e orégano fresco.
A massa, com os grãos de sal moído, folhinhas de alecrim, lascas de alho e azeite não-filtrado, preencheu todo o ar da casa com um aroma fantástico, enquanto assava ao forno. O sabor estava igualmente delicioso, depois de pronto. Comemos junto de cubos de berinjela grelhados, temperados com alho e orégano fresco.
30 de agosto de 2014
Cavino Naoussa Xinomavro 2011
Apesar da forte tradição vinícola da Grécia, pouquíssimos vinhos chegam ao Brasil, e por isso conhecemos muito pouco sobre eles. E a cada novo vinho, vamos descobrindo um pouco mais sobre suas uvas e regiões. A Winelands tem trazido ao Brasil regularmente vinhos gregos, principalmente os produzidos pela Cavino. Eles estiveram na Expovinis este ano, (escrevi sobre sua participação na feira, aqui).
A Grécia possui uvas autóctones muito interessantes, e algumas estão intrinsecamente ligadas à sua região de origem. Já escrevi sobre a uva Roditis (DOP Patras) e também sobre a Agiorgitiko (DOP Nemea), ambas da região do Peloponeso.
A Grécia possui uvas autóctones muito interessantes, e algumas estão intrinsecamente ligadas à sua região de origem. Já escrevi sobre a uva Roditis (DOP Patras) e também sobre a Agiorgitiko (DOP Nemea), ambas da região do Peloponeso.
17 de agosto de 2014
Vinho Verde vai bem com Cuiabá
Vinho Verde harmoniza com Cuiabá. Vai bem com o calor, e com a culinária da cidade.
Já estávamos de viagem marcada para Cuiabá, então aproveitei a promoção da Wine.com.br, para enviar algumas garrafas do Artefacto 2013, por R$24,50 cada, e frete gratuito. Este vinho é importação exclusiva do site, e é produzido por um dos enólogos de maior reputação de Portugal: Luís Duarte. Eu já havia conhecido alguns de seus vinhos produzidos no Alentejo, em degustação na ABS, mas esta é a primeira vez que provo um vinho feito por ele que vem de outra região - no caso, da região dos Vinhos Verdes.
O vinho é classificado como semi-seco pela legislação brasileira, mas conforme já comentei antes, para um Vinho Verde, é necessário verificar o equilíbrio entre a acidez e a doçura. E de fato, ele não tem caráter 'adamado' (como se diz por lá), resultando em um vinho de sensação predominantemente seca, em que o açúcar residual apenas amacia a acidez pungente. Além disso, apresenta bastante da tradicional agulha que faz esses vinhos tão refrescantes e fáceis de harmonizar.
Já estávamos de viagem marcada para Cuiabá, então aproveitei a promoção da Wine.com.br, para enviar algumas garrafas do Artefacto 2013, por R$24,50 cada, e frete gratuito. Este vinho é importação exclusiva do site, e é produzido por um dos enólogos de maior reputação de Portugal: Luís Duarte. Eu já havia conhecido alguns de seus vinhos produzidos no Alentejo, em degustação na ABS, mas esta é a primeira vez que provo um vinho feito por ele que vem de outra região - no caso, da região dos Vinhos Verdes.
O vinho é classificado como semi-seco pela legislação brasileira, mas conforme já comentei antes, para um Vinho Verde, é necessário verificar o equilíbrio entre a acidez e a doçura. E de fato, ele não tem caráter 'adamado' (como se diz por lá), resultando em um vinho de sensação predominantemente seca, em que o açúcar residual apenas amacia a acidez pungente. Além disso, apresenta bastante da tradicional agulha que faz esses vinhos tão refrescantes e fáceis de harmonizar.
13 de agosto de 2014
Bouquet Nouveau 2013
Já ouviu falar dos vinhos de Edoardo Miroglio, um empresário italiano da indústria têxtil, que investiu na produção de vinhos na Bulgária? Alguns de seus vinhos já andaram repercutindo pelos blogs do Brasil, como o Soli Pinot Noir.
