Jerusalém, anno domini 1118, um grupo de monges cavaleiros que participaram da Primeira Cruzada fizeram voto de juramento para proteger os peregrinos que se dirigiam à Terra Santa, somando mais um aos votos a que já se submetiam, de pobreza, castidade e obediência. Com a graça do Rei Balduíno II de Jerusalém, se estabeleceram inicialmente no Templo de Salomão. Nascia, assim, a Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão, que mais tarde ficou conhecida como Ordem dos Cavaleiros Templários.
Com a bênção da Igreja, a Ordem cresceu rapidamente, recebendo doações de terras, dinheiro, e filhos de famílias nobres, que desejavam ajudar na causa da luta pela Terra Santa. Rapidamente, estavam estabelecidos em toda a Europa e Terra Santa, e criaram o primeiro sistema de transferência de valores, com cartas de crédito; um traveler check medieval. Um peregrino depositava valores a uma unidade local da Ordem, e viajava portando uma carta de crédito nominal, para retirar um valor equivalente no destino. Desta forma, os peregrinos tinham menos riscos de terem todos os seus bens roubados durante a viagem.
Após a aprovação Papal, em 1129, passaram a usar mantas brancas sobre suas armaduras, e adotaram um Código de Conduta com 72 cláusulas, que definiam o comportamento apropriado de um Cavaleiro Templário. No entanto, seu código de conduta se expandiu ao longo do tempo, até chegar a 609 cláusulas. Este ideal de comportamento estrito inspirou o grito de guerra destes cavaleiros: Beau-séant, que em francês arcaico significa "portando-se bem", ou "portando-se corretamente" [*]. Este é também o nome do estandarte de guerra, pelo qual eram conhecidos. O estandarte, inicialmente, era de duas cores, com a metade superior preta e a de baixo branca, assim como cavalos escuros de patas brancas, que em francês são conhecidos como balsannes (e em francês arcaico, baucent [*][**]). A partir de 1146, acrescentaram a cruz vermelha aos seus uniformes e ao estandarte, após autorização dada pelo Papa Eugenius III.
Um espaço onde relato minhas experiências no mundo dos vinhos.
E eventualmente, também experiências relativas a outras bebidas.
27 de agosto de 2015
24 de agosto de 2015
Sigalas Assyrtiko 2013, Santorini
Meus pais já foram duas vezes à Grécia, e nas duas, foram à ilha de Santorini. Adoraram o lugar. Além das paisagens, da comida, do sol, e do povo, minha mãe havia se encantado com o vinho branco. Tanto que da última vez resolveu trazer uma garrafa de lá. No entanto, o vinho que ela trouxe na ocasião nada tinha a ver com o que ela havia tomado, e se decepcionou. Isso, porque o vendedor lhe recomendou um vinho topo de gama, com envelhecimento em barrica, que não correspondia ao que ela tinha gostado. Eu comentei a respeito do vinho, aqui no blog: Nykteri Reserve 2009. Era um vinho super estruturado, de grande qualidade, mas não era do estilo que lhe havia agradado.
Mas no início do mês, ela teve a oportunidade de se encantar novamente com o vinho de Santorini. Meus pais estavam em São Paulo, e eu e Thais fomos nos encontrar com eles. Almoçamos em um restaurante grego, recomendado por uma tia minha. Mas desta vez não foi o Acrópoles, que eu e Thais adoramos, mas sim um chamado Myk. O estilo e a proposta é completamente diferente do primeiro, mas a comida é igualmente boa.
Mas no início do mês, ela teve a oportunidade de se encantar novamente com o vinho de Santorini. Meus pais estavam em São Paulo, e eu e Thais fomos nos encontrar com eles. Almoçamos em um restaurante grego, recomendado por uma tia minha. Mas desta vez não foi o Acrópoles, que eu e Thais adoramos, mas sim um chamado Myk. O estilo e a proposta é completamente diferente do primeiro, mas a comida é igualmente boa.
