12 de setembro de 2015

Adolfo Lona Brut Rosé

No último mês de julho, corrigi uma lacuna grave no meu histórico: durante o Encontro de Vinhos Campinas, tive finalmente a oportunidade de conhecer Adolfo Lona e seus espumantes. Eu já conhecia sua reputação, e sigo seu blog (Vinho sem Frescuras), mas ainda não tinha tido a oportunidade de provar seus espumantes. Uma parte da razão, é claro, é porque não é tão fácil encontrar seus produtos. Como ele mesmo testemunha em seu blog, com a falta de apoio do governo e dos órgãos que deveriam ajudar a promover o vinho nacional, pequenos produtores como ele têm grandes dificuldades de fazer seus vinhos chegarem aos consumidores.

Adolfo Lona (à esquerda) e Diego Graciano, durante o Encontro de Vinhos Campinas.
Foto obtida do site Papo de Vinho.

Vários já escreveram a seu respeito - inclusive ele mesmo - mas vale a pena uma palavrinha de apresentação, afinal, muita gente ainda não o conhece. Natural da Argentina, Adolfo Lona veio ao Brasil em 1973, dirigir a produção de vinhos e espumantes do grupo Maritini e Rossi. A partir de 2004, ele resolveu investir em uma produção própria em Garibaldi, na Serra Gaúcha, e hoje tem uma linha de espumantes sucesso de crítica. É cotado como um dos melhores produtores nacionais, por quem conhece seus produtos, e mesmo assim faz questão de manter seus preços baixos. O seu Brut Rosé, tema deste texto, é o melhor rosé feito pelo método Charmat no Brasil, e custa por volta de R$40, a metade de alguns concorrentes.

O Brut Rosé foi um dos primeiros espumantes que começou a produzir, e segue ano após ano cativando os consumidores. Como mencionado acima, ele é feito pelo método Charmat, isto é, a segunda fermentação ocorre em tanques de inox pressurizados. No entanto, diferentemente da maioria dos outros Charmats, o processo de tomada de espuma deste ocorreu em um ciclo de 6 meses. E este diferencial é que o torna tão mais complexo e redondo. Ele apresenta distintas notas de pão e levedura, que contribuem para uma sensação de doçura, mesmo tendo apenas 8g/L de açúcar. Além disso, claro, o vinho encanta com sua bela cor rosada clara com reflexos alaranjados, e uma perlage exuberante e fina.


Além de conhecer os vinhos na feira, eu pude comprar duas garrafas, uma das quais abri com meus pais, em uma dessas noites quentes em BH. Mas depois que abrir a próxima garrafa, não estarei mais desamparado (rs). Pois agora tenho o contato do distribuidor em São Paulo (Diego Graciano, email: diego_graciano @ hotmail.com); e também é possível encontrá-los nos restaurantes do Hotel Vitória.

Se você gostaria de conhecer um pouco mais sobre quem é Adolfo Lona, recomendo esta entrevista publicada no blog Vino Arti: Adolfo Lona: pioneirismo e talento fazendo história no Brasil.

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