No recente curso de vinhos WSET 2 que fiz no fim deste ano, o material diversas vezes fazia referência a vinhos com aroma de bolo de frutas. Como assim? De que frutas? Afinal, bolo de banana e bolo de laranja têm aromas e sabores muito distintos. Mas o bolo em questão não é de banana, nem de laranja, é um bolo muito tradicional da Inglaterra, normalmente preparado para o natal. Como o material do curso é preparado na Inglaterra, este é um sabor bastante familiar para eles; mas aqui, pouca gente conhece o bolo, e por isso vale a pena descrevê-lo.
Um espaço onde relato minhas experiências no mundo dos vinhos.
E eventualmente, também experiências relativas a outras bebidas.
30 de dezembro de 2018
19 de dezembro de 2018
Porto Branco Extra Seco
Se tem um vinho que cai como uma luva como aperitivo, e harmoniza como nenhum outro com uma tábua de frios, é o Porto Branco Extra Seco. É uma pena que este estilo de vinho seja tão pouco difundido.
9 de dezembro de 2018
Torta de nascença
Joséphine nasceu em 1984, no sul da França. É filha de Joseph Helfrich, um dos sócios fundadores da J.P. Chenet. Foi criada para os holofotes, para se destacar da multidão, com uma elegância mundana. Tem charme e carisma; é bonita, mas é torta. Torta de nascença. Seu longo pescoço ligeiramente inclinado à esquerda, e sua cintura com um profundo achatamento à direta, lhe atribuem sua silhueta assimétrica. Por que bonita, se torta? Ou neste caso, é bonita por que é torta.
6 de dezembro de 2018
Pionero Maccerato Edición Especial
Já fazia algum tempo que eu não tomava um bom Albariño. Foi por acaso, mesmo. Creio que, com tanta oferta de vinho, de tantas variedades de uvas e regiões para conhecer, eu acabei negligenciando um dos vinhos que mais gosto. Só me dei conta disso quando vi o Pionero Maccerato 2016 da Viña Almirante em oferta na Vinumday, por R$75.
30 de novembro de 2018
Gheller Tannat 2010
Faz uns dois meses, um amigo da confraria fez propaganda a respeito de um vinho brasileiro que tinha conhecido em sua última viagem para o sul, e iria fazer uma encomenda direto com o produtor. Ele iria encomendar algumas caixas do Gheller Tannat 2010, por R$50 a garrafa, e perguntou se queríamos entrar no pacote. Mesmo sem conhecer a vinícola, e sem ser assim um grande entusiasta da Tannat, eu topei comprar duas garrafas pra conhecer, já que era indicado por alguém que conhece de vinho, e está barato para um vinho de 2010.
A vinícola Gheller iniciou suas atividades em 2004, na Serra Gaúcha. Ou seja, é ainda bem nova, tem produção relativamente pequena, mas já começa a acumular boas avaliações na rede. Alguns vinhos nacionais, depois de receberem boas avaliações, têm seus preços inflacionados (às vezes mais de 100% de reajuste). Não é o caso dos vinhos da Gheller, que continuam acessíveis. Este, no site da vinícola, está por R$60 (o preço que pagamos foi uma negociação especial, que esse confrade teve direto com o produtor).
O vinho tinha cor rubi intensa; de cara, exuberante e complexo no aroma (frutas negras, tostado, baú, couro, bálsamo), de corpo médio para leve e uma deliciosa acidez, taninos presentes e macios, sabor intenso correspondendo o nariz, e média persistência aromática. Eu o abri para acompanhar um hambúrguer, em casa. Considerando taninos, acidez e pouco corpo, creio que foi o acompanhamento ideal para um bom hambúrguer. Com o tempo mostrou notas de fruta seca e mentol, mas não deu muito tempo pra evoluir, pois logo a garrafa acabou. E vale ressaltar que não é comum matarmos uma garrafa a dois, de uma tacada só, principalmente tinto.
A vinícola Gheller iniciou suas atividades em 2004, na Serra Gaúcha. Ou seja, é ainda bem nova, tem produção relativamente pequena, mas já começa a acumular boas avaliações na rede. Alguns vinhos nacionais, depois de receberem boas avaliações, têm seus preços inflacionados (às vezes mais de 100% de reajuste). Não é o caso dos vinhos da Gheller, que continuam acessíveis. Este, no site da vinícola, está por R$60 (o preço que pagamos foi uma negociação especial, que esse confrade teve direto com o produtor).