12 de agosto de 2015
Quinta da Mieira Branco 2011
Dia desses, acordei, levantei, e fui ler emails. Eu havia recebido um email do Sonoma, que comentava a respeito de um vinho branco português. O email dizia que o vinho estava sendo oferecido no concorrente a R$64,90, mas em uma concorrência direta, eles fariam por R$49,90. Diante de tamanha ousadia, eu me senti tentado a comprar do vinho, para conhecê-lo. E foi assim que comprei uma garrafa do Quinta da Mieira Branco 2011, do Douro.
Ele é 100% Rabigato, uma uva típica do Douro, mas que raramente aparece sozinha em um vinho. Ele é produzido pela Quinta da Mieira, propriedade de João Turégano Caetano, professor universitário, que a adquiriu em 2009. A quinta possui no total 30 hectares, com vinhas de Rabigato de mais de 50 anos de idade, que deram origem a este vinho. Seu branco 100% Rabigato, que teve primeira safra em 2010, é 'a menina dos olhos' do produtor, e logo ganhou elogios da crítica. A quinta não tem um site próprio, mas se quiser conhecer um pouco mais sobre a pessoa e a propriedade, sugiro o artigo Um hobby que se transformou em negócio, no site Ponto de Vista.
Ele é 100% Rabigato, uma uva típica do Douro, mas que raramente aparece sozinha em um vinho. Ele é produzido pela Quinta da Mieira, propriedade de João Turégano Caetano, professor universitário, que a adquiriu em 2009. A quinta possui no total 30 hectares, com vinhas de Rabigato de mais de 50 anos de idade, que deram origem a este vinho. Seu branco 100% Rabigato, que teve primeira safra em 2010, é 'a menina dos olhos' do produtor, e logo ganhou elogios da crítica. A quinta não tem um site próprio, mas se quiser conhecer um pouco mais sobre a pessoa e a propriedade, sugiro o artigo Um hobby que se transformou em negócio, no site Ponto de Vista.
11 de agosto de 2015
Graševina, ou as origens da Riesling Itálico
A Riesling Itálico é uma uva de relativa importância para a produção de espumantes nacionais. Utilizada por uma grande quantidade de produtores, entra no corte de diversos exemplares, contribuindo com sua acidez e perfil aromático discreto. Mas devaneios nacionalistas à parte, a participação do Brasil no cultivo total de Riesling Itálico no mundo é insignificante. Conhecida em inglês e alemão como Welschriesling, ela é muito cultivada na Europa Central. A Croácia é líder no cultivo, com quase 8 mil hectares. Áustria, Hungria e Eslovênia possuem quase 5 mil hectares de vinhedos, cada uma; e até mesmo Eslováquia e Republica Tcheca possuem extensões de cultivo significativas [*]. Só a título de comparação, a extensão de plantações de Riesling Itálico na Eslováquia (já ouviu falar de vinho da Eslováquia?) é maior que o total de vinhedos na Serra Gaúcha (somando todas as variedades viníferas e não viníferas) [*].
6 de agosto de 2015
Hyperion Cabernet Sauvignon Chairman's Reserve 2008
Hyperion é o deus da sabedoria e da observação. Um dos deuses titãs, irmão de Kronos (o tempo), desposou sua irmã Theia, deusa da Luz para dar origem ao Sol, à Lua e à Aurora. E com seu conhecimento, ordenou a estes os seus ciclos, que regulam a vida na Terra.
A Cramele Halewood, hoje uma das mais importantes empresas da Romênia no ramo vinícola, buscou na mitologia grega seus vinhos topo de gama. Seu Hyperion Cabernet Sauvignon Chairman's Reserve 2008 é um vinho 100% Cabernet Sauvignon de um único vinhedo, e estagiou pacientemente por 36 meses em barricas francesas novas, para atingir sua maturidade, afinando os taninos, e ganhando complexidade. Ele possui DOC Dealu Mare, a região mais conceituada do país para produção de vinhos tintos. Na encosta sul dos Cárpatos, é uma área montanhosa, continental, com boa insolação durante todo o ano, mas que recebe uma pequena influência do Mar Negro, que ameniza um pouco os extremos de temperatura, contribuindo para uma maturação perfeita das uvas.
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