Bouquet Nouveau 2013

Já ouviu falar dos vinhos de Edoardo Miroglio, um empresário italiano da indústria têxtil, que investiu na produção de vinhos na Bulgária? Alguns de seus vinhos já andaram repercutindo pelos blogs do Brasil, como o Soli Pinot Noir.

Hoje conheci o Bouquet Nouveau 2013. Vinho que faz parte da sua linha de cultivo orgânico, com certificação da União Européia, e cujo nome remete aos vinhos do Beaujolais, que serviram de inspiração para este rótulo (sem precisar usar indevidamente um nome de Denominação de Origem, protegido por leis internacionais, como fez um certo produtor tupiniquim, este ano).

Não, ele não é feito às pressas, nem liberado no mercado com correria, resultando em um vinho de qualidade duvidosa, como o Beaujolais Nouveau. Tampouco é feito da uva Gamay, a uva tinta absoluta da região. O que o faz se identificar ao Beaujolais é a forma de fermentação típica, chamada de maceração (semi-)carbônica: os cachos são colocados inteiros em grandes cubas, e o peso faz com que as uvas de baixo sejam esmagadas, e iniciem a fermentação tradicional. O gás carbônico liberado sobe, isolando as uvas do oxigênio. As uvas do alto da cuba, por sua vez, fermentam dentro das cascas, o que é chamado de fermentação intracelular. Os engaços ajudam a fornecer um pouco mais de estrutura ao vinho.

A uva com que ele é produzido se chama Bouquet (é mais fácil achar referências pesquisando por Buket). É um cruzamento criado no início dos anos 50, entre uma uva búlgara (chamada Mavrud) e a Pinot Noir[*].

Ele tem sutil aroma floral, compota de framboesa, e uma leve lembrança de especiarias. Taninos muito discretos, corpo muito leve, pouco álcool (12%), e acidez mediana, adequada para a sua leveza. Um bom tinto para o verão, para se tomar ligeiramente fresco.