O Domaine Sigalas se localiza na ilha de Santorini, um dos terroirs mais extremos do mundo, que no entanto - ou exatamente por isso - produz alguns dos principais néctares da Grécia. Na primeira vez que provei um de seus vinhos, o varietal Assyrtiko 2013, fiquei encantado com ele.
Por isso, quando vi o vinho Sigalas Assyrtiko - Athiri 2010 selecionado no painel da reunião da minha confraria na ABS - cujo tema era vinhos gregos - eu fiquei empolgado. Este vinho tinha duas diferenças básicas em relação ao que mencionei no primeiro parágrafo. Primeiro, o outro era 100% Assytiko, a uva branca mais nobre da Grécia; sendo que o vinho do painel era um corte, com 75% Assyrtiko e 25% Athiri. A segunda diferença era que este vinho era da safra 2010, 3 anos mais velha. Aquele de 2013 era uma delícia, mas teria este vinho de 2010 a capacidade de se manter em condições?
Sua cor apresentava um dourada intensa, tendendo ao acobreado, porém brilhante. Ou seja, mostrava alguma evolução, mas nada de mais. No aroma, ótimas notícias: boa intensidade, e mostrando uma interessante complexidade: abacaxi e pêssego em calda, frutas secas como amêndoas e avelãs, e ainda um toque cítrico de geléia de kinkan (minha mulher faz pra mim de vez em quando, é uma das geléias que eu mais gosto). Fui animado para o teste gustativo, porém tive um pequeno desapontamento. Ele mostrava sinais de cansaço: a acidez já não era tão vibrante, e deixava o álcool aparecer muito. Não que estivesse imbebível, ou morto. O sabor era intenso, e a persistência aromática era de boa duração, mas ele certamente já tinha passado do seu melhor momento. É uma pena, mas é o que acontece se guardamos o vinho por tempo demais.
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