Hoje conheci o Bouquet Nouveau 2013. Vinho que faz parte da sua linha de cultivo orgânico, com certificação da União Européia, e cujo nome remete aos vinhos do Beaujolais, que serviram de inspiração para este rótulo (sem precisar usar indevidamente um nome de Denominação de Origem, protegido por leis internacionais, como fez um certo produtor tupiniquim, este ano).
Hoje conheci o Bouquet Nouveau 2013. Vinho que faz parte da sua linha de cultivo orgânico, com certificação da União Européia, e cujo nome remete aos vinhos do Beaujolais, que serviram de inspiração para este rótulo (sem precisar usar indevidamente um nome de Denominação de Origem, protegido por leis internacionais, como fez um certo produtor tupiniquim, este ano).
11 de agosto de 2014
Logodaj Melnik, rosé da Bulgária
A Winelands, como de costume, nos permite fazer uma viagem virtual por países e uvas exóticas. Desta vez eles trouxeram um vinho rosé da Bulgária.
6 de agosto de 2014
Um Chablis e "my version of thai shrimp noodle"
O primeiro passo foi colocar a água para ferver. Assim que ferveu, ela colocou a massa para cozinhar. Em paralelo, ela colocou o camarão marinando com sal e limão. À parte, ela cortou cenouras e vagem "à julienne". Refogou tudo num panela wok, com um pouco de azeite e no final, acrescentou broto de feijão. Então ela separou os legumes, e na wok novamente vazia, dourou alguns dentes de alho picados, e logo acrescentou o camarão. Assim que o caldo secou, e o camarão começou a fritar, ela adicionou caldo de capim-limão. Em seguida, acrescentou os vegetais, o macarrão (devidamente escorrido, claro), folhas de coentro frescas, e misturou tudo.
Esta foi "my version of thai shrimp noodle" da Thais, inspirado em uma refeição que comemos em um restaurante de comida tailandesa. Um prato refrescante, cheio de sabores: o alho, camarão, capim-limão e coentro se equilibram. A massa ficou al dente, e os vegetais apenas levemente refogados, ainda crocantes, tudo como deve ser. E se perguntar, ela diz que foi fácil de fazer: não levou nem 30 minutos.
Esta foi "my version of thai shrimp noodle" da Thais, inspirado em uma refeição que comemos em um restaurante de comida tailandesa. Um prato refrescante, cheio de sabores: o alho, camarão, capim-limão e coentro se equilibram. A massa ficou al dente, e os vegetais apenas levemente refogados, ainda crocantes, tudo como deve ser. E se perguntar, ela diz que foi fácil de fazer: não levou nem 30 minutos.
29 de julho de 2014
28 de julho de 2014
Um duo de Gamza da Lovico Suhindol
Chegaram mais vinhos búlgaros ao mercado brasileiro. A Winelands trouxe este ano mais vinhos da Lovico Suhindol. Eu havia escrito sobre alguns vinhos deste produtor, no ano passado (relembre: Retrospectiva vinhos da Bulgária).
Os vinhos trazidos este ano foram diferentes dos vinhos do ano passado. Dois deles são produzidos com a variedade Gamza, típica da Bulgária. É uma das poucas variedades nativas que ainda são utilizadas comercialmente. Os vinhos são Lovico Gamza Reserve 2009 e Gamza AOC Suhindol 2008. Mais dois ótimos vinhos, complexos e equilibrados, corroborando a qualidade deste produtor.
Os vinhos trazidos este ano foram diferentes dos vinhos do ano passado. Dois deles são produzidos com a variedade Gamza, típica da Bulgária. É uma das poucas variedades nativas que ainda são utilizadas comercialmente. Os vinhos são Lovico Gamza Reserve 2009 e Gamza AOC Suhindol 2008. Mais dois ótimos vinhos, complexos e equilibrados, corroborando a qualidade deste produtor.
