Este ano, a Wine novamente optou por não fazer nenhuma campanha da onda Black Friday, mas fez um longo bota-fora de espumantes durante o mês de novembro, com algumas boas oportunidades para compor o estoque de final de ano. Entre o certo do Adolfo Lona, e espumantes que eu ainda não conhecia, a maior parte do meu estoque foi do primeiro (como comentei aqui), mas arrisquei umas poucas garrafas da promoção da Wine para conhecer alguns espumantes que tinham preços bem convidativos.
Dentre os rótulos que atraíram minha atenção estavam o Blanquette de Limoux Brut Reserve e o Crémant de Limoux Brut Reserve do Château Beausoleil. Esse Château é na realidade uma marca da Maison Salazar, uma empresa familiar da região de Limoux, que em 2012 passou ao controle do grupo Domaines Bonfils. Mas sendo sediada e totalmente localizada em Limoux, a Maison Salazar é dedicada às especialidades da região: o Crémant de Limoux e o Blanquette de Limoux.
Um espaço onde relato minhas experiências no mundo dos vinhos.
E eventualmente, também experiências relativas a outras bebidas.
28 de dezembro de 2016
21 de dezembro de 2016
Adolfo Lona Brut Nature Pas Dosé
Dentre os estilos de vinho, o espumante é o que tem mais sucesso no Brasil: tanto em qualidade dos produtos, quanto em aceitação do consumidor. É o que mais cresce em vendas, e já não é mais restrito ao brinde da virada do ano, acompanhando o consumidor brasileiro ao longo do calendário, da mesa à beira da piscina. Mas o espumante tem um apelo de festas, e portanto, o consumo aumenta nessa época.
17 de dezembro de 2016
Costasera Amarone Classico Riserva 2011
Este ano, escrevi bastante a respeito de Amarones e outros vinhos de Valpolicella. Entre degustações das minhas confrarias e vinhos tomados entre amigos, tomei de um bocado de vinhos da região. Achei pertinente documentar duas degustações que achei bastante educativas: uma intrínseca (comparação entre os quatro estilos da região); e outra extrínseca (uma avaliação de vinhos feitos ao estilo Amarone); assim como alguns dos vinhos mais dignos de nota (aqui).
Eu não escrevi a respeito de cada um dos vinhos que provei, ou me tornaria muito repetitivo. Mas eu não poderia terminar o ano sem registrar uma garrafa que um casal amigo trouxe da Itália e dividiu com a gente; e que certamente está entre os melhores vinhos que tomei no ano: o Costasera Amarone Classico Riserva 2011. Ele é produzido pela vinícola Masi - uma das mais conceituadas de Valpolicella.
Eu não escrevi a respeito de cada um dos vinhos que provei, ou me tornaria muito repetitivo. Mas eu não poderia terminar o ano sem registrar uma garrafa que um casal amigo trouxe da Itália e dividiu com a gente; e que certamente está entre os melhores vinhos que tomei no ano: o Costasera Amarone Classico Riserva 2011. Ele é produzido pela vinícola Masi - uma das mais conceituadas de Valpolicella.
12 de dezembro de 2016
Pasión de Bobal 2013
Em outubro passado, fui a uma degustação realizada na ABS Campinas SBSomm, com vinhos da Vind'Ame. Esta pequena importadora começou às operações em 2015, prometendo trazer vinhos de pequenos produtores, que expressem seu terroir. Este ano, ela expandiu o portfólio, incluindo vinhos espanhóis, que figuraram na degustação.
Dentre os vinhos apresentados, gostei de dois. Um era um Tempranillo leve, sem grandes pretensões, bom para acompanhar uma pizza. Mas o que realmente me chamou a atenção foi o Pasión de Bobal 2013. Acho que foi a primeira vez que tomei um vinho 100% Bobal. Certamente, é a primeira vez que comento a respeito de um vinho dessa uva, aqui no blog.
Dentre os vinhos apresentados, gostei de dois. Um era um Tempranillo leve, sem grandes pretensões, bom para acompanhar uma pizza. Mas o que realmente me chamou a atenção foi o Pasión de Bobal 2013. Acho que foi a primeira vez que tomei um vinho 100% Bobal. Certamente, é a primeira vez que comento a respeito de um vinho dessa uva, aqui no blog.
4 de dezembro de 2016
Weegmüller Cuvee Fleur 2012
No final de outubro, escrevi a respeito do Der Elegante, um Riesling alemão que arrematei em um saldão por R$35 a garrafa (reveja). Pois na mesma ocasião, eu havia comprado um outro vinho, o Weegmüller Cuvee Fleur 2012.
28 de novembro de 2016
Marendaz Brut Impérial: borbulhas suíças
A Suíça - com sua altitude e seu clima de verões amenos e curtos, e muita chuva distribuída ao longo do ano - possui condições limítrofes a uma plena maturação das uvas. Está claro que os produtores locais trabalham normalmente com variedades específicas, mais adaptadas, exploram principalmente encostas voltadas ao sul e aproveitam o efeito regulador de grandes massas de água como os lagos de Genebra e Neuchâtel, que permitem uma extensão da maturação. E nessas condições, os produtores suíços têm feito ótimos vinhos (que conforme já comentei aqui no blog, pouco sabemos sobre eles porque os suíços têm poder aquisitivo, e consomem tudo localmente).
Mas com condições tão complicadas de maturação, parece que o país tem um grande potencial para produzir espumantes - afinal, sabemos que para os espumantes, as uvas precisam ser menos maduras, para que tenham maior acidez e menor teor alcoólico. Apesar disso, o investimento na produção deste tipo de vinho é recente, e ainda muito pequeno.
Mas com condições tão complicadas de maturação, parece que o país tem um grande potencial para produzir espumantes - afinal, sabemos que para os espumantes, as uvas precisam ser menos maduras, para que tenham maior acidez e menor teor alcoólico. Apesar disso, o investimento na produção deste tipo de vinho é recente, e ainda muito pequeno.
