13 de setembro de 2016

Cachaça Santa Rosa X anos

Um brinde ao dia nacional da cachaça!



No início do ano passado, estava eu de passagem por BH, quando da ocasião do aniversário de um amigo do meu pai. Para marcar a data, ele chamou familiares e amigos mais próximos, para um churrasco, e tomar uma cerveja. E nós, certamente, fomos lá prestigiá-lo. Sabendo que somos apreciadores de boas bebidas, o pessoal da casa nos apresentou algo especial: uma Cachaça Santa Rosa X anos. Os familiares, que já tinham provado antes, a enalteciam sua maciez, seu sabor diferente de qualquer outra que já haviam tomado. O irmão do aniversariante chegou a dizer que o gosto era familiar, mas ele só não conseguia associar com o quê. Quando eu cheirei a cachaça, disse "lembra whisky". É isso! Ao serem lembrados, todos imediatamente associaram o aroma de whisky na cachaça.

A cachaça recebe o nome da fazenda onde é produzida, no município de Valença, Rio de Janeiro; fazenda esta que pertence à família Pentagna Guimarães, desde a segunda metade do século XIX, quando o imigrante Vito Pentanga a adquiriu, trouxe engenhos da Europa, e começou a produção de cachaça [*]. Além de negociante, tinha na indústria têxtil sua principal renda; e a produção de cachaça era apenas um hobby, uma paixão.

Desde então, a família Pentagna Guimarães cresceu e prosperou. O filho de Vito Pentagna, Antônio Mourão Guimarães, criou o banco BMG, e a mineradora Magnesita, nos anos 1930 e 1940 [*]. Mas foi um de seus netos, Lúcio Pentagna Guimarães que 'herdou' a produção de cachaça na Santa Rosa, e a profissionalizou, a partir da década de 1960. Mas também para ele, a cachaça era apenas um hobby, já que seus negócios principais estavam nas áreas de mineração e agronegócio, reunidos sob o grupo Unitas.

Há um ano, exatamente em setembro de 2015, Lúcio Pentagna Guimarães faleceu, e os negócios da família estão nas mãos das filhas e netos. E um ano depois, o negócio da cachaça parece seguir firme e forte. Com uma linha de 5 cachaças diferentes, com envelhecimentos 1 a 14 anos, venho tendo notícia de diversas ações de divulgação da marca, além de estarem disponíveis em lojas especializadas e mesmo no aeroporto de Belo Horizonte.


Desde então, eu tomei da Santa Rosa 8 anos e esta, a 10 anos, em algumas ocasiões. E a boa impressão inicial se manteve. Como dois destilados de grande qualidade, são macias, sem queimação do álcool. Quanto aos aromas, o característico aroma da cachaça é acompanhado de aromas marcados da madeira, tornando-a um produto diferenciado. Na 8 anos, me lembrou coco queimado, como aquele que que costuma se apresentar em Chardonnays barricados. Já a 10 anos, que tomei novamente esses dias, mais uma vez me lembrou whisky, com um defumado e até mesmo notas de malte. Seria impressão? Ou essa versão 10 anos maturou em barris usados de whisky? Não sei. Só sei que é um produto diferenciado, mais uma exemplo de cachaça de qualidade, que mostra que nosso destilado não deve nada aos dos outros.

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