19 de julho de 2014
17 de julho de 2014
Sobre vinhos na Provence: Château Simone, o ícone de Palette
(...e um rosé maturado em tonéis, com 9 anos de idade)
Quem conhece a Apelação de Origem Protegida de Palette, conhece o Château Simone. É um ícone: o maior produtor, e de maior reputação. Inquestionável, reverenciado por todos que provaram seus vinhos. Por isso, em visita à região, eu não poderia deixar de visitá-los.
Foto cedida sob licença da Commons Wikimedia |
9 de julho de 2014
Sobre vinhos na Provence: Grassenc?
Um dos últimos passeios que fizemos foi a Saint-Paul de Vence, outra cidade medieval construida no alto de uma montanha (assim como Les-Baux-de-Provence). O centro medieval é todo murado, e acessível apenas para pedestres, com lojas, restaurantes e hotéis, claro, mas com mais cara de cidade - no sentido de 'lugar onde moram pessoas'. Muitas portas eram claramente das casas de pessoas, e flores enfeitavam muitas janelas.
7 de julho de 2014
Sobre vinhos na Provence: La Guilde des Vignerons
Nos últimos dias de viagem, ficamos hospedados na pequena cidade de Le Thoronet, no centro da região de Var, um pouco ao norte de Saint-Tropez. A cidade fica a menos de 50Km do mar, no entanto separada dele pelo maciço dos Mouros. Essa larga cadeia de montanhas garante um clima de serra na cidade. Em pleno verão, o sol nasce cedo, mas o clima se mantém fresco até para lá das 10:00 das manhã. Com sol contínuo durante todo o dia, a temperatura sobe e se torna quente, por volta dos 27ºC, até que após as 18:00, muito antes do sol se pôr, a temperatura baixa novamente, garantindo uma noite fresca, se não fria.
3 de julho de 2014
Sobre vinhos na Provence: Château de Crémat Rouge 2010
Hospedados em um apartamento alugado em Aix-en-Provence, temos a oportunidade de fazer algumas refeições em casa, o que além de ser mais barato do que só comer em restaurantes, permite explorar os mercados e supermercados do lugar, o que permite uma imersão maior na cultura local.
Na última ida ao mercado, encontramos uma peça de filet suculenta, enrolada com uma grande tira de bacon, e amarrada com barbantes. Obviamente, levamos. Em casa, fizemos alguns furos para inserir dentes de alho, e deixamos marinando em sal com vinho tinto, por um dia. Na noite do dia seguinte, tiramos da marinada, selamos a carne em uma frigideira, e depois colocamos para assar, com a peça toda envolta em papel alumínio. Após o tempo de cozimento, tiramos o papel para dourar a peça. O resultado foi essa belezinha abaixo.
Uma bela peça de carne como essa é um boa oportunidade para tomarmos um tinto, para variar. Por isso, eu abri o Château de Crémat Rouge 2010. Eu tinha comprado a garrafa no próprio Château de Crémat, quando o visitei, no início da viagem. Um vinho diferenciado como esses, qual ocasião melhor para tomá-lo do que tomar com as pessoas mais importantes da vida, como seus pais e sua esposa? Melhor ainda saber que minha mãe, que não gosta muito de tintos, tinha aprovado este (na ocasião da visita ao produtor), então era a escolha perfeita.
É um vinho muito gostoso, de produção limitada, feito com uma variedade de uva rara (a Folle Noire), proveniente de colheita manual. Para o pessoal do sul da Provence (ou pelo menos para a funcionária do Château) é um vinho encorpado, potente. Bem, eles não estão acostumados com os argentinos e chilenos. Para mim, este é um vinho leve (no máximo, corpo médio) mas nem por isso, ruim. Aliás, com o calor do verão, até melhor que seja um pouco mais leve, mesmo. Os taninos são macios, e a acidez predomina, junto de aromas frutados, com um pequeno toque de especiarias por causa do estágio em madeira. Caiu muito bem com a carne, com a noite com cara de fim de tarde, e agradou a todos.
