Eles se especializaram na produção de vinhos a partir de uvas passas - secas ao vento - em um processo a que batizaram de Passivento®. As uvas são colhidas já sobremaduras, e então colocadas em galpões aerados, para que desidratem um pouco mais. No site, é possível ver que possuem toda uma linha de vinhos feita nesse estilo; no entanto, somente este, feito a partir de Nero D'Avola, é importado pela Grand Cru.
A comparação com Amarone della Valpolicella é natural, já que este é o clássico vinho seco de uvas passificadas. Mas o Barone Montalto tem pretensões bem mais modestas: leve, de cor rubi clara, com breve estágio em barrica, foi feito para ser consumido jovem. Tem aroma intenso, que remete a cerejas e ameixas secas. Não se acanha em ser semi-seco, com a doçura bem perceptível, mas a acidez e o álcool estão em perfeito equilíbrio com a doçura, de forma que ele não fica enjoativo. Os taninos são suaves e macios, e o final é de média duração.
No fim de ano, a safra 2014 esteve em liqüidação na importadora; por isso pintou em mais de uma ocasião nessas festas de fim de ano, sempre arrancando elogios. É o tipo de vinho de festa, bom para bebericar descontraidamente, e que tem potencial de agradar a todos, até quem não gosta de vinho. É claro, existem aqueles que vão detestar só porque é docinho, pois tem gente que acha que vinho semi-seco é necessariamente ruim. Este é mais um exemplo de que isso é um preconceito bobo. É verdade que acho o preço cheio dele (R$103) está um pouco acima do que entrega, mas pegando uma promoção, vale a pena.
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