23 de novembro de 2016
Est! Est!! Est!!! di Montefiascone
Há alguns meses, eu havia ganhado um cupom de desconto de 20% na Evino. Vasculhando o catálogo para aproveitar a oportunidade, me chamou a atenção um vinho que tinha uma denominação de origem com o curioso nome de Est! Est!! Est!!! di Montefiascone - com exclamação e tudo. Uma rápida pesquisa a respeito, descobri que por trás do nome há uma estória igualmente interessante. Sendo assim, inclui duas garrafas na minha compra, que saíram por R$78,32, cada.
Cidade de Montefiascone, no Lazio (Commons Wikimedia) |
17 de novembro de 2016
Torrazzine Recioto Della Valpolicella 2002
Conforme eu comentei no meu texto anterior, a degustação de vinhos ao estilo Amarone foi finalizada com o 'pai da criança', o doce Recioto della Valpolicella. Um vinho especial como esse não pode passar em branco, sem um registro no blog.
Na ocasião, tivemos o Torrazzine Recioto Della Valpolicella 2002, produzido pela Azienda Agricola Villa Erbice. A vinícola se localiza em uma propriedade histórica do século XVII, e começou a produzir vinhos em 1870. Hoje, está na terceira geração da família Erbice, e possui 13 hectares de vinhedos nas regiões de Valpolicella e Soave, cultivados em agricultura integrada, isto é, evitando ao máximo o uso de pesticidas sintéticos.
Imagem aérea da vinícola, obtida no Google |
Na ocasião, tivemos o Torrazzine Recioto Della Valpolicella 2002, produzido pela Azienda Agricola Villa Erbice. A vinícola se localiza em uma propriedade histórica do século XVII, e começou a produzir vinhos em 1870. Hoje, está na terceira geração da família Erbice, e possui 13 hectares de vinhedos nas regiões de Valpolicella e Soave, cultivados em agricultura integrada, isto é, evitando ao máximo o uso de pesticidas sintéticos.
Estilo Amarone
Vinhos de sobremesa feitos de uvas passas são lugar-comum: algumas dezenas de locais por toda a Europa possuem tradição secular em vinhos doces desse estilo. Mas vinho seco com uvas passificadas, é bem mais incomum. A única referência mundial neste estilo é o Amarone della Valpolicella; e mesmo ele corresponde a uma tradição relativamente recente.
O Amarone teria surgido como um Recioto que deu errado. Para quem não conhece, Recioto é um passito, isto, é, um vinho doce feito de uvas passificadas (para quem quer conhecer mais a respeito dos estilos de vinho de Valpolicella, clique aqui). Diz a lenda que, eventualmente, a fermentação não era interrompida no momento correto, e o vinho fermentava até consumir todos os açúcares. Ficava seco e ligeiramente amargo, por isso o nome Amarone (amaro é amargo em italiano). Esse vinho nem era comercializado. Apenas a partir da década de 1950, alguns produtores locais começaram a investir especificamente nessas versões secas. O primeiro Amarone lançado no mercado foi o Bertani, em 1958 (na época, ainda chamado de Reciotto della Valpolicella Amarone [*][**]). Ou seja, esse estilo ainda nem chegou aos 60 anos.
Com o tempo, o sucesso dos Amarones della Valpolicella inspirou produtores, aqui e ali, a fazerem vinhos secos (ou quase secos) de uvas desidratadas. E este foi o tema do último encontro de uma de minhas confrarias. Tivemos um vinho chileno, um brasileiro, um autêntico Amarone, e ainda um outro vinho do Vêneto. Todos eles baseados na mesma premissa, porém cada um com suas particularidades de produção, que resultaram em vinhos distintos.
O Amarone teria surgido como um Recioto que deu errado. Para quem não conhece, Recioto é um passito, isto, é, um vinho doce feito de uvas passificadas (para quem quer conhecer mais a respeito dos estilos de vinho de Valpolicella, clique aqui). Diz a lenda que, eventualmente, a fermentação não era interrompida no momento correto, e o vinho fermentava até consumir todos os açúcares. Ficava seco e ligeiramente amargo, por isso o nome Amarone (amaro é amargo em italiano). Esse vinho nem era comercializado. Apenas a partir da década de 1950, alguns produtores locais começaram a investir especificamente nessas versões secas. O primeiro Amarone lançado no mercado foi o Bertani, em 1958 (na época, ainda chamado de Reciotto della Valpolicella Amarone [*][**]). Ou seja, esse estilo ainda nem chegou aos 60 anos.
Com o tempo, o sucesso dos Amarones della Valpolicella inspirou produtores, aqui e ali, a fazerem vinhos secos (ou quase secos) de uvas desidratadas. E este foi o tema do último encontro de uma de minhas confrarias. Tivemos um vinho chileno, um brasileiro, um autêntico Amarone, e ainda um outro vinho do Vêneto. Todos eles baseados na mesma premissa, porém cada um com suas particularidades de produção, que resultaram em vinhos distintos.
13 de novembro de 2016
Brachetto d'Acqui DOCG
A minha curiosidade enológica sempre é atiçada por vinhos com estilos diferentes, fora do nosso habitual. Por isso, quando eu vi o Batasiolo Braquetto D'Acqui DOCG sendo vendido na Wine, eu fiquei com vontade de prová-lo. É um espumante tinto e doce, com 6,5% de teor alcoólico; ou seja, bem diferente de tudo o que estamos acostumados. Curioso, mas não a ponto de comprar uma garrafa de preço cheio. Porém, quando a Wine fez uma promoção oferecendo-o a R$42, arrisquei uma garrafa para prová-lo.
8 de novembro de 2016
Beranu Vermentino di Sardegna 2015
Este ano, um casal de amigos viajou à Sardenha, e eles voltaram maravilhados: pela beleza das praias, pela comida, e pelos vinhos brancos, principalmente aqueles feitos da uva Vermentino. Qual não foi a minha surpresa, ao ver que na última remessa do Vinhoclube, veio um Vermentino di Sardegna?