Na última ida ao mercado, encontramos uma peça de filet suculenta, enrolada com uma grande tira de bacon, e amarrada com barbantes. Obviamente, levamos. Em casa, fizemos alguns furos para inserir dentes de alho, e deixamos marinando em sal com vinho tinto, por um dia. Na noite do dia seguinte, tiramos da marinada, selamos a carne em uma frigideira, e depois colocamos para assar, com a peça toda envolta em papel alumínio. Após o tempo de cozimento, tiramos o papel para dourar a peça. O resultado foi essa belezinha abaixo.
Uma bela peça de carne como essa é um boa oportunidade para tomarmos um tinto, para variar. Por isso, eu abri o Château de Crémat Rouge 2010. Eu tinha comprado a garrafa no próprio Château de Crémat, quando o visitei, no início da viagem. Um vinho diferenciado como esses, qual ocasião melhor para tomá-lo do que tomar com as pessoas mais importantes da vida, como seus pais e sua esposa? Melhor ainda saber que minha mãe, que não gosta muito de tintos, tinha aprovado este (na ocasião da visita ao produtor), então era a escolha perfeita.
É um vinho muito gostoso, de produção limitada, feito com uma variedade de uva rara (a Folle Noire), proveniente de colheita manual. Para o pessoal do sul da Provence (ou pelo menos para a funcionária do Château) é um vinho encorpado, potente. Bem, eles não estão acostumados com os argentinos e chilenos. Para mim, este é um vinho leve (no máximo, corpo médio) mas nem por isso, ruim. Aliás, com o calor do verão, até melhor que seja um pouco mais leve, mesmo. Os taninos são macios, e a acidez predomina, junto de aromas frutados, com um pequeno toque de especiarias por causa do estágio em madeira. Caiu muito bem com a carne, com a noite com cara de fim de tarde, e agradou a todos.
Sobre vinhos na Provence: Cassis
... e uma visita não autorizada aos vinhedos do Clos Sainte Magdeleine
A pequena Cassis é uma cidade de praia a leste de Marselha, encravada no litoral, com falésias à sua esquerda, e os calanques à sua direita. Suas praias de água muito fria são destino popular dos franceses. Nos fins de semana do verão, fica difícil encontrar estacionamento. Há vários pequenos trechos de praia diretamente no centro da cidade, para quem não quer andar muito. Já para aqueles dispostos a uma longa caminhada, as praias dos calanques são a principal atração, com águas azuis, calmas como piscinas, porém geladas.
Calanque d'En-Vau. Licença: Commons Wikimedia |
2 de julho de 2014
Sobre vinhos na Provence: pato ao molho de damascos frescos
Com a variedade de produtos que encontramos em outro país, quem gosta de cozinhar se sente inspirado a aproveitar a chance, e fazer pratos que seriam difíceis de se fazer em casa, seja porque os ingredientes seriam caros demais, ou mesmo porque podem não ser encontrados.
30 de junho de 2014
Sobre vinhos na Provence: Château Henri Bonnaud, Palette
Saí do Château Grand Boise em direção à localidade de Palette, localizada a apenas 4 Km da cidade de Aix-en-Provence. No caminho, sempre vendo a montanha de Sainte-Victoire à minha direita, resolvi dirigir em direção a ela, para vê-la mais de perto. Entrei por uma estradinha que só comportava um carro, em meio à Résèrve Naturelle de la Sainte-Victoire. Tão perto assim, um platô a meia altura não permitia visualizar a montanha em sua totalidade, mas é uma bela paisagem, mesmo assim. No final desta estrada, saí da reserva, e caí em uma estrada de acesso a propriedades rurais, só um pouquinho mais larga que a anterior. Escolhi seguir para a direita, e no primeiro cruzamento, vejo uma placa indicando "Henri Bonnaud A.O.P. Palette". Virei então, à esquerda, na direção indicada pela placa.
