1 de setembro de 2016

Dr. Loosen Riesling Beerenauslese 2006

Apesar de ser um produtor alemão altamente conceituado, na primeira vez que tomei um vinho da Dr. Loosen - Dr L Riesling Trocken - ele tinha me desapontado. Quer dizer, não era ruim, mas eu esperava mais de um Riesling alemão de um produtor conceituado. Mas pudera, tratava-se do vinho mais básico da empresa, produzido com uvas compradas de outras propriedades.

Mas quando tratamos de um vinho de categoria superior, aí sim, a vinícola mostra a razão de sua fama. O Dr. Loosen Riesling Beerenauslese 2006 vem de vinhedos próprios do produtor, e recebe duas expressões que são garantia de qualidade, na Alemanha: Beerenauslese (ou BA) e VDP.


O primeiro dos termos, Beerenauslese, é uma classificação oficial de qualidade de vinhos alemã. Está logo abaixo da categoria TBA (a classificação máxima). Ela define que as uvas têm que ser colhidas individualmente, deixando o restante do cacho no pé. E as uvas colhidas devem estar sobremaduras (existe uma concentração de açúcar mínima) e preferencialmente, acometidas pela botrytis.

Por sua vez, VDP é a sigla do nome de uma associação dos melhores produtores da Alemanha. Ela define critérios muito restritos para que um produtor possa se tornar membro e, como descreve o próprio site da Dr Loosen (aqui), garante a qualidade dos produtos que exibem o seu selo (a propósito, o Dr L, aquele que me desapontou, não tem o selo VDP).


Essa garrafa foi comprada na Alemanha, já que os vinhos doces da Dr. Loosen infelizmente não são importados ao Brasil (apenas os secos são encontrados por aqui). Um amigo a trouxe em um jantar em um restaurante, em Campinas. A comida foi meia-boca, mas a boa companhia e bons vinhos, justificaram o momento; e este vinho fechou a noite em grande estilo. De cor dourada, denso, concentrado, com uma explosão aromática, muita presença do aroma típico da botrytis, além de mel, frutas em calda, e muito frescor, mesmo no nariz. Na boca, a intensa doçura (mais de 150 g/L de açúcar, de acordo com a ficha técnica) é totalmente balanceada por uma vibrante acidez (10,4 g/L), que somando-se a uma deliciosa persistência, só nos faz querer beber mais, Pena que a garrafa era pequena...

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