5 de novembro de 2016
Miguel Torres Noches de Verano 2014
Tem gente que já me disse que o clima não afeta nada sua escolha de vinho. Pode estar um calorão de 40ºC, que abre um tinto porradão, não quer nem saber. Eu não consigo. Já não sou fã de vinhos porradões, mas se estiver calor, então, passo mais longe ainda. Prefiro brancos ou rosés bem refrescantes, talvez um espumante, ou até um coquetel com vinho (como uma sangria, ou um tinto de verão).
29 de outubro de 2016
Ludwig Wagner & Sohn Ortega Auslese 2008
No primeiro semestre, escrevi a respeito de um vinho feito da uva Ortega (relembre aqui). É uma variedade pouco conhecida, criada na Alemanha, e cultivada principalmente em lugares muito frios. Naquela ocasião, o vinho era um Trockenbeerenauslese (ou TBA, para quem não consegue ler esse palavrão) - o topo da hierarquia do vinho alemão. Pois este mês conheci a versão Auslese (colheita tardia) do mesmo vinho. Ele se chama Ludwig Wagner & Sohn Maikammerer Mandelhöhe Ortega Auslese 2008, um nome curto e fácil de ler (#sqn), como é comum nos vinhos alemães.
25 de outubro de 2016
Weegmüller Der Elegante 2012
Quando uma colega de confraria mandou uma mensagem falando de um saldão em uma importadora de vinhos alemães que estava quebrando, tomei um susto. Seria a Weinkeller? Não, era outra, chamada Etcetera, que eu nem tinha conhecimento. Mas com a perspectiva de comprar alguns Rieslings a R$35 a garrafa, eu resolvi arriscar. Como não conhecia os vinhos previamente, era um risco, e pedi apenas 3 garrafas de cada.
Um dos que comprei foi o Weegmüller Riesling Kabinett Trocken Der Elegante 2012, produzido pela Weingut Weegmüller, uma vinícola familiar localizada na cidade de Neustadt, no Palatinado (Pfalz). A família Weegmüller migrou da Suíça para a Alemanha em 1657, e em 1685, fundou a vinícola, que hoje está nas mãos da 11ª geração da família: as irmãs Stephanie e Gabriele.
Um dos que comprei foi o Weegmüller Riesling Kabinett Trocken Der Elegante 2012, produzido pela Weingut Weegmüller, uma vinícola familiar localizada na cidade de Neustadt, no Palatinado (Pfalz). A família Weegmüller migrou da Suíça para a Alemanha em 1657, e em 1685, fundou a vinícola, que hoje está nas mãos da 11ª geração da família: as irmãs Stephanie e Gabriele.
20 de outubro de 2016
Chateau Montelena Chardonnay 2011
Neste mês de outubro, completamos um ano da Nossa Confraria. Um ano delicioso, de novos amigos reunidos em torno de boa comida, bons vinhos e boa companhia. Para comemorar em grande estilo, o nosso encontro do mês teve como tema o Chateau Montelena Chardonnay - o vinho que ficou famoso na mítica degustação de Paris de 1976. No nosso evento, tivemos 3 garrafas de 2011, que correspondem à safra que comemorou os 40 anos da atual fase da vinícola.
15 de outubro de 2016
San Antolin Reserva 2005
Vinhos maduros, com 10 anos ou mais, a preços convidativos não são fáceis de achar. Encontrei o San Antolin Reserva 2005, DO Navarra, a venda na Evino, por R$68; já não era um preço ruim, mas somando um cupom de 20% de desconto em cima desse preço, e frete grátis, ficou irresistível, e comprei duas garrafas.
Comprar um vinho com mais idade é sempre um risco, mas eu já havia tido uma ótima experiência com outro vinho de idade na Evino (comentei a respeito aqui), por isso, estava confiante.
O San Antolin Reserva 2005 é um corte das famosas Merlot, Cabernet Sauvignon com uma pitada da espanhola Graciano. Ele amadureceu por 24 meses em barris de carvalho, e mais 12 meses, antes de ser lançado no mercado, para poder exibir a denominação Reserva. Mas um ano é pouco, sendo 2005, ele já está há 8 anos em garrafa.
Sua cor começava a mostrar matizes atijoladas, totalmente de acordo com a idade do vinho. Logo ao abri-lo, ele anunciava aromas bem marcados da Cabernet Sauvignon, na forma de uma páprica defumada, suave, além de uma tipicidade de um tinto espanhol evoluído, aquelas notas tostadas complexas, que misturam um pouco de madeira, especiarias, couro, fumo... As frutas negras, em igual importância, completavam o conjunto. Na boca, taninos agradáveis e finos, ótima acidez, que lhe dava leveza, escondia plenamente os 14% de álcool, e muito boa persistência.
Já era agradável logo ao abri-lo, mas ele logo mostrou como o ar lhe fazia bem. Com o tempo, a páprica defumada quase sumia, dando lugar a notas de caramelo e bálsamo; e a fruta também evoluiu um pouco, trazendo um pouco de figo e ameixa seca.
Ele se confirmou como um grande achado para quem, como eu, aprecia vinhos mais evoluídos. Vale ainda observar que ele havia figurado no Clube Evino Red (o mais básico), no mês de janeiro. Não é comum ver um vinho dessa tipicidade em um clube de vinhos, muito menos numa categoria básica.
Comprar um vinho com mais idade é sempre um risco, mas eu já havia tido uma ótima experiência com outro vinho de idade na Evino (comentei a respeito aqui), por isso, estava confiante.
O San Antolin Reserva 2005 é um corte das famosas Merlot, Cabernet Sauvignon com uma pitada da espanhola Graciano. Ele amadureceu por 24 meses em barris de carvalho, e mais 12 meses, antes de ser lançado no mercado, para poder exibir a denominação Reserva. Mas um ano é pouco, sendo 2005, ele já está há 8 anos em garrafa.
Sua cor começava a mostrar matizes atijoladas, totalmente de acordo com a idade do vinho. Logo ao abri-lo, ele anunciava aromas bem marcados da Cabernet Sauvignon, na forma de uma páprica defumada, suave, além de uma tipicidade de um tinto espanhol evoluído, aquelas notas tostadas complexas, que misturam um pouco de madeira, especiarias, couro, fumo... As frutas negras, em igual importância, completavam o conjunto. Na boca, taninos agradáveis e finos, ótima acidez, que lhe dava leveza, escondia plenamente os 14% de álcool, e muito boa persistência.