Sobre vinhos na Provence: o vin cuit
Eu tomei conhecimento sobre a existência do Château Grand Boise graças ao vin cuit. É um produto típico da Provence, porém muito pouco conhecido, e eu pretendia descobrir mais sobre ele. O site do Château foi um dos primeiros que encontrei, e tinha uma explicação bem didática a respeito do produto. Por isso, estava na minha lista de propriedades a visitar. Contei em outro texto como foi a visita ao Château, mas ficou faltando falar dele, do vinho que me fez ir até lá.
Portão de entrada do Château Grand Boise |
Sobre vinhos na Provence: Sainte-Victoire, e o Château Grand Boise
Avistado da sacada do nosso apartamento no oeste de Aix-en-Provence, a Sainte-Victoire, do lado contrário da cidade, parece mesmo uma montanha, com o formato dos quadros de Cézanne. Mas avistado a partir do vale que se forma ao sul, ela se mostra como um largo maciço que domina a paisagem, e determina a tipicidade dos vinhos de Côtes de Provence - Sainte Victoire.
28 de junho de 2014
Sobre vinhos na Provence: Les Baux de Provence
Saindo da auto-estrada que liga Aix a Avignon, seguimos uma estrada local em direção à bela Saint-Rémy de Provence. No caminho avistamos placas que indicavam o Domaine des Terres Blanches. Saímos, então, da estrada local, seguindo em direção ao sul, até os pés dos Alpilles, a pequena cadeia de montanhas que domina a região. Passamos por uma rota entre as vinhas, sempre com as montanhas ao fundo, até chegar à sede comercial do domaine, onde fomos recebidos pelo Diego, o simpático cachorro da propriedade.
A cave fica aberta 7 dias por semana. Dentro dela, o atendente Philippe, esperava por clientes. Entramos para uma degustação gratuita dos vinhos, branco, rosé e tintos, produzidos pelo domaine.
Desde a fundação, a produção segue o cultivo orgânico, o que é simplificado pela ação do vento Mistral na região. Se em toda a região, o vento exerce muita influência, ela é ainda mais forte na propriedade, que ao norte dos Alpilles, não possui nenhuma cadeia montanhosa que possa atenuar a força do vento. Por isso, as vinhas mais novas precisam ser presas por uma estaca, a fim de impedir que o vento as arranque do solo. Hoje em dia a cultura possui certificação orgânica "bio-ativa", que implica em preservar os micro-organismos do solo, na medida em que eles criam um equilíbrio com as plantas, ajudando a que se mantenham naturalmente resistentes a eventuais doenças.
Vinhedos do Domaine des Terres Blanches, aos pés dos Alpilles |
A cave fica aberta 7 dias por semana. Dentro dela, o atendente Philippe, esperava por clientes. Entramos para uma degustação gratuita dos vinhos, branco, rosé e tintos, produzidos pelo domaine.
O Domaine des Terres Blanches...
... fica localizado na região demarcada Les Baux de Provence, com 38ha de vinhas, que se estendem dos pés dos Alpilles em direção ao norte, plantados em planície. Ele foi criado em 1968, e o fundador da propriedade foi o responsável pela criação da AOP Les Baux de Provence. Hoje pertence a outro proprietário, mas continua sendo uma empresa familiar.Desde a fundação, a produção segue o cultivo orgânico, o que é simplificado pela ação do vento Mistral na região. Se em toda a região, o vento exerce muita influência, ela é ainda mais forte na propriedade, que ao norte dos Alpilles, não possui nenhuma cadeia montanhosa que possa atenuar a força do vento. Por isso, as vinhas mais novas precisam ser presas por uma estaca, a fim de impedir que o vento as arranque do solo. Hoje em dia a cultura possui certificação orgânica "bio-ativa", que implica em preservar os micro-organismos do solo, na medida em que eles criam um equilíbrio com as plantas, ajudando a que se mantenham naturalmente resistentes a eventuais doenças.
