Chegamos de carro em Greve in Chianti, e a cidadezinha estava com os estacionamentos lotados. Sem paciência, estacionei o carro sobre uma faixa de pedestres (que feio, eu sei), o único local que encontrei onde poderia parar o carro sem bloquear uma rua. Logo percebemos que havia algo de diferente. Ali perto de onde estacionei, não havia tanta gente passando, mas alguns grupos passavam com taças penduradas ao pescoço. Seguimos na direção da praça principal da cidade, e nos deparamos com a praça cheia de barraquinhas e de público.
Foi uma grata surpresa, uma tarde agradabilíssima, provando vinhos, conversando com os produtores e aprendendo sobre os vinhos da região. Eram vinhos muito bons, muito agradáveis. Comprei várias garrafas, e os preços praticados na feira variavam entre os 6€ e 12€.
Por que aqui eles são tão mais caros?
Considerando os preços que paguei por lá, tanto na feira quanto em alguns produtores que visitei, eu não conseguia entender porque não haviam Chiantis Classicos por menos de R$120. No passado, quando o Real ainda era forte, em uma 'conta de papel de pão' podíamos estimar que um vinho a 6€ custaria no Brasil algo na casa dos R$60. Chianti básico, até tem por esse preço, mas Chianti Classico é outro nível, e o preço sempre foi bem mais inflacionado.Se eu nunca tinha visto um aqui por menos de R$120, imagina a surpresa ao encontrar o Popolo Chianti Classico 2011 em promoção no Supernosso, em BH: de R$49,90 por R$29,90; e isso foi agora, em tempo de Real desvalorizado. Poderia até ser uma importação antiga, do ano passado, mas mesmo assim estava muito barato. Até suspeito: haveria de ter algo errado. Mas só provando para saber, e por isso paguei para ver.
Vocação gastronômica
Ainda em BH, dois primos marcaram de nos visitar, e a mulher de um deles, uma santa, se comprometeu a preparar um risoto funghi. Foram três tipos de cogumelos: shiitake, shimeji e cogumelo de Paris fresco. Para completar a refeição, minha mãe preparou uma peça de filé ao forno, que foi servido com molho rôti. Vendo o preparo do almoço, resolvi arriscar e abrir o Popolo.Pelo preço, não se pode esperar o Chianti Classico mais complexo do mundo, mas ele é definitivamente um Chianti Classico. Cor de média intensidade, tem corpo médio, com boa acidez, taninos bem presentes, mesmo que não sejam muito intensos. No nariz possui o perfil da Sangiovese, com predominância de frutas vermelhas e chá. Nada muito complexo, sem madeira marcante, nem persistência muito longa. É um vinho de perfil gastronômico, que permite saborear um risoto sem se sobrepor, e tem um pouco de taninos para acompanhar a carne. Por trintão, o vinho valeu muito a pena, e fez bonito com a refeição, que por sinal estava uma delícia!
Para fechar este delicioso almoço em família, eu ainda servi um Vin Santo del Chianti Classico, junto de queijo gorgonzola e geléia de frutas vermelhas, mas isso fica para outro texto!
É isso aí! Quem pode, pode. Quem não pode, sacode. Gostei muito do comentário a respeito do chianti clássico. Vou ver se o encontro, aqui, em São Paulo.
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