O vinho tinha cor rubi intensa; de cara, exuberante e complexo no aroma (frutas negras, tostado, baú, couro, bálsamo), de corpo médio para leve e uma deliciosa acidez, taninos presentes e macios, sabor intenso correspondendo o nariz, e média persistência aromática. Eu o abri para acompanhar um hambúrguer, em casa. Considerando taninos, acidez e pouco corpo, creio que foi o acompanhamento ideal para um bom hambúrguer. Com o tempo mostrou notas de fruta seca e mentol, mas não deu muito tempo pra evoluir, pois logo a garrafa acabou. E vale ressaltar que não é comum matarmos uma garrafa a dois, de uma tacada só, principalmente tinto.
25 de novembro de 2018
Zind: um fora-da-lei aos 12 anos
Quando um colega postou no grupo de Whatsapp a oferta do Zind 2006, no site da Sonoma, fiquei tentado. Adoro vinhos evoluídos, e um bom branco de 12 anos - a preço acessível - é bem raro de encontrar. Mas antes de fechar a compra de uma caixa, eu resolvi pesquisar.
O produtor, Domaine Zind-Humbrecht possui grande reputação na Alsácia. A vinícola foi formada a partir da união das famílias Zind e Humbrecht, em 1959, mas ambas possuiam séculos de tradição, produzindo vinhos na Alsácia. Desde 1989, a condução dos negócios está nas mãos de Olivier Humbrecht.
M. Humbrecht adota a filosofia biodinâmica, e desde 1998 eles possuem certificação. Isso implica muito mais trabalho no vinhedo - nada de agrotóxicos, em caso de risco de praga ou fungos, é preciso sanitizar o vinhedo com podas. Na adega, por sua vez, a fermentação ocorre naturalmente, com leveduras indígenas; e isso significa que frequentemente seus vinhos possuem um teor mais alto de açúcar residual. Independente disso, são quase sempre vinhos com longa capacidade de guarda.
O produtor, Domaine Zind-Humbrecht possui grande reputação na Alsácia. A vinícola foi formada a partir da união das famílias Zind e Humbrecht, em 1959, mas ambas possuiam séculos de tradição, produzindo vinhos na Alsácia. Desde 1989, a condução dos negócios está nas mãos de Olivier Humbrecht.
M. Humbrecht adota a filosofia biodinâmica, e desde 1998 eles possuem certificação. Isso implica muito mais trabalho no vinhedo - nada de agrotóxicos, em caso de risco de praga ou fungos, é preciso sanitizar o vinhedo com podas. Na adega, por sua vez, a fermentação ocorre naturalmente, com leveduras indígenas; e isso significa que frequentemente seus vinhos possuem um teor mais alto de açúcar residual. Independente disso, são quase sempre vinhos com longa capacidade de guarda.
18 de novembro de 2018
Ca'Di Rajo Raboso del Piave Riserva 2009
Uma região de clima fresco e úmido, e uma variedade de ciclo longo, e intensa adstringência. Parecem incompatíveis entre si, mas nenhum vinho é mais tradicional da zona de Piave do que os tintos feitos de Raboso.
Piave é uma DOC localizada no leste do Vêneto, Itália, ocupando uma extensa planície cortada pelo rio de mesmo nome. Tal como o restante do Vêneto, está 'espremida' entre os Alpes, ao norte, e o Mar Adriático, ao sul. Especificamente em Piave, o clima é influenciado principalmente pelo Adriático, que traz um importante volume de chuvas; mas não deixa de ser uma zona de clima fresco, como o restante do Vêneto. A DOC Piave é muito extensa, e permite vinhos brancos, tintos e doces. Atualmente, a maior parte dos vinhedos é plantada com variedades internacionais, como Merlot, Cabernets, Chardonnay, e até Carmenère. Mesmo assim, seu vinho mais icônico é o Raboso del Piave.
Piave é uma DOC localizada no leste do Vêneto, Itália, ocupando uma extensa planície cortada pelo rio de mesmo nome. Tal como o restante do Vêneto, está 'espremida' entre os Alpes, ao norte, e o Mar Adriático, ao sul. Especificamente em Piave, o clima é influenciado principalmente pelo Adriático, que traz um importante volume de chuvas; mas não deixa de ser uma zona de clima fresco, como o restante do Vêneto. A DOC Piave é muito extensa, e permite vinhos brancos, tintos e doces. Atualmente, a maior parte dos vinhedos é plantada com variedades internacionais, como Merlot, Cabernets, Chardonnay, e até Carmenère. Mesmo assim, seu vinho mais icônico é o Raboso del Piave.
