O Domaine Sigalas se localiza na ilha de Santorini, um dos terroirs mais extremos do mundo, que no entanto - ou exatamente por isso - produz alguns dos principais néctares da Grécia. Na primeira vez que provei um de seus vinhos, o varietal Assyrtiko 2013, fiquei encantado com ele.
Por isso, quando vi o vinho Sigalas Assyrtiko - Athiri 2010 selecionado no painel da reunião da minha confraria na ABS - cujo tema era vinhos gregos - eu fiquei empolgado. Este vinho tinha duas diferenças básicas em relação ao que mencionei no primeiro parágrafo. Primeiro, o outro era 100% Assytiko, a uva branca mais nobre da Grécia; sendo que o vinho do painel era um corte, com 75% Assyrtiko e 25% Athiri. A segunda diferença era que este vinho era da safra 2010, 3 anos mais velha. Aquele de 2013 era uma delícia, mas teria este vinho de 2010 a capacidade de se manter em condições?
Um espaço onde relato minhas experiências no mundo dos vinhos.
E eventualmente, também experiências relativas a outras bebidas.
29 de fevereiro de 2016
26 de fevereiro de 2016
Rieslings e eisbein na Cantina Alemã
Eu já moro há algum tempo em Campinas, e nunca tinha ouvido falar que havia um restaurante tradicionalíssimo da cidade - aberto há 51 anos - dedicado exclusivamente à culinária alemã. Este mês, uma confrade da Nossa Confraria sugeriu que fizéssemos lá um encontro extra, e assim fomos. Ele se localiza em um estabelecimento de fachada discreta, de estilo retrô, na Rua Luzitana, nº 981.
23 de fevereiro de 2016
Château La Nerthe Rouge, AOC Châteauneuf-du-Pape
Um dos pontos positivos de fazer parte de uma confraria é de vez em quando podermos comprar um grande vinho, que seria caro demais para comprarmos sozinhos, mas que dividindo entre todos os confrades, a conta final não sai tão cara. Foi graças à confraria da ABS que pude provar um vinho de Châteauneuf-du-Pape, a apelação mais conceituada - e mais cara - do sul do vale do rio Rhône. O vinho que quero comentar é o Château La Nerthe Rouge 2011, que custa R$441,00 na Grand Cru.
20 de fevereiro de 2016
Nerìo Riserva 2010
Em setembro de 2014, escrevi a respeito de um dos melhores vinhos que tinha recebido pela Sociedade da Mesa até então, o Roccamora Negroamaro 2011. Tão bom, que se esgotou rapidamente no clube. Ainda tive tempo de pedir mais algumas garrafas, mas elas também já se foram.
Naquela época, o clube tinha trazido também outro vinho do mesmo produtor, só que para a Seleção Grandes Vinhos, isto é, uma modalidade de vinhos de categoria superior à minha assinatura básica. Eu tinha gostado tanto do Roccamora, que pela primeira vez me arrisquei a pedir um vinho desta modalidade superior: o Nerìo Riserva 2010.
Naquela época, o clube tinha trazido também outro vinho do mesmo produtor, só que para a Seleção Grandes Vinhos, isto é, uma modalidade de vinhos de categoria superior à minha assinatura básica. Eu tinha gostado tanto do Roccamora, que pela primeira vez me arrisquei a pedir um vinho desta modalidade superior: o Nerìo Riserva 2010.
18 de fevereiro de 2016
Botran Solera 1893, DOP Ron de Guatemala
Se tudo o que você conhece de rum se limita a Bacardí e Montilla, então não conhece nada! Assim como a cachaça, o rum é uma bebida destilada da cana-de-açúcar; assim como a cachaça, sua origem é a América Latina; e assim como a cachaça, é uma bebida injustamente pouco valorizada.
No ano passado, eu finalmente conheci um rum que se preza. Um pouco antes do Real mostrar seu real valor, eu fiz conexão pelo aeroporto do Panamá. E como era de se esperar em um país da América Central, a loja de bebidas tinha uma grande diversidade de rums, de diversas origens. No dia, a loja estava oferecendo degustação de dois rótulos específicos, ambos da destilaria Botran, da Guatemala. Um 15 anos, que estava a US25, e um 18 anos, a US35. Apesar da relativamente pequena diferença de idade, a diferença de sabor era enorme, e resolvi trazer o Botran Solera 1893.
No ano passado, eu finalmente conheci um rum que se preza. Um pouco antes do Real mostrar seu real valor, eu fiz conexão pelo aeroporto do Panamá. E como era de se esperar em um país da América Central, a loja de bebidas tinha uma grande diversidade de rums, de diversas origens. No dia, a loja estava oferecendo degustação de dois rótulos específicos, ambos da destilaria Botran, da Guatemala. Um 15 anos, que estava a US25, e um 18 anos, a US35. Apesar da relativamente pequena diferença de idade, a diferença de sabor era enorme, e resolvi trazer o Botran Solera 1893.
8 de fevereiro de 2016
Sauvignon Blanc Rosé ?!?
A Bodega Lauca, localizada no Vale do Maule, Chile, criou um vinho inusitado: o Lauca Sauvignon Blanc Rosé 2014. Para quem possa estar se perguntando como pode-se fazer um vinho rosé a partir da Sauvignon Blanc, que é uma variedade branca, sem nenhuma pigmentação de cor, informo que na realidade foi utilizada uma pequena quantidade de Carignan, uma variedade tinta, para dar a cor rosé. E como esta quantidade foi muito pequena, a legislação permite que o vinho seja considerado um monovarietal, como se tivesse sido feito unicamente de Sauvignon Blanc.