Já era agradável logo ao abri-lo, mas ele logo mostrou como o ar lhe fazia bem. Com o tempo, a páprica defumada quase sumia, dando lugar a notas de caramelo e bálsamo; e a fruta também evoluiu um pouco, trazendo um pouco de figo e ameixa seca.
Ele se confirmou como um grande achado para quem, como eu, aprecia vinhos mais evoluídos. Vale ainda observar que ele havia figurado no Clube Evino Red (o mais básico), no mês de janeiro. Não é comum ver um vinho dessa tipicidade em um clube de vinhos, muito menos numa categoria básica.
8 de outubro de 2016
Pinha Rosé 2015
Desde o mês passado, passei a fazer parte de mais um clube de vinhos: o Vinhoclube, que pertence à Casa Rio Verde, uma importadora e loja de vinhos de Belo Horizonte. Desde que tomei conhecimento deles, eu fiquei acompanhando, e me chamou a atenção a modalidade Summer, que oferece exclusivamente brancos e rosés. Portanto, não poderia deixar de ser essa a modalidade que eu escolhi.
1 de outubro de 2016
Amalaya Rosado de Corte 2015
Eu sinto que este ano, infelizmente, eu escrevi pouco a respeito de vinhos rosés. É provável que tenha tomado menos rosés do que em anos anteriores; porém a principal razão foi que, este ano, me deparei com uma grande quantidade de vinhos top, sobre os quais eu não queria deixar de escrever. E com a priorização, muitos bons vinhos do dia-a-dia acabaram preteridos. E os rosés raramente são vinhos top, porém freqüentemente são ótimas opções para o dia-a-dia.
27 de setembro de 2016
Alcyone
Não é possível que exista vinho mais perfeito para acompanhar sobremesas a base de chocolate. Ele tem cheiro e gosto de chocolate em pó!
20 de setembro de 2016
Enira Reserva 2007
Após o fim da União Soviética, a indústria vinícola da Bulgária passou por uma grave recessão. Se na época da Cortina de Ferro, o país foi escolhido como o principal fornecedor de vinhos do bloco soviético - e chegou à posição de segundo maior produtor de vinhos do mundo (atrás apenas da França) - após 1990, a produção vinícola entrou em uma grave crise. Em primeiro lugar, as prioridades mudaram. Se antes, recebiam de outros países alimentos em troca de vinho, com o desmantelamento do bloco comunista, a prioridade passou a ser produzir alimento localmente. As terras foram privatizadas, divididas em pequenas parcelas, dadas a agricultores; e milhares de hectares de vinhas foram arrancadas, e substituídas por culturas de grãos e de batatas. Além disso, a produção remanescente passou a focar apenas na produtividade: os viticultores queriam produzir mais uvas, pois vendiam por peso; e as vinícolas também não se importavam com a qualidade das uvas, apenas queriam produzir o máximo de vinho possível. A qualidade caiu drasticamente, e junto, caiu o interesse de mercados estrangeiros, que foram grandes importadores de vinho búlgaro.
16 de setembro de 2016
Kerner Abazzia di Novacella 2012
No mês de agosto, recebi um cupom de desconto da Evino, e resolvi comprar algumas garrafas. Dentre os vinhos disponíveis no dia, um dos que me chamou a atenção foi o Kerner Abbazia di Novacella 2012, um vinho feito de uma uva alemã - a Kerner - na Itália, nos Alpes Italianos. Com o desconto do cupom, cada garrafa saiu por R$63, que me pareceu um preço razoável para se arriscar, e que no final se mostrou um belo preço para um ótimo vinho.
13 de setembro de 2016
Cachaça Santa Rosa X anos
Um brinde ao dia nacional da cachaça!
No início do ano passado, estava eu de passagem por BH, quando da ocasião do aniversário de um amigo do meu pai. Para marcar a data, ele chamou familiares e amigos mais próximos, para um churrasco, e tomar uma cerveja. E nós, certamente, fomos lá prestigiá-lo. Sabendo que somos apreciadores de boas bebidas, o pessoal da casa nos apresentou algo especial: uma Cachaça Santa Rosa X anos. Os familiares, que já tinham provado antes, a enalteciam sua maciez, seu sabor diferente de qualquer outra que já haviam tomado. O irmão do aniversariante chegou a dizer que o gosto era familiar, mas ele só não conseguia associar com o quê. Quando eu cheirei a cachaça, disse "lembra whisky". É isso! Ao serem lembrados, todos imediatamente associaram o aroma de whisky na cachaça.
11 de setembro de 2016
Painshill Sparkling White Brut
Conforme eu havia comentado aqui no blog, em maio deste ano, fui à Inglaterra a passeio. E na medida do possível, aproveitei para tentar conhecer um pouco da produção de vinhos do país.
Vinhedos de Painshill Park |
7 de setembro de 2016
Trem doidimais, sô!
Certamente, faz tempo que conheço as cervejas da Bäcker; e com alguma freqüência, quando volto de BH, eu paro no quiosque deles, no aeroporto de Confins. No entanto, eu ainda não tinha ido ao bar anexo à cervejaria (que eles chamam de Templo Cervejeiro); e já não era de hoje que um primo meu falava que queria me levar lá. E dessa vez, finalmente rolou: fomos, eu, esse primo, e um de meus irmãos.
1 de setembro de 2016
Dr. Loosen Riesling Beerenauslese 2006
Apesar de ser um produtor alemão altamente conceituado, na primeira vez que tomei um vinho da Dr. Loosen - Dr L Riesling Trocken - ele tinha me desapontado. Quer dizer, não era ruim, mas eu esperava mais de um Riesling alemão de um produtor conceituado. Mas pudera, tratava-se do vinho mais básico da empresa, produzido com uvas compradas de outras propriedades.
