Produzido na microscópica região de Palette, a leste de Aix-en-Provence, e aos pés da Montanha de Sainte-Victoire, este vinho foi o último rosé remanescente de minha viagem à Provence, no ano passado. Comprei-o direto do produtor, o Château Henri Bonnaud, na adega localizada nos fundos da casa dos proprietários, o neto de Henri Bonnaud, Stéphane, e sua esposa, Géraldine. (Para conhecer os produtores e a região, leia o relato da minha visita, clicando aqui.)
O Château Henri Bonnaud Rosé AOP Palette 2013 tem uma cor encantadora, singela e brilhante, de pele de pêssego, rosada com nuances alaranjadas. Gostoso e fresco como todo rosé da Provence, ele se destaca por ter um pouco mais de estrutura do que a maioria dos rosés. Mesmo com 14%, o álcool não aparece. E se, quando o provei na adega, há um ano, ele exibia discretas notas de baunilha - porque 20% do vinho estagiou em barricas de carvalho por 8 meses - hoje, em casa, essa influência da madeira não podia mais ser percebida. Havia apenas as frutas frescas, com morangos e laranja. O final tem persistência acima da média para um rosé.
Ele se destaca pela sua longevidade, resultado do esmero com que é produzido. As regras de Apelação de Origem Palette obrigam que todas as uvas sejam colhidas a mão, em caixas pequenas, para impedir que fermentem antes do tempo. Após a primeira seleção de cachos, ainda no vinhedo, elas passam por uma segunda seleção, na adega. Palete é uma das singularidades da Provence, uma daquelas pequeninas regiões especiais. O provençal não costuma tomar rosés com mais de um ano. Mas os dessa região estão entre as poucas exceções. Ajudou a refrescar uma dessas noites quentes, acompanhando papas bravas e babaganoush.
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