Este domingo uma amiga chamou uma turminha pra uma pequena soirée, com umas comidinhas e uns vinhos, nada de requintado. Um patezinho daqui, outro dali, uns pães, queijos, abobrinhas em conserva... e uns vinhos para aplacar a sede.
Os primeiros vinhos eram brancos e rosés, leves e refrescantes, bem a calhar frente ao calor que fazia. Mas nossa turma tem uma pessoa que gosta mesmo é de tintos. Então, a dona da casa já tinha deixado um tinto no jeito, resfriado na adega. Quando os outros vinhos acabaram, ela me pediu para ir buscá-lo. Me explicou onde estava, e fui lá.
Voltei com uma garrafa em que se lia San Marzano Anniversario 62 Primitivo di Manduria Riserva 2010. Me perguntaram: é bom? Não conheço o produtor, mas sendo Primitivo di Manduria, já é de se esperar coisa boa, pois são os mais conceituados vinhos da uva Primitivo. E o termo Riserva insinua que seja um vinho de categoria superior deste produtor (apesar de eu não poder confirmar se, na região, o termo é uma palavra regulamentada, ou pode ser usada apenas como um termo de marketing). E pra completar, a garrafa era imponente, pesada, mais larga que o normal, o que, inconscientemente, acaba por fazer aumentar a expectativa quando ao vinho.
Ao sacar a rolha - bela rolha, diga-se de passagem, alta, de cortiça maciça - o aroma já perfumou o ar. Eram necessárias taças limpas, para poder apreciar todo o potencial do vinho diante de nós. A anfitriã providenciou novo jogo de taças, e fui tratando de enchê-las. E à medida que ia servindo, um rastro de interjeições e exclamações. Que cor! Que aroma! Que potência! Que delícia!
Sua cor violácea escura, porém brilhante, tingia as paredes da taça, e as lágrimas escorriam lentamente. O aroma que perfumava o ar tinha muito licor de frutas negras, bálsamo e nuances de chocolate amargo. Porém, o vinho nada tinha de pesado. Era encorpado, bem encorpado, mas o álcool não incomodava, a acidez era muito agradável e não o deixava ficar enjoativo. Os taninos eram macios, aveludados, e a persistência aromática era muito alta. É um vinho com 14,5% de álcool, mas que desce fácil, fácil.
Durante a apreciação conjunta, muitas foram as intenções de comprar mais garrafas do vinho. O contra-rótulo indicava: foi importado pela Grand Cru, logo, fácil, já sabíamos onde comprar. Mais tarde, já em casa, resolvi pesquisar no site da importadora. O 2010 não consta, e a safra 2011 está esgotada. Mas o site informa o preço, mesmo assim: R$284! Por esse preço, tinha que ser bom pra c* mesmo!
Conclusão, não me peça para ir à sua adega buscar um vinho, porque corre o risco de eu pegar o mais caro que tem!
Já tomei um Primitivo de entrada da San Marzano, IGT Puglia, se não me engano num restaurante.
ResponderExcluirEsse aí deve ser mesmo fantástico!