Mas quando tratamos de um vinho de categoria superior, aí sim, a vinícola mostra a razão de sua fama. O Dr. Loosen Riesling Beerenauslese 2006 vem de vinhedos próprios do produtor, e recebe duas expressões que são garantia de qualidade, na Alemanha: Beerenauslese (ou BA) e VDP.
Mas quando tratamos de um vinho de categoria superior, aí sim, a vinícola mostra a razão de sua fama. O Dr. Loosen Riesling Beerenauslese 2006 vem de vinhedos próprios do produtor, e recebe duas expressões que são garantia de qualidade, na Alemanha: Beerenauslese (ou BA) e VDP.
31 de agosto de 2016
Royal Salute 21 anos
Em maio deste ano, viajei à Inglaterra com meus pais, para visitar meu irmão, que estava fazendo um intercâmbio. Na volta, a passagem na loja do Free Shop aqui no Brasil tinha como único objetivo comprar algumas poucas encomendas, nada para mim. Uma delas era uma garrafa do whisky Royal Salute 21 anos.
27 de agosto de 2016
Arroz de pato com vinho tinto
Inspirada no arroz de pato que comemos na casa de amigos no mês passado (que eu comentei aqui), Thais ficou com vontade de fazer em casa. Ela pegou a receita com nossos amigos, deu uma pesquisada, modificou um pouco, e fez a sua versão.
Querciolaia 2007 Maremma Toscana
Eu ganhei este vinho de presente de aniversário, e logo surgiu uma ocasião em que ele foi o escolhido: acompanhar um arroz de pato feito pela Thais. Escrevi a respeito da harmonização no texto anterior (clique aqui para ler), mas senti a necessidade de dedicar um texto exclusivo ao vinho.
21 de agosto de 2016
Maestro Sierra Jerez Fino
Uma vez, comentando sobre vinhos de Jerez, mencionei em um grupo de amigos de que não gostei da harmonização entre Jerez Fino e presunto cru; que o presunto anula os sabores interessantes do vinho, e ressalta o álcool e o sal. Diante de tamanha 'heresia', um desses amigos resolveu providenciar uma ocasião para provarmos o autêntico jamón ibérico de bellota - que no Brasil conhecemos mais por presunto de pata negra - ao lado de um bom Fino.
14 de agosto de 2016
Um branco suíço para o Dia Nacional da Suíça
Primeiro de agosto* é um dia especial. É o Dia Nacional da Suíça, o dia em que se celebra a formação da Confederação Helvética, ou seja, a formação do país. Como era uma segunda-feira, decidimos celebrar em casa mesmo, com umas comidinhas e um vinho. Thais havia comprado um queijo brie, pão, umas fatias de atum defumado, além dos ingredientes para fazer um babaganoush. Somando-se a isso, já tínhamos uma geléia de abacaxi com pimenta, que ela tinha feito no fim de semana. Com isso, montamos nosso banquete do Dia Nacional Suíço.
6 de agosto de 2016
O mítico Buçaco Branco
Como grande apreciador de vinhos portugueses, tinha entre as minhas frustrações o de ainda não ter tido a oportunidade de provar um dos vinhos do Bussaco. Isso, até pouco tempo atrás, em um encontro de uma das minhas confrarias. O tema era Vinhos Brancos de Portugal, e um dos confrades sugeriu: por quê não colocamos um Buçaco? É possível encontrá-lo na Mistral. E assim, o responsável pela organização do encontro foi até a loja física da importadora, lá em São Paulo, para comprar o vinho. No nosso caso, o Buçaco Branco Reservado 2003.
3 de agosto de 2016
Partal 2005
Mesmo associado à categoria básica da Sociedade da Mesa, vez ou outra me senti tentado por algum dos vinhos da Seleção Grandes Vinhos - uma categoria superior, trimestral, de vinhos mais caros. O Partal 2005 foi um desses vinhos, que pedi, e não me arrependi.
30 de julho de 2016
Sol com frio, arroz de pato com um bom vinho
Após uma deliciosa lasanha na noite anterior (veja aqui), e uma profunda noite de sono, acordamos no sábado com aquele friozinho gostoso, que não dava vontade de sair debaixo das cobertas. Lá fora, o sol que irradiava pelo céu sem nuvens demorou a erradicar aquele friozinho de montanha. Para começar bem o dia, um café com leite quentinho, e um farto desjejum: rosca, pães, queijo mineiro, bolo de chocolate cheio de cobertura, e pão de queijo caseiro e quentinho - receita de família. Em seguida, fomos fazer um passeio pela cidade, aproveitando para curtir o sol.
27 de julho de 2016
Chianti Classico Gran Selezione
Outro dia, Thais e eu passamos um fim de semana delicioso em Monte Alegre do Sul. Um casal de amigos convidou a nós e a um terceiro casal - todos apreciadores de vinhos - para um fim de semana na casa deles, no alto de um belo condomínio nos arredores da cidade. Nessa época do ano, Monte Alegre tem noites frias, deliciosas para nos juntarmos à mesa para comer bem, e tomar bons vinhos.
25 de julho de 2016
Lirica crua
Este espumante foi lançado em setembro do ano passado, despertou a atenção dos enófilos mais antenados, e pipocou em vários blogs de vinho nacionais. Porém, apenas este mês ele veio a cruzar meu caminho, quando foi levado por um outro convidado, em um jantar na casa de amigos.
21 de julho de 2016
De volta ao Tomyam
Dia desses, eu e Thais saímos para comer fora numa noite a dois. O destino escolhido foi o Tomyam, restaurante de culinária tailandesa, em Campinas. Já havíamos ido várias vezes, e sempre gostamos, mas - nem sei bem porquê - ficamos um longo tempo sem lembrar de voltar lá. O longo hiato foi interrompido por um jantar da ABS Campinas SBSomm, ocorrido há dois meses.
15 de julho de 2016
La Bandina 2008 Valpolicella Superiore
Conforme eu escrevi no post anterior, os vinhos de Valpolicella gozam de grande popularidade entre consumidores, mas são desdenhados por enochatos e especialistas. Claro que parte desse baixo conceito se deve a uma tendência de vários produtores que privilegiam a produtividade em detrimento da qualidade. Mas isso acontece em qualquer região. O principal motivo de serem pouco valorizados é porque são vinhos tradicionalmente despretensiosos, macios, frutados, fáceis de beber, enfim, ideais para o dia-a-dia, e acompanham bem uma ampla gama de comidas diferentes.
