25 de outubro de 2016

Weegmüller Der Elegante 2012

Quando uma colega de confraria mandou uma mensagem falando de um saldão em uma importadora de vinhos alemães que estava quebrando, tomei um susto. Seria a Weinkeller? Não, era outra, chamada Etcetera, que eu nem tinha conhecimento. Mas com a perspectiva de comprar alguns Rieslings a R$35 a garrafa, eu resolvi arriscar. Como não conhecia os vinhos previamente, era um risco, e pedi apenas 3 garrafas de cada.

Um dos que comprei foi o Weegmüller Riesling Kabinett Trocken Der Elegante 2012, produzido pela Weingut Weegmüller, uma vinícola familiar localizada na cidade de Neustadt, no Palatinado (Pfalz). A família Weegmüller migrou da Suíça para a Alemanha em 1657, e em 1685, fundou a vinícola, que hoje está nas mãos da 11ª geração da família: as irmãs Stephanie e Gabriele.


Risco calculado

A compra foi um risco, pois poderiam ser vinhos ruins ou em condições ruins. Obviamente, no saldão escolhi com critério, e pesquisei os produtores da lista; e no fim, escolhi todos do mesmo produtor. Me dei bem, pois paguei barato, e os vinhos estavam em ótimas condições. Muito bons, mas não tanto para valerem R$170, que era o preço da importadora antes de quebrar. A título de referência, o produtor o vende por €8 ao consumidor final. E considerando concorrentes no mercado brasileiro, creio que por R$80, estaria de bom tamanho: competiria com o Riesling de entrada da Weinkeller.

O vinho tem cor amarelo-palha, de baixa intensidade. O aroma traz um equilíbrio entre acidez da maçã verde, o mineral do petrolato, e uma fruta mais madura, como um pêssego ou nectarina. Na boca, é seco, leve, refrescante, e com média persistência aromática. Apesar de seco na classificação - e na boca - possuía pouco mais de 7g/L de açúcar residual, que era plenamente dominado pela acidez, e por isso não aparecia.


Harmonizações

As suas características - muita acidez, baixo teor alcoólico (11,5%), e leve açúcar residual - o fazem excelente companhia para pratos apimentados, como currys. Eu tomei com dois currys diferentes. Uma vez, fomos jantar com um casal de amigos no Tomyam, restaurante de culinária do sudeste asiático em Campinas. Levei uma garrafa, que tomei com o curry vermelho com camarões, e a combinação foi perfeita! Thais e nossos amigos pediram outros pratos (também apimentados e muito aromáticos), com os quais o vinho também casou perfeitamente, segundo relato dos mesmos.

Em outra oportunidade, Thais preparou em casa um frango ao curry. Usou uma mistura de curry importada, que comprou no Super Nosso, em Belo Horizonte. Ela o misturou com leite de coco, amendoins triturados, gengibre, pimenta, folhas de limão kafir (que um amigo trouxe da Tailândia), folhas de coentro e castanhas de caju. E a garrafa escolhida foi novamente o Der Elegante, que mais uma vez se saiu com louvor.


Como já é de praxe quando acho uma pechincha dessas, eu penso: que pena que só comprei 3 garrafas!

2 comentários:

  1. Primeiramente, devo dizer que fiquei com água na boca com a foto do segundo prato. Sou fanzaço de coentro, como puro, e todo prato que leva coentro já ganha muitos pontos comigo!

    Segundamente, bom saber que não é a Weinkeller que está indo pro buraco... Estou de olho para fazer umas compras com eles, só estou aguardando baixar a lotação da adega de casa.

    Por fim, parabéns pelas aquisições, é sempre bom quando nossas aventuras rendem boas e inesperadas garrafas. Saúde!

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    Respostas
    1. Obrigado, Edward!
      Também adoro coentro. Com curry, com peixe, porco, na salada...
      E quanto à Weinkeller, eles têm uns vinhos bem legais, você vai curtir!

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