27 de junho de 2014
Sobre vinhos na Provence: daube provençale
(E os vinhos de Bandol)
Alojados em um apartamento confortável em Aix-en-Provence, com uma cozinha completamente equipada, resolvemos cozinhar um prato típico da Provence. O escolhido foi a Daube Provençale, um guisado de carne marinada em vinho tinto.
Fui ao supermercado comprar a carne para a preparação do prato. Para facilitar, perguntei especificamente ao açougueiro qual era a melhor carne para preparar a Daube, e ele me indicou a poitrine, a mais barata (poitrine significa peito, então, suponho que seja equivalente a maçã do peito). No entanto, mais do que indicar a carne, ele se assegurou de que eu faria o prato corretamente. "Quando você pretende preparar?". "Amanhã está bom, pois tem que deixar marinando." "Você tem a receita?" "As receitas na Internet nem sempre são muito corretas." E me explicou grosso modo como ele prepara em casa.
26 de junho de 2014
Sobre vinhos na Provence: Coteaux de Pierrevert
Partindo do belo lago de Sainte-Croix, e das fabulosas Gorges du Verdon, seguimos na direção oeste, passando pela estrada de Valensole, e os multisensoriais campos de lavanda. Culturalmente, não podemos nos sentir mais no centro da Provence. A estrada terminou em Manosque, onde acaba todo o romantismo da região. É um centro comercial importante, mais sem um charme evidente para o turismo. E todo este trajeto está contido dentro da área delimitada do Coteaux de Pierrevert, a denominação de origem de menor expressão da Provence, cujos vinhos tem uma ligeira crise de identidade.
Próximo à cidade de Manosque, fica a pequena vila de Pierrevert, que dá nome à AOP. Também não é uma cidade de charme evidente. Minúscula, muito tranquila, com um centro antigo que não deve ter visto uma obra de restauração neste século, não recebe muitos turistas. Melhor para os moradores, que podem ir até a adega cooperativa da cidade, comprar seu vinho por galão, quase sem concorrência.
Próximo à cidade de Manosque, fica a pequena vila de Pierrevert, que dá nome à AOP. Também não é uma cidade de charme evidente. Minúscula, muito tranquila, com um centro antigo que não deve ter visto uma obra de restauração neste século, não recebe muitos turistas. Melhor para os moradores, que podem ir até a adega cooperativa da cidade, comprar seu vinho por galão, quase sem concorrência.
20 de junho de 2014
Sobre vinhos na Provence: Bellet, o vinho de Nice
A oeste da cidade de Nice, na Côte d'Azur, o rio Var desemboca no Mediterrâneo. À sua margem esquerda, nos subúrbios de Nice, existem colinas dotadas de terraços, onde estão plantadas as vinhas que dão origem aos vinhos da apelação de origem Bellet.
Bellet foi a segunda AOC da região da Provence, criada em 1941, muito antes das imensas Côtes de Provence, Coteaux d'Aix-en-Provence e Coteaux Varois en Provence. No entanto, ela definhou nos anos 1970 e 1980, ao ponto de restar apenas dois produtores na região. A partir da década de 1990, houve um renascimento, novos produtores se instalaram nesses terraços, e hoje existem algumas marcas produzidas dentro da área metropolitana de Nice.
Bellet foi a segunda AOC da região da Provence, criada em 1941, muito antes das imensas Côtes de Provence, Coteaux d'Aix-en-Provence e Coteaux Varois en Provence. No entanto, ela definhou nos anos 1970 e 1980, ao ponto de restar apenas dois produtores na região. A partir da década de 1990, houve um renascimento, novos produtores se instalaram nesses terraços, e hoje existem algumas marcas produzidas dentro da área metropolitana de Nice.