11 de julho de 2016
Os quatro estilos de Valpolicella
Este semestre, um dos encontros da minha confraria da ABS Campinas SBSomm teve como tema uma instrutiva degustação comparativa dos quatro estilos de vinhos de Valpolicella - desde o popular tinto básico - até as especialidades da região: Valpolicella Ripasso, Amarone della Valpolicella e Recioto della Valpolicella. Os quatro, lado a lado, com seus estilos bem distintos. Creio que nem todo mundo conhece bem tudo o que há na região. Alguns amigos até reconhecem o nome Valpolicella, mas não conhecem todos os estilos. Pra mim mesmo, foi o primeiro Recioto que provei na vida. Por isso, achei interessante registrar a degustação.
5 de julho de 2016
Inniskillin Vidal Icewine 2012
Sempre que bebemos Icewine é um acontecimento marcante. Esse precioso líquido dourado, normalmente engarrafado naquelas pequenas garrafinhas alongadas de 200mL, merece todas as formalidades e atenção. E a sua apreciação sempre merece um registro.
No último encontro da confraria, tivemos outra garrafinha de Icewine para compartilhar entre os confrades. Desta vez, era o Inniskillin Vidal Icewine 2012, feito da mesma uva - a Vidal - e na mesma região - a Península de Niágara, região dos Grandes Lagos, no sul do Canadá. Para uma apresentação da uva e da região, deixo como referência o texto do Icewine anterior: Jackson-Triggs Vidal Icewine 2012. Resta-me apenas fazer uma pequena introdução à vinícola.
No último encontro da confraria, tivemos outra garrafinha de Icewine para compartilhar entre os confrades. Desta vez, era o Inniskillin Vidal Icewine 2012, feito da mesma uva - a Vidal - e na mesma região - a Península de Niágara, região dos Grandes Lagos, no sul do Canadá. Para uma apresentação da uva e da região, deixo como referência o texto do Icewine anterior: Jackson-Triggs Vidal Icewine 2012. Resta-me apenas fazer uma pequena introdução à vinícola.
3 de julho de 2016
Ixsir Altitudes Red 2010
Na Nossa Confraria Enogastronômica, temos um confrade antenado, caçador de grandes promoções e pechinchas. É o mesmo dos "velhinhos". Mas dessa vez, ele encontrou um vinho muito bom, o Ixsir Altitudes Red 2010 sendo vendido no supermercado perto de sua casa, por meros R$49,00.
1 de julho de 2016
Um Syrah do Rhône... só que não é da França
Quando falamos de Syrah plantada nas encostas do rio Ródano, pensamos no Vale do Rhône na França, principalmente na porção norte, onde ela reina absoluta. Porém, essa região que é conhecida mundialmente como Vale do Rhône pertence aos últimos 240Km(*) do trajeto que o rio corre até o Mediterrâneo. Aproximadamente 500 quilômetros rio acima, mais especificamente nos Alpes Suíços, o mesmo rio garante condições de cultivo à vinha. E lá, também podemos encontrar vinhedos de Syrah plantados às margens do Rhône.
(*) distância fluvial entre Vienne e Arles, calculada pelo site da VNF - Voies Navigables de France (clique aqui).
(*) distância fluvial entre Vienne e Arles, calculada pelo site da VNF - Voies Navigables de France (clique aqui).
28 de junho de 2016
Os velhinhos
Tenho um amigo que gosta de viver perigosamente. Em mais de uma ocasião, encontrou vinhos velhos, sendo vendidos a preços muito baratos em um outlet de vinhos, e resolveu comprar alguns para experimentar, ou em suas palavras, "conhecer como é o vinho que passou do ponto". Ele trouxe quatro desses vinhos em diferentes encontros da confraria, para analisarmos juntos.
24 de junho de 2016
Løiten Linie Aquavit
Da Noruega à Austrália, e de volta
Fazia tempo que eu não via uma garrafa daquelas. Meu pai foi ao armário de bebidas, abriu a porta, moveu uma ou duas garrafas da frente, e tirou de lá do fundo o Løiten Linie Aquavit, que eu havia trazido de presente pra ele, há mais de uma década, da época em que eu morei na Noruega. Restavam apenas três dedos da bebida, que meu pai não toma com dó de acabar. Ele nos serviu uma dose para cada, e nos sentamos no sofá.
15 de junho de 2016
Tierra Imperial Gran Reserva 2008
Para ajudar a aquecer neste clima frio, nada como se enfiar debaixo de um cobertor na frente do sofá, entrelaçando as pernas com a sua amada, e tomar um bom vinho tinto. O vinho escolhido para essa noite foi o Tierra Imperial Gran Reserva 2008, produzido pelas Bodegas Verduguez, e importado pela Winelands.
14 de junho de 2016
Sidra na Inglaterra
A Inglaterra é muito mais conhecida pelas cervejas do que pelo vinho. Mas há outro produto muito popular no país: a sidra. O fermentado de maçã não possui uma grande reputação, mas em qualquer pub, você vai encontrar sidra, e muitas vezes servida on tap, ao lado das cervejas.
O país é o maior produtor de sidra do mundo, mas é na grande maioria um produto industrializado de massa: um produto de baixo teor alcoólico, docinho, feita de suco importado, que agrada principalmente pessoas pouco habituadas a beber, ou que não gostam de cerveja. Mas como podemos perceber pela sua presença constante, tem uma base de apreciadores bastante grande, no país.
Mesmo assim, devem haver produtores interessados em oferecer um produto distinto, com maiores aspirações, feito a partir de melhores práticas - como escolha das melhores variedades da maçã, cuidados na colheita, produção de estilos menos doces, sem pausterização, sem chaptalização, com espumatização natural [*]. E na medida do possível, procurei algumas sidras em mercados e pubs. A minha experiência com sidra é praticamente nula; mas do que provei, nada me convenceu muito. Ainda assim, achei ao menos duas dignas de nota, que se destacaram das demais, e que menciono abaixo.
