Em minha última viagem à Itália, descobri que a Itália não é país só de vinho, ao conhecer as cervejas Baladin. Em Roma, fui a um dos bares que a cervejaria possui pelo país, e me encantei com as cervejas. Não tardou muito para que elas começassem a ser importadas no Brasil, e escrevi a respeito da Baladin Isaac, uma cerveja ao estilo witbier (cerveja de trigo da Bélgica).
Infelizmente, os preços no Brasil eram meio salgados, e por falta de mercado, acabaram desaparecendo, pelo menos em Campinas. Mas eis que encontrei algumas delas novamente. Em São Paulo, no último piso do Shopping JK se encontra a Ici Brasserie, um bar temático de cervejas especiais. Lá, encontrei a Baladin Nazionale, uma cerveja extra lupulada, aromatizada com bergamota e coentro. O nome se refere ao fato de que todos os ingredientes são italianos. Extremamente aromática, muito encorpada, e o amargor se destaca um pouquinho (índice de amargor - IBU 29), mas é muito saborosa.
Já em Belo Horizonte, encontrei várias cervejas da Baadin. Por minha recomendação, meu irmão pediu a Isaac, e gostou muito; enquanto eu, pedi a Nazionale, ambas em garrafinhas de 330mL. Depois, dividimos uma garrafa de 750mL da Baladin Nora, uma cerveja feita com inspiração egípcia: sua receita leva mirra, gengibre, e um trigo especial chamado khorasan, cultivado com certificação orgânica. A garrafa é fechada com rolha e lacrada com cera, o que traz um charme extra na hora de abrir. Ela não é filtrada, por isso é necessário servir toda a garrafa, para misturar a borra no final, e distribuir entre os copos, como as cervejas de trigo alemãs. Ela é turva, com cor âmbar escura, muito aromática, com floral, cítricos e especiarias (o gengibre), muito encorpada - o que se dá pelo seu extrato sólido, e não pelo álcool, que mesmo sendo de 6,8%, não aparece. É uma cerveja deliciosa, até comprei mais uma garrafa para levar pra casa.
O trigo utilizado foi produzido pela marca Kamut. Este trigo é citado na Internet como sendo uma espécie de origem do Egito Antigo, e certamente essa lenda foi a inspiração da cervejaria para a escolha deste trigo. Porém, a própria empresa que detém a marca explica em seu site que este trigo não tem relação genética com os grãos encontrados nas tumbas dos faraós. Ele tem origem no Irã (Khorasan é uma região do Irã), e provavelmente foi comprado em um mercado de rua no Egito moderno, em 1949.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sintam-se livres para comentar, criticar, ou fazer perguntas. É possível comentar anonimamente, com perfil do Google, ou com qualquer uma das formas disponíveis abaixo. Caso prefiram, podem enviar uma mensagem privada para sobrevinhoseafins@gmail.com.