17 de fevereiro de 2017

L'écume: um rosé do Languedoc


Em um jantar com amigos este mês, uma amiga levou um vinho rosé com uma linda cor 'casca de cebola', aquele rosa-alaranjado pálido típico dos rosés da Provence. Se chamava L'écume 2015, produzido pelo Château La Négly. E não era apenas a cor que me fez lembrar da Provence: seu aroma que mesclava morangos frescos com casca de laranja e pomelo, e seu frescor em boca, em tudo me lembraram um bom rosé Provençal.

Porém, o Château La Négly não se localiza na Provence, e sim no Languedoc; mais especificamente sobre o maciço de La Clape, uma formação rochosa de aproximadamente 200 metros de altura, de frente para o Mediterrâneo. La Clape é uma das sub-regiões de maior prestígio dentro da AOP Languedoc.

A história do Château começa no Século XVIII, porém a propriedade passou pelas mãos de 4 famílias diferentes ao longo da história. Quando Jean Paux-Rosset, o atual proprietário, herdou o Château, em 1992, eles vendiam as uvas para a cooperativa local, que as destinavam para produção de vinhos baratos. Ele então replantou os vinhedos, e converteu todo o processo com o fim de gerar vinhos de qualidade: limitação dos rendimentos no vinhedo, colheita 100% manual, triagem uva-a-uva na cave.

O L'écume é o rosé de entrada de gama da casa. É obtido a partir de prensagem direta, e composto de 60% Grenache, 35% Syrah e 5% de Mourvèdre - o clássico GSM do Rhône sul, e também tipicamente provençal. Após a fermentação a temperatura controlada, ele permanece em tanques de inox por 3 meses, antes de ser engarrafado. O produtor recomenda que seja consumido dentro de um ano, ou seja, até que a safra seguinte seja disponibilizada (o 2016 deve ser liberado no mês que vem).

Ele entrega o que promete. É uma boa alternativa ao rosé da Provence, e vai muito bem com verão, piscina, praia, saladas e frutos do mar. Ele é importado pela Grand Cru, mas não consta no momento no site da importadora.

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