A bebida era de um amarelo-palha translúcido, com poucas bolhas. O aroma de maçã era intenso e predominante, mas o toque da madeira, numa lembrança de especiarias doces é o que a distingue das demais. Ela não me pareceu menos doce do que outras sidras que provei, então, quem tem glicofobia rejeita na hora; mas a acidez é adequada, pra não deixar muito enjoativo. O corpo também me pareceu igual ao de outras, leve, em comparação com vinhos brancos. O gás é pouco, mais para um Vinho Verde do que pra um frisante efetivamente.
O termo Premier Cru é puro marketing - não existe nenhuma demarcação de pomares de qualidade superior, e nem mesmo a garantia de que todas as maçãs sejam provenientes do mesmo pomar - mas me chamou a atenção. O teor alcoólico de 7% é um pouco menor do que a outra, mas ainda acima da média; e segundo consta no contra-rótulo, é seca.
Ela me pareceu um pouco mais seca que a outra, mas não muito. A doçura ainda era bem perceptivel, mais uma vez, equilibrada pela acidez. O perlage era similar ao das sidras mais básicas, mais intenso e de bolhas maiores do que no Westons. O seu destaque estava na mineralidade de aroma, lembrando pedra de mármore. A cor era bem similar, uma amarelo-palha translúcido.
O país é o maior produtor de sidra do mundo, mas é na grande maioria um produto industrializado de massa: um produto de baixo teor alcoólico, docinho, feita de suco importado, que agrada principalmente pessoas pouco habituadas a beber, ou que não gostam de cerveja. Mas como podemos perceber pela sua presença constante, tem uma base de apreciadores bastante grande, no país.
Mesmo assim, devem haver produtores interessados em oferecer um produto distinto, com maiores aspirações, feito a partir de melhores práticas - como escolha das melhores variedades da maçã, cuidados na colheita, produção de estilos menos doces, sem pausterização, sem chaptalização, com espumatização natural [*]. E na medida do possível, procurei algumas sidras em mercados e pubs. A minha experiência com sidra é praticamente nula; mas do que provei, nada me convenceu muito. Ainda assim, achei ao menos duas dignas de nota, que se destacaram das demais, e que menciono abaixo.
Henry Westons Vintage Cider 2015
Nomeada em homenagem ao fundador da marca Westons, esta sidra é produzida com maçãs de uma safra, provenientes de diferentes pomares, de diferentes condados do oeste da Inglaterra. Após a fermentação, ela é maturada em tonéis de carvalho, provavelmente por poucos meses, já que a safra de 2015 já estava engarrafada em maio de 2016 (a colheita ocorreu entre setembro e novembro do ano anterior). Ela possui 8,2% de teor alcoólico, o que é bem acima da média para uma sidra, e classificada como medium dry (meio seca) quando à doçura.A bebida era de um amarelo-palha translúcido, com poucas bolhas. O aroma de maçã era intenso e predominante, mas o toque da madeira, numa lembrança de especiarias doces é o que a distingue das demais. Ela não me pareceu menos doce do que outras sidras que provei, então, quem tem glicofobia rejeita na hora; mas a acidez é adequada, pra não deixar muito enjoativo. O corpo também me pareceu igual ao de outras, leve, em comparação com vinhos brancos. O gás é pouco, mais para um Vinho Verde do que pra um frisante efetivamente.
Aspall Suffolk Premier Cru Cyder
A Aspall - localizada em Suffolk, leste da Inglaterra - existe desde 1728, nas mãos da mesma família. Eles escrevem o nome de sua sidra com 'Y' - o que segundo eles indica uma sidra com qualidade superior, resultado de dupla fermentação. Atualmente, eles fermentam suas sidras com leveduras selecionadas de Champagne.O termo Premier Cru é puro marketing - não existe nenhuma demarcação de pomares de qualidade superior, e nem mesmo a garantia de que todas as maçãs sejam provenientes do mesmo pomar - mas me chamou a atenção. O teor alcoólico de 7% é um pouco menor do que a outra, mas ainda acima da média; e segundo consta no contra-rótulo, é seca.
Ela me pareceu um pouco mais seca que a outra, mas não muito. A doçura ainda era bem perceptivel, mais uma vez, equilibrada pela acidez. O perlage era similar ao das sidras mais básicas, mais intenso e de bolhas maiores do que no Westons. O seu destaque estava na mineralidade de aroma, lembrando pedra de mármore. A cor era bem similar, uma amarelo-palha translúcido.
Conclusão
Possivelmente estes não sejam os exemplares de maior qualidade produzidos na Inglaterra, mas os sites especializados em sidra normalmente as consideram um degrau superior. Eu poderia provar novamente essas sidras algum dia, ou outros produtos dos mesmos produtores que pareçam mais distintos, mas seria algo longe das minhas metas em uma próxima viagem ao país.12 de junho de 2016
Adgestone: vinhos na Ilha de Wight
Neste mês de maio, fui com minha esposa e meus pais passear na Inglaterra. Fomos visitar meu irmão, que está estudando em Portsmouth, no litoral sul do país. Montamos base em Porstmouth, e visitamos principalmente os arredores. Logo ao sul da cidade se localiza uma ilha, pequena se comparada à própria Grã-Bretanha, mas cheia de atrações turísticas, apesar de ser mais conhecida dos britânicos do que de estrangeiros. Chama-se Isle of Wight, e contém castelos, abadias, igrejas medievais, pubs, belas vistas de seus mirantes, falésias por todo lado, e uma abundante produção agrícola. Sua localização no extremo sul do país, e a freqüente chuva que o mar traz o ano todo fazem da Ilha de Wight uma importante zona de produção agrícola do Reino Unido, principalmente de frutas.
Loja e café da Adgestone Vineyard |
10 de junho de 2016
Um breve panorama sobre a vinicultura no Reino Unido
Existe um consenso de que a faixa ideal de vinicultura no hemisfério norte se concentra entre os paralelos 40ºN e 50ºN. O Reino Unido (formado por Inglaterra, País de Gales, Escócia e Irlanda do Norte) se localiza completamente ao norte desta faixa do globo, portanto, fora da área considerada viável. Mas isso não impede que alguns produtores sigam tentando.