11 de novembro de 2018
Cointreau e as origens do triple-sec
Durante a Idade Média, os monges europeus costumavam criar remédios e fortificantes a base de vinho, temperados com ervas, frutas, raízes, etc. Com a popularização da destilação na Europa, o álcool passou a substituir o vinho. Além das propriedades medicinais próprias do álcool, os monges também perceberam que ele era mais eficiente para extrair as propriedades essenciais das plantas e raízes que utilizavam. Esses elixires foram precursores dos licores. Considerados fortificantes e profiláticos, passaram a ser muito requisitados nas cortes.
Com o tempo, o interesse por propriedades medicinais foi se esvaindo, e os licores ganharam o status de uma bebida alcoólica requintada. O Século XIX é repleto de histórias de empreendedores que inventaram algum licor e se tornaram milionários, adoçando os paladares cosmopolitas da Belle Epoque. A maioria dos licores mais tradicionais dos dias de hoje surgiram nessa época. É o caso do Cointreau.
Com o tempo, o interesse por propriedades medicinais foi se esvaindo, e os licores ganharam o status de uma bebida alcoólica requintada. O Século XIX é repleto de histórias de empreendedores que inventaram algum licor e se tornaram milionários, adoçando os paladares cosmopolitas da Belle Epoque. A maioria dos licores mais tradicionais dos dias de hoje surgiram nessa época. É o caso do Cointreau.
Rótulo antigo de Cointreau (fonte: Pinterest) |
21 de outubro de 2018
Covela Avesso 2014
Outro dia, ao dar uma passada de olho pela adega da Quinta do Marquês, fiquei surpreso ao ver o Covela Avesso por R$78. O vinho normalmente custa mais do que isso, e a adega da Quinta do Marquês não costuma ter preços competitivos. Neste caso, suponho que o preço mais baixo tenha a ver com a safra sendo vendida: de 2014, já com 4 anos. A maioria dos vinhos brancos não tem condições de ser armazenado por esse tempo, e o Covela Avesso não foi feito para guarda. Mas, conhecendo a reputação do produtor e a qualidade do vinho, era de se imaginar que ele ainda estaria em boas condições.
7 de outubro de 2018
Michel Fonné Riesling Tradition
Uma boa comida pede um bom vinho. E quando vamos a um bom restaurante, quase sempre carregamos nosso vinho. Não que os restaurantes não tenham boas cartas de vinho para oferecer, mas se podemos levar nosso próprio vinho, fica bem mais em conta; e, consequentemente, podemos ir mais vezes.
30 de setembro de 2018
Protos Verdejo 2017
Sabe quando você tem boa expectativa quanto ao vinho, e ele ainda te impressiona? Foi o que aconteceu com o Protos Verdejo 2017. Eu tinha um cupom de desconto na Wine, e comprei uns vinhos, dentre os quais, esse. Eu ainda não tinha tomado dele, mas o escolhi em função da reputação das Bodegas Protos.
22 de setembro de 2018
Harveys: a origem do Cream Sherry
Bristol Milk
Desde a Idade Média, o Porto de Bristol, no sul da Inglaterra, era um grande canal de recepção de vinho do mercado inglês. Os vinhos chegavam em barris, e maturavam em caves da cidade até o blend final. Um dos blends que provavelmente surgiu dali foi batizado de Bristol Milk, um Jerez Oloroso adoçado com PX, uma mistura cuja primeira referência data de 1634.À época, os espanhóis só produziam os Jerez super secos ou super doces. Mas o blend entre os dois fez grande sucesso em toda a Inglaterra. Porque essa mistura foi chamada de milk é objeto de debate: especula-se que era consumido preferencialmente pela manhã, e era dado a crianças como fortificante, e esfregado nas gengivas de bebês para aliviar o incômodo da dentição.
Rótulo do Harvey's Bristol Milk (fonte: Blog Jerez-Xeres-Sherry) |
15 de setembro de 2018
Motif Merlot
Já não é segredo que a Bulgária nos brinda com muitos bons vinhos. Desde 2015, Winelands tem trazido uma grande diversidade de bons vinhos búlgaros - sobretudo tintos - maduros, com boa acidez, boa maturação fenólica, equilibrados e saborosos. Uma das uvas que tem demonstrado maior sucesso é a onipresente Merlot, como é o caso do Motif Merlot 2014, produzido pela vinícola Via Verde.
