No final de maio, estava no Pão de Açúcar, quando resolvi dar uma passada na sessão de vinhos (como sempre faço, em qualquer supermercado que entro), e me deparei com uma novidade: na prateleira, estava o Champagne Piper-Heidsieck Brut, sendo vendido por R$199. Eu fiquei tentado, afinal conheço há algum tempo a qualidade deste Champagne (e o acho melhor do que a linha equivalente da Veuve Clicquot, que normalmente custa acima de R$300). Mas não comprei, deixei pra outra vez.
Pouco mais de uma semana depois, recebi um zap no grupo da confraria alertando que o Pão de Açúcar estava vendendo todos os espumantes com 50% de desconto. Eu pensei com meus botões, "não é possível que eles vão vender Piper Heidsieck a R$100, não é possível. Eles vão subir pra R$400, pro desconto deixar o preço de volta nos R$200". Na dúvida, corri lá no fim da tarde, com o objetivo único de comprar 3 garrafas desse Champagne, se e somente se ele realmente estivesse a R$100.
E estava, mesmo. E não eram poucas garrafas: ainda tinha muito Champagne disponível. Na hora, não resisti, e peguei 5. Agora, penso que deveria ter pegado 10; mas por outro lado, ver o total da compra do supermercado chegar nos R$500 foi pesado. Senti um misto da euforia de aproveitar aquela promoção tão boa, com a apreensão de que depois eu teria que pagar aquela fatura do cartão. Melhor ter comprado só 5. Vai que no fim do ano tem outra promoção dessas?
A angústia da fatura do cartão já passou. Resta agora apenas a satisfação de saber que tenho 3 garrafas de Piper-Heidsieck em minha adega (é, duas já se foram). E sei que podem durar alguns anos (guardei uma por 2 anos e meio de outra vez, e ao abri-la, estava impecável).
As duas garrafas já abertas estavam em perfeitas condições. A começar pela rolha, que se expandiu imediatamente como um cogumelo, sinal de que ainda não perdeu a elasticidade. O líquido de cor amarelo-palha claro liberava muitas borbulhas; o aroma mostrava o mesmo perfil de sempre, somando o frescor das frutas bem frescas em equilíbrio com a complexidade das notas panificadas. A acidez, encantadora, como é de se esperar nos Champanges, equilibrada por um licor de dosagem bem ajustado (de 10,5 g/L, de acordo com a ficha técnica); o sabor intenso, a boa presença em boca, e o final mais longo que a maioria mostram porque ele está um degrau acima de outros Champagnes de entrada.
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