1 de janeiro de 2015

Espumante Moscatel Don Guerino

Espumante Moscatel é um clássico nacional. Este estilo de espumante chegou ao Brasil com os imigrantes italianos, que reproduziram aqui um produto típico da região de Asti, no Piemonte, o Asti Spumante. Diversos produtores nacionais têm a sua versão. Eles são feitos com sub-variedades da uva Moscatel - ou Moscato, em italiano - pelo método Asti. Eles são adocicados, com baixo teor alcoólico (entre 7% e 8%), e muito aromáticos. São vinhos baratos, com pouca reputação com críticos de vinhos, porém conquistam aquelas pessoas que gostam de um vinho 'docinho'.

Mas o fato de serem doces, e de preço baixo, não significa que sejam necessariamente mal feitos. Eu procurei um, dentre os vários rótulos que normalmente encontro em supermercado, que não tivesse adição de sacarose (açúcar de cana), isto é, que o açúcar fosse todo natural da uva. Encontrei o Moscatel Don Guerino, produzido pela Vinícola Don Guerino, no município de Alto Feliz, na Serra Gaúcha.

Ao servi-lo, ele produz uma quantidade de espuma muito intensa, mais do que o normal para outros espumantes. Por outro lado, ao se estabilizar na taça, as bolhas eram muito pequenas, para minha surpresa. O aroma remete a flores, frutas em calda, e um leve toque cítrico. Mesmo sendo um Moscatel de qualidade acima da média, eu o achei um pouco enjoativo na doçura. Mas esta foi a minha opinião pessoal, pois outras pessoas gostaram bastante. Pelo lado positivo, ele foi bem adequado para finalizar a festa de ano novo, harmonizando com as sobremesas: tanto uma torta de geléia de frutas vermelhas com creme de pâtisserie, quanto uma tarte tatin, torta de maçã típica da França (veja a receita da tarte tatin aqui).


O que é o método Asti

A fermentação alcoólica sempre gera álcool e gás carbônico. Normalmente, para se produzir vinhos, o gás carbônico é liberado no ar.

Nos métodos mais tradicionais de produção de espumantes, realizam-se duas fermentações: na primeira, o gás é liberado, como se fosse um vinho normal. O resultado é chamado de vinho-base. Em seguida, é adicionado açúcar e novas leveduras, e o vinho fermenta uma segunda vez, seja em garrafa (método tradicional), ou em tanques pressurizados (método Charmat).

No caso do método Asti, ocorre apenas uma fermentação, já em tanque pressurizado, e por isso o gás é mantido junto do líquido. O mosto fermenta até atingir teor alcoólico entre 7% e 8%; e, se as uvas tiverem uma maturação adequada, o vinho terá uma concentração de açúcar natural acima de 60 g/L, sem necessidade de se acrescentar açúcar.



Um comentário:

  1. Também achei bem doce, mas junto com a tarte tatin deu para finalizar a taça.

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