8 de setembro de 2018
Villa Oeiras, preservando a tradição de Carcavelos
Portugal é cheio de vinhos generosos de grande tradição: o Porto, o Madeira, o Moscatel de Setúbal, o Carcavelos... peraí! Carcavelos!?!
30 de agosto de 2018
23 de agosto de 2018
Vertical de Barolo Riserva
Já fazia algum tempo que um amigo meu falava que tinha vontade de participar de uma degustação vertical. Quando recebi um email da Winelands com oferta de uma vertical de Barolo Riserva, resolvi comprar a caixa, e organizar uma degustação dirigida, com um grupo de amigos. A caixa continha 5 garrafas do Vinorum Barolo Riserva DOCG, produzido pela vinícola Salvano, nas safras 2005, 2008, 2009, 2010 e 2011. Custava R$1900, mas não é todo dia que temos a oportunidade de participar de uma vertical de Barolo Riserva, e dividindo pelo número de participantes, não ficaria pesado.
13 de agosto de 2018
Cerveja de pedra
Já ouviu falar de cerveja de pedra? Eu não tinha, até chegarem as cervejas da cervejaria Leikeim, no Oba. Dentre elas, a Leikeim Steinbier.
1 de agosto de 2018
Dos vinhos da Suíça
Raramente encontramos vinhos suíços fora da Suíça. O motivo não é falta de qualidade, muito pelo contrário. O problema é que os suíços gostam muito de vinho, têm alto poder aquisitivo, e portanto, acabam consumindo quase toda a produção localmente. Apenas 2% da produção sai do país (normalmente, para a Alemanha ou Áustria).
A Suíça é apenas o 20º no ranking mundial de produção, mas é o 4º em consumo, com 33 litros por habitante. A produção local, limitada pelas condições climáticas, só atende 35% da demanda; por isso, a Suíça ainda importa duas vezes mais do que produz.
A Suíça é apenas o 20º no ranking mundial de produção, mas é o 4º em consumo, com 33 litros por habitante. A produção local, limitada pelas condições climáticas, só atende 35% da demanda; por isso, a Suíça ainda importa duas vezes mais do que produz.
22 de julho de 2018
Ao estilo de Kakheti
Os vinhos laranjas, como já sabemos, têm sua origem associada à Geórgia, a república caucasiana, à margem do Mar Negro. Este estilo de vinificação - em que as uvas brancas passam por longa maceração com as cascas, em recipientes de barro chamados kvevri - existe há provavelmetne 8000 anos, e nunca deixou de ser usado no país.
Vinhos neste estilo são produzidos grosso modo em todo o pais. Mas a região de Kakheti começa a ganhar projeção internacional devido ao seu protagonismo. Localizada no extremo leste do país, Kakheti é responsável por 70% da produção vinícola da Geórgia. Os vinhos em kvevri não são exclusivos da região, e nem todos os vinhos de lá são produzidos assim; de qualquer forma, seu nome tem sido associado a vinhos laranjas fermentados em kvevri, principalmente quando são feitos a partir da variedade Rkatsiteli. É o estilo Kakhetiano.
Vinhos neste estilo são produzidos grosso modo em todo o pais. Mas a região de Kakheti começa a ganhar projeção internacional devido ao seu protagonismo. Localizada no extremo leste do país, Kakheti é responsável por 70% da produção vinícola da Geórgia. Os vinhos em kvevri não são exclusivos da região, e nem todos os vinhos de lá são produzidos assim; de qualquer forma, seu nome tem sido associado a vinhos laranjas fermentados em kvevri, principalmente quando são feitos a partir da variedade Rkatsiteli. É o estilo Kakhetiano.
15 de julho de 2018
Às margens do Reno, na Suíça
Eu não poderia imaginar que um dia tomaria um Pinot Noir proveniente de Rheinau. Não, não estou falando da famosa região de Rheingau, na Alemanha. Rheinau (sem o 'g') é uma cidadezinha localizada no norte da Suíça, contornada pelo rio Reno, em seu percurso que define a fronteira entre Suíça e Alemanha. Está localizada no Cantão de Zürich (Zurique).
Em 1862, o monastério foi dissolvido pelo Conselho Cantonal de Zurique, tendo sido convertido em um hospital; e a adega do complexo passou a ser responsável pelo fornecimento de vinho a todos os hospitais cantonais, dando início à Staatskellerei Zürich. A empresa passou então a comprar e processar as uvas de boa parte dos viticultores da região. Hoje, processando uvas de 90 viticultores, é um dos maiores produtores de Zurique (o que não significa muito, em função da modesta produção da Suíça alemã).
