...e como a temperatura do vinho faz diferença
Este vinho da Cantine San Martino chegou junto do Prosecco, que havia tomado na véspera. E a experiência com o Prosecco aumentou meu interesse neste, sendo fator decisivo para escolher que vinho iria abrir.
Ao ver a descrição do Pitars Pinot Grigio 2012 no site, ele inicialmente me interessou, por algumas boas experiências que tive com essa uva - apesar de a moda da Pinot Grigio ter passado, e no efeito típico do pós-hype, ela estar com a reputação manchada. Porém, em um segundo momento, vi que este vinho teve nota boa de Robert Parker, o que para mim soa a vinho bombado, e me desanimei um pouco.
Mesmo com a nota do Mr. Parker, resolvi arriscar. Afinal, nominalmente, o vinho possuía apenas 12,5% de teor alcoólico, e não tinha passagem por madeira. E ainda antes de abrir o vinho, vi um relato na Internet de que ele seria fresco, leve, de ótima acidez.
Sendo assim, no dia de abri-lo, resolvi colocar a garrafa por meia hora no congelador, e depois passá-la ao balde com gelo, para tomá-lo na temperatura recomendada. Logo ao abrir a garrafa, senti notas de limão, e ao servi-lo na taça, vi uma presença massiva de micro-bolhas, denunciando uma leve efervescência. No entanto, ao prová-lo, foi como se tomasse um murro na boca. Era tudo aquilo que eu temia da nota do RP. Era alcoólico e amargo, e o aroma inicial havia se transformado em cascas de laranjas amargas. Acidez, tinha, mas não era aquilo tudo que havia sido descrito. Imediatamente, tirei o vinho do balde, e deixei-o esquentar.
E melhorou. Não é que tenha ficado fantástico, mas pelo menos ficou equilibrado. Definitivamente, este vinho deve ser bebido acima dos 15ºC.
- Pitars Pinot Grigio 2012: cor amarelo-palha, com muita presença de bolhas, denunciando uma possível fermentação malolática na garrafa. Corpo médio, acidez média, álcool equilibrado, e certa untuosidade. Aromas inicialmente de cítricos frescos, passando a laranjas amargas, mas também de pêssego e ameixa frescos, além de um toque de avelã.
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