Antes de mais nada, convém explicar para quem não conhece, o que é pastel de choclo. Em espanhol, pastel é bolo, e choclo é milho; mas não se trata de um bolo de milho como o nosso, feito para comer com um café no fim da tarde. Ele é recheado de carne moída bem temperada (tipicamente com cominho e ají, um tempero típico, a base de pimenta), azeitonas e ovos cozidos. E para finalizar, é polvilhada com açúcar, antes de ir ao forno. Isso faz com que o prato seja salgado e doce ao mesmo tempo.
Pastel de choclo (fonte: En mi cocina hoy) |
Como mencionei antes, a harmonização tradicional deste prato é o vinho tinto. A doçura da massa e do açúcar casa bem com vinhos com alto teor alcoólico; e o tempero intenso da carne atropela vinhos brancos mais leves. Mas o Artisan Tămâioasă Românească Sec 2012 não é um branco qualquer. Intenso e cheio de personalidade, tinha 14% de álcool, que além de bem integrado, casava bem com a doçura do prato. A intensidade de sabor, por outro lado, encarava com louvor os temperos da carne moída. Harmonização 100% aprovada, se saindo melhor do que o tinto disponível na ocasião.
Já escrevi a respeito desse vinho há quase dois anos (aqui). É produzido na Romênia, pela enóloga mais famosa do pais: Aurelia Vișinescu. Ela trabalha com maestria a Tămâioasă Românească, uma variedade tipicamente romena, descendente da Moscatel.
Este ano, ele voltou a figurar entre as opções do clube de vinhos Winelands, e selecionei algumas garrafas. Trata-se da mesma safra, e agora com 5 anos, não mudou nada: encorpado, muito aromático, complexo, com notas doces no nariz e boca seca com sensação salina, além de boa persistência aromática.
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