O vinho foi produzido pela família Trautsamwieser (o casal Josef e Karin, além da filha Birgit), que possui 8ha vinhedos na comuna de Weissenkirchen, na região de Wachau. O vinho é produzido com uvas da variedade Grüner Veltliner, provenientes do vinhedo Achleithen, um dos mais conceituados de Wachau. Ele se localiza às margens do Danúbio, em uma encosta íngreme voltada a sudeste. As encostas, tomadas por terraços mantidos desde a Idade Média, recebe mais horas de exposição solar, favorecendo a maturação das uvas.
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| Vinhedo Achleiten (fonte: Pinterest) |
A Áustria possui um sistema de classificação muito similar ao alemão, baseado em Prädikaten, que se baseiam na concentração de açúcar do mosto (Spätlese, Auslese, Beerenauslese, etc.). Em paralelo, o país também possui um sistema similar às denominações de origem protegidas européias, chamado de Districtus Austriae Controllatus (DAC). Mas o distrito de Wachau, um dos mais conceituados do país, tem um sistema de classificação próprio, definido - muito antes do sistema de classificação nacional - pela associação de produtores do distrito Vinea Wachau Nobilis Districtus.
Em ordem crescente de qualidade, os vinhos de Wachau são classificados em Steinfeder (nome de uma espécie de gramínea típica da região), Federspiel (uma espécie de falcão), ou Smaragd (uma espécie de lagarto). Os vinhos para qualquer uma das 3 classificações devem ser brancos e "secos" (pela classificação do país um vinho com 9g/L pode ser seco, contanto que a acidez for superior a 7g/L). Além disso, a colheita tem que ser manual, o vinho não pode sofrer chaptalização, nenhuma forma de concentração (como osmose reversa), nem sabores provenientes de madeira. E finalmente, o Smaragd, como categoria superior, deve ter uma maturação que garanta teor alcoólico superior a 12,5%.
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| Lacerta viridis, ou Smaragd (fonte: Commons Wikimedia) |
O Trautsamwieser Grüner Veltliner Smaragd 2015 tinha cor palha, de intensidade bem baixa. O aroma era simples, de frutas brancas e verdes, mas com uma importante carga de doçura -como pera madura, groselha verde, carambola - que eu creio ser típico da Grüner Weltliner. Era um vinho de acidez média/alta, e com um toque de doçura, que ajuda a equilibrar o alto teor alcoólico (14,5%). O álcool não esquentava, mas dava uma sensação untuosa, que contribuía para a sensação de corpo.
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