5 de fevereiro de 2016
Cavino Malagousia 2014
Os vinhos brancos gregos não cansam de me surpreender: cada um com um caráter muito distinto, com perfis aromáticos diferentes entre si, e muito diferentes dos brancos de outras partes do mundo, mas sempre apresentando muito frescor.
2 de fevereiro de 2016
Domaine Chevallier Chablis 1er Cru Montmains 2011
Não é todo dia que tomamos um Chablis. Principalmente um Chablis Premier Cru. Por isso, quando podemos, tem que ser uma grande ocasião. Quando o nosso grupo de confraria escolheu nos reunirmos no restaurante Chef Theo, um confrade logo falou: ostras! E Thais respondeu: eu tenho um Chablis! Estava estabelecida a grande ocasião.
O nosso Chablis, no caso, era Domaine Chevallier 1er Cru Montmains 2011, que havíamos encontrado no Super Nosso, BH, em novembro passado.
Para quem não sabe (afinal, ninguém é obrigado a saber), Chablis é uma pequena região da Borgonha, exclusiva de vinhos brancos feitos exclusivamente de Chardonnay; é a região de maior reputação para vinhos desta uva. Seu solo é repleto de fósseis marinhos, principalmente de conchas de ostras, mostrando que ali já foi mar. E este mesmo solo é supostamente o responsável pelo caráter mineral de seus vinhos, além de colocar o par Chablis e ostras entre as harmonizações mais clássicas do mundo enogastronômico.
Alguns vinhedos são considerados mais privilegiados que outros, devido a condições de solo e clima, e por isso recebem classificações de distinção: Premier Cru e Grand Cru. Montmains, de onde vêm as uvas deste vinho, é um Premier Cru, devido ao seu climat privilegiado em relação à maior parte da região. Não é o topo da escala, mas é um vinhedo com distinção em uma terra de excelência.
Ele é produzido pelo Domaine Chevallier, uma pequena propriedade familiar pertencente a Claude Chevallier. Eu não encontrei site da vinícola na Internet, mas sim uma reportagem (em francês) que me permitiu conhecer um pouquinho a respeito do produtor. A família possuía histórico de produção vinícola, até a devastação da filoxera, no final do século XIX. Apesar de um longo hiato, Claude se lançou ao desafio de voltar a produzir vinho nas terras da família. Plantou as primeiras vinhas em 1987, mas só produziu o primeiro vinho em 1992. Hoje possui um total de 17 hectares de vinhas, e coleciona medalhas com seus Chablis e Petit Chablis.
Claude Chevallier é um vigneron independant, isto é, está associado e é certificado pela Vignerons Independants de France. Esta associação, com status de sindicato, certifica e promove pequenos produtores, como Claude, que são responsáveis por todas as etapas de produção de seus vinhos: cultivo, colheita, vinificação, maturação, engarrafamento, e finalmente, a comercialização.
Enfim, com tantos sinais de qualidade por trás do vinho, só poderia ser um vinho especial, não é mesmo?
O nosso Chablis, no caso, era Domaine Chevallier 1er Cru Montmains 2011, que havíamos encontrado no Super Nosso, BH, em novembro passado.
Para quem não sabe (afinal, ninguém é obrigado a saber), Chablis é uma pequena região da Borgonha, exclusiva de vinhos brancos feitos exclusivamente de Chardonnay; é a região de maior reputação para vinhos desta uva. Seu solo é repleto de fósseis marinhos, principalmente de conchas de ostras, mostrando que ali já foi mar. E este mesmo solo é supostamente o responsável pelo caráter mineral de seus vinhos, além de colocar o par Chablis e ostras entre as harmonizações mais clássicas do mundo enogastronômico.
Alguns vinhedos são considerados mais privilegiados que outros, devido a condições de solo e clima, e por isso recebem classificações de distinção: Premier Cru e Grand Cru. Montmains, de onde vêm as uvas deste vinho, é um Premier Cru, devido ao seu climat privilegiado em relação à maior parte da região. Não é o topo da escala, mas é um vinhedo com distinção em uma terra de excelência.
Ele é produzido pelo Domaine Chevallier, uma pequena propriedade familiar pertencente a Claude Chevallier. Eu não encontrei site da vinícola na Internet, mas sim uma reportagem (em francês) que me permitiu conhecer um pouquinho a respeito do produtor. A família possuía histórico de produção vinícola, até a devastação da filoxera, no final do século XIX. Apesar de um longo hiato, Claude se lançou ao desafio de voltar a produzir vinho nas terras da família. Plantou as primeiras vinhas em 1987, mas só produziu o primeiro vinho em 1992. Hoje possui um total de 17 hectares de vinhas, e coleciona medalhas com seus Chablis e Petit Chablis.
Claude Chevallier é um vigneron independant, isto é, está associado e é certificado pela Vignerons Independants de France. Esta associação, com status de sindicato, certifica e promove pequenos produtores, como Claude, que são responsáveis por todas as etapas de produção de seus vinhos: cultivo, colheita, vinificação, maturação, engarrafamento, e finalmente, a comercialização.
Enfim, com tantos sinais de qualidade por trás do vinho, só poderia ser um vinho especial, não é mesmo?
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