16 de junho de 2014
Sobre vinhos na Provence: prólogo
A Provence, no sudeste da França, junto à Côte d'Azur, é uma região vinícola singular. É das poucas regiões do mundo onde o vinho rosé é o principal. É a região que produz maior volume de rosés no mundo, é a região com os rosés mais conceituados, é referência em estilo de vinhos rosés elegantes, secos, com cores bem claras.
9 de junho de 2014
Condado Real Branco 2012, um vinho de supermercado
O vinho de hoje foi inspirado em uma iniciativa muito interessante de dois blogs de vinho. As amigas Jane, do Château de Jane, e Evelyn, do Taças e Rolhas, publicam em paralelo, uma vez por mês, suas impressões sobre algum vinho comprado em supermercado, por menos de R$30,00. A intenção é popularizar o consumo de vinho, ao divulgar vinhos mais acessíveis.
6 de junho de 2014
Amalia Brut
Estava ansioso para provar o Amalia Brut, mas não encontrava o momento. Cansado de esperar, fiz do vinho a ocasião, e o abri para tomá-lo à noite, sem acompanhamentos, na companhia apenas da Thais.
Espumante grego feito 100% com a uva Moscofilero, feito pelo método tradicional, amadurecendo 6 meses sobre as borras, era de se esperar um vinho fresco, muito aromático, e com um corpo médio. É bem isso que eu encontrei na taça, um espumante de cor citrina bem jovial, muito aromático, remetendo a calda de abacaxi, flores, e pão doce, com intensa perlage, muito volume de boca, que chegava a ser quase mastigável, mas com uma acidez brutal. As notas de leveduras, eu nem esperava, mas estavam bem evidentes.
Espumante grego feito 100% com a uva Moscofilero, feito pelo método tradicional, amadurecendo 6 meses sobre as borras, era de se esperar um vinho fresco, muito aromático, e com um corpo médio. É bem isso que eu encontrei na taça, um espumante de cor citrina bem jovial, muito aromático, remetendo a calda de abacaxi, flores, e pão doce, com intensa perlage, muito volume de boca, que chegava a ser quase mastigável, mas com uma acidez brutal. As notas de leveduras, eu nem esperava, mas estavam bem evidentes.
1 de junho de 2014
Rincón Famoso Rosado 2013
Mais um vinho rosé parrudo. Diferente da maioria, não evoca frescor, verão. Serve tanto pro verão (quase como um tinto leve), quanto pro inverno (tem corpo e álcool, pra aquecer a alma).
31 de maio de 2014
Leyendas de Familia Rosé 2012
Para aqueles que têm preconceito contra vinhos rosés, por achar que são sempre muito levinhos, frutadinhos, frescos: vocês devem conhecer o Leyendas de Familia Rosé 2012. Já começa pela intensidade da cor, pois faltou pouco para ser tomado por um tinto de cor leve. A foto demonstra uma tonalidade mais para tijolo, mas na verdade era cor cereja, bem carregada, mas jovial.
Não posso negar que é um vinho de muita personalidade, marcante. Denso, tem um peso que não se espera de um rosé, sem deixar de ser perfeitamente equilibrado, e com aromas bem intensos. Por ser encorpado, deve ser tomado a uma temperatura um pouco mais alta (acima da temperatura da geladeira), o que deixa os aromas ainda mais intensos.
Devo reconhecer suas qualidades, mas para mim tem um defeito. Nem se trata do corpo, pois me pareceu um rosé eclético, que serve pro calor e pro frio, pra beber puro, ou pra acompanhar refeições. O que não me agradou muito foi o aroma, que remetia muito à Cabernet Sauvignon, com o herbáceo de pimentão se sobressaindo em relação às frutas. Mas isso também pode ser um ponto positivo, para quem adora o sabor da Cabernet Sauvignon.
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