Vinhedos de Painshill Park, Surrey |
5 de junho de 2016
Coyam 2009
Em 2012, um amigo viajou para o Chile, e eu encomendei uma garrafa do Coyam, o segundo melhor vinho da vinícola Emiliana. Na época, eu conhecia apenas as linhas mais básicas (Adobe e Novas), mas gosto bastante do trabalho deles, e tinha interesse em conhecer os rótulos superiores. Porém, no Brasil, além de difíceis de achar, tinham preços proibitivos. Meu amigo me trouxe o 2009, que creio que era a safra mais recente lançada na época.
29 de maio de 2016
Quinta da Raza Grande Escolha Alvarinho - Trajadura 2015
Monção e Melgaço perdeu a exclusividade sobre a Alvarinho, e este ano, chegaram ao mercado brasileiro os primeiros Vinhos Verdes com Alvarinho feitos fora dessa sub-região. Em Portugal, é assunto velho, mas no Brasil, creio que nem todo mundo acompanhou de perto.
24 de maio de 2016
Xarope trancado a cadeado
Os vinhos de Jerez são um mundo de extremos. De um lado, os super secos - que ocupam por si só um amplo espectro de estilos, do Fino ao Oloroso - são muito celebrados, aclamados por especialistas e apreciados por habitués. O PX, por sua vez, é o extremo oposto, super doce, provavelmente o vinho mais doce do mundo; mas é igualmente badalado e apreciado, tendo exemplares caríssimos. Só o meio termo - o grupo dos Jerez Cream - é sempre desdenhado por especialistas, apesar de ter seu público cativo.
O PX, ou Pedro Ximénez, é o nome da casta e do estilo. Esta variedade, em Jerez, sempre é usada para produzir este estilo super doce. As uvas são colhidas e colocadas para desidratar ao sol, para concentrar açúcares e sabor. Quando são prensadas, geram um mosto muito denso, muito doce - um xarope - que é então colocado para fermentar. A fermentação alcoólica, em geral, produz muito gás carbônico, e o vinho fica borbulhando intensamente, como se estivesse a ferver. No entanto, no PX, quando a primeira bolhinha de gás se desprende do mosto, o enólogo adiciona uma grande quantidade de aguardente, para interromper a fermentação.
17 de maio de 2016
Ludwig Wagner & Sohn Ortega TBA 2009
Esta foi a primeira vez que tive a oportunidade de provar um trockenbeerenauslese, e foi por sorte. Após um evento da ABS de degustação dirigida da importadora Weinkeller (que não colocou este vinho no painel), um grupo de confrades decidiu fazer uma compra em conjunto. Como a compra era grande - envolvia várias caixas de vinho - eles queriam negociar um desconto. Após muita negociação, ganharam como desconto uma meia-garrafa do Ludwig Wagner & Sohn Ortega Trockenbeerenauslese 2009, da região de Pfalz (em bom português, Palatinado). E para minha sorte, decidiram compartilhar o vinho ao final de uma reunião da confraria.
13 de maio de 2016
Harmonizando a culinária do sudeste asiático
Dias desses, a ABS Campinas SBSomm realizou seu tradicional jantar mensal no Tomyam (antigo Lagundri), restaurante de culinária do sudeste asiático. A ABS Campinas realiza estes jantares em restaurantes da cidade, pelo menos uma vez por mês. São eventos fechados e com cardápio previamente definido; e os vinhos ficam a cargo dos sócios. Eu nunca tinha ido antes, pois sempre achava a relação custo-benefício ruim. Mas desta vez, eu e Thais nos interessamos, pelo tema, pelo restaurante e pelo cardápio. Apesar de já haver algum tempo que não íamos no Tomyam, sempre que íamos, gostávamos da comida. E como vários amigos se interessaram também, ficou ainda mais legal.
3 de maio de 2016
Jackson-Triggs Vidal Icewine 2012
Desde que ouviu falar pela primeira vez do Icewine, o caro e raro vinho feito de uvas congeladas, Thais ficou com vontade de prová-lo. Quando um casal de amigos viajou aos Estados Unidos, ela logo encomendou uma garrafa. Afinal, o Canadá, ali do lado, é o maior produtor mundial deste tipo de vinho. A garrafa que nossos amigos trouxeram foi Jackson-Triggs Vidal Icewine 2012, produzido na Península de Niágara.
1 de maio de 2016
The Old Dutch
Fazia anos que eu e Thais não íamos a Holambra. Então, há umas poucas semanas, vimos na TV um restaurante que nos despertou a curiosidade, e decidimos ir. Nos programamos para o feriado, chamamos uma amiga que topou ir com a gente, pus uns vinhos gelados em uma sacola térmica (a taxa de rolha é justa), e pegamos a estrada.
27 de abril de 2016
Anniversario 62 Primitivo di Manduria Riserva 2010
Este domingo uma amiga chamou uma turminha pra uma pequena soirée, com umas comidinhas e uns vinhos, nada de requintado. Um patezinho daqui, outro dali, uns pães, queijos, abobrinhas em conserva... e uns vinhos para aplacar a sede.
Os primeiros vinhos eram brancos e rosés, leves e refrescantes, bem a calhar frente ao calor que fazia. Mas nossa turma tem uma pessoa que gosta mesmo é de tintos. Então, a dona da casa já tinha deixado um tinto no jeito, resfriado na adega. Quando os outros vinhos acabaram, ela me pediu para ir buscá-lo. Me explicou onde estava, e fui lá.
Os primeiros vinhos eram brancos e rosés, leves e refrescantes, bem a calhar frente ao calor que fazia. Mas nossa turma tem uma pessoa que gosta mesmo é de tintos. Então, a dona da casa já tinha deixado um tinto no jeito, resfriado na adega. Quando os outros vinhos acabaram, ela me pediu para ir buscá-lo. Me explicou onde estava, e fui lá.
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