Miguel Torres Noches de Verano 2014

Tem gente que já me disse que o clima não afeta nada sua escolha de vinho. Pode estar um calorão de 40ºC, que abre um tinto porradão, não quer nem saber. Eu não consigo. Já não sou fã de vinhos porradões, mas se estiver calor, então, passo mais longe ainda. Prefiro brancos ou rosés bem refrescantes, talvez um espumante, ou até um coquetel com vinho (como uma sangria, ou um tinto de verão).

Mas para aquela noite de verão que bate uma vontade de um tinto, o negócio é escolher tintos ainda mais leves, que possam ser servidos mais frescos, sem ficarem amargos. (Para quem não sabe, o problema de servir vinhos tintos gelados é que os taninos amargam, quando gelados.) Para nossa sorte, existe uma razoável quantidade de opções de tintos leves, que podem ser servidos mais frescos. Tem até um vinho que foi criado exatamente com este propósito: é o Miguel Torres Noches de Verano 2014.

Miguel Torres é talvez a maior empresa vinícola da Espanha; e há muitos anos, também produz no Chile, e já com um portfólio razoavelmente grande. E dentre os vários rótulos, entraram com tudo na nova onda vinícola chilena, de resgate da uva País, já que é o segundo rótulo da casa feito com essa variedade.

Uma amiga o comprou na Wine, e o levou em um dos encontros da turma. De acordo com a descrição do site, ele é feito a partir da técnica de maceração carbônica, a mesma do Beaujolais Nouveau. Tem cor rubi bem clarinha; o aroma, não muito intenso, tem frutas vermelhas e algo rústico, como folhas secas. Na boca, tem uma leve agulha (sensação frisante, que 'pica' a língua), uma acidez adequada, já que tem um corpo bem leve, e taninos leves, apesar de um pouco rústicos. É uma boa opção de tinto para tomar mais fresco, quando o calor apertar.