Este fim de semana, tivemos um programa diferente: fomos a São Paulo encontrar uns amigos, e marcamos de almoçar em um restaurante de lá, chamado Spot. Ao chegarmos, enquanto aguardávamos uma mesa para almoçar, ficamos em umas mesinhas na calçada. À tarde, o tempo estava nublado, e soprava uma refrescante brisa, que nos deu trégua do calor dos últimos dias. Ao escolhermos as bebidas, as cervejas do lugar não me empolgaram, e resolvi ir de vinho. E não tive dúvidas de qual escolher, quando vi um português da Bairrada. Realmente os vinhos de Portugal são uma escolha segura!
O vinho escolhido foi o QdoE Baga-Merlot 2011. O nome vem da propriedade que o produz, a Quinta do Encontro, localizada na bairrada, e pertencente ao grupo Dão Sul (o mesmo da Quinta de Cabriz e do projeto Rio Sol, no Vale do São Francisco). A adega da Quinta do Encontro está inserida em um espaço arquitetônico muito interessante, com restaurante e salão de eventos. Conforme dito no programa Verdade do Vinho - série da RTP, tudo em favor do vinho.
Quanto ao vinho, é um corte inusitado entre a Baga, a variedade mais emblemática da Bairrada, com a francesa Merlot. Por ser inusitado, não tem direito à Denominação de Origem Bairrada, e foi portanto, classificado como I.G.T. Beira Atlântico. Mas apesar de inusitado, foi um corte muito interessante. A Baga é uma variedade com forte identidade, com taninos intensos, difíceis de se domesticar. No vinho, ela aparece bem com seu caráter terroso, iodado, e taninos meio rústicos, enquanto a Merlot entra para dar suavidade, com sua estrutura muito mais polida, deixando o vinho muito redondo.
A tarde seguiu, postergamos nossa mesa para mais tarde, e mais tarde já iriam encerrar a cozinha, portanto passamos para dentro. Continuei no mesmo vinho, e para harmonizar com ele, pedi um filé mignon ao molho de pimenta verde, de acompanhamento, arroz branco e selvagem e nozes, misturados. Bom molho, feito de creme de leite mesmo, e carne suculenta. E mais importante, o prato ficou perfeito com o vinho, com seus taninos intensos e acidez atlântica a lhe proporcionar verdadeira aptidão gastronômica.
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