De monastério a adega
Neste ponto do rio, há uma ilha dominada por um antigo monastério beneditino, que data provavelmente do ano 778 AD. Entre 1585 e 1588, o monastério ganhou uma adega subterrânea, construida para proteger o vinho do risco de congelamento. O complexo monástico recebeu ainda sucessivas extensões até 1744, quando adquiriu o seu formato atual.Em 1862, o monastério foi dissolvido pelo Conselho Cantonal de Zurique, tendo sido convertido em um hospital; e a adega do complexo passou a ser responsável pelo fornecimento de vinho a todos os hospitais cantonais, dando início à Staatskellerei Zürich. A empresa passou então a comprar e processar as uvas de boa parte dos viticultores da região. Hoje, processando uvas de 90 viticultores, é um dos maiores produtores de Zurique (o que não significa muito, em função da modesta produção da Suíça alemã).
Foto aérea do antigo monastério (fonte: site do complexo turístico) |
10 de julho de 2018
Vinho de chuva
Imagina um vinho que viajou por meses em barris, no porão de navios, da Europa às Índias, cozinhando e oxidando intensamente durante a viagem; e que parte do vinho, não tendo sido consumido nem vendido, retornasse à sua região de origem, cozinhando em dobro; e que alguém, ao provar aquele vinho completamente oxidado, achasse que ele era muito bom - até mesmo melhor do que antes. De acordo com a lenda, assim teria surgido o estilo sui generis do Vinho Madeira.
Agora, imagina que alguns desses tonéis fossem descarregados e deixados ao relento no porto; e que a chuva molhasse os barris e diluísse o vinho. Esta é uma das hipóteses de como teria surgido o estilo Madeira Rainwater. O estilo não é muito conhecido no Brasil, mas é muito popular dos Estados Unidos, onde possivelmente ele 'surgiu'. Uma das hipóteses é de que o episódio da chuva tenha ocorrido nos Estados Unidos. Em vez de descartá-lo, os importadores o venderam assim mesmo, e ele teria sido muito bem recebido pelos consumidores.
Agora, imagina que alguns desses tonéis fossem descarregados e deixados ao relento no porto; e que a chuva molhasse os barris e diluísse o vinho. Esta é uma das hipóteses de como teria surgido o estilo Madeira Rainwater. O estilo não é muito conhecido no Brasil, mas é muito popular dos Estados Unidos, onde possivelmente ele 'surgiu'. Uma das hipóteses é de que o episódio da chuva tenha ocorrido nos Estados Unidos. Em vez de descartá-lo, os importadores o venderam assim mesmo, e ele teria sido muito bem recebido pelos consumidores.
23 de junho de 2018
Renoble Sauvignon Blanc 2013
A vista da janela de um avião frequentemente nos brinda com imagens muito interessantes. A vista dos topos cobertos de neve dos Andes, na travessia a caminho de Santiago, por exemplo, é arrebatadora.
O vôo entre Santiago e Puerto Montt é certamente menos impressionante, no entanto, não menos revelador em relação à peculiar geografia do país, ao menos para alguém atento e ciente. O trajeto de pouco menos de duas horas percorre o trecho em paralelo à pré-cordilheira e à Cordilheira da Costa, expondo, às vezes de forma incrivelmente nítida, como o seu relevo delimita e define suas 3 faixas longitudinais - Andes, Entre-Cordilheiras e Costa - que só há pouco tempo foram reconhecidas como fator de classificação regional dos vinhos chilenos.
O vôo entre Santiago e Puerto Montt é certamente menos impressionante, no entanto, não menos revelador em relação à peculiar geografia do país, ao menos para alguém atento e ciente. O trajeto de pouco menos de duas horas percorre o trecho em paralelo à pré-cordilheira e à Cordilheira da Costa, expondo, às vezes de forma incrivelmente nítida, como o seu relevo delimita e define suas 3 faixas longitudinais - Andes, Entre-Cordilheiras e Costa - que só há pouco tempo foram reconhecidas como fator de classificação regional dos vinhos chilenos.
9 de junho de 2018
Baron Knyphausen Riesling Trocken 2013
A importadora Vind'Ame, que começou as operações em 2015, têm uns Rieslings muito top em seu portfólio - de pequenas produções, orgânicos, gabaritados, e na maioria, classificados pela VDP. Isso tudo faz com que eles sejam meio caros, um pouquinho além do que eu estou disposto a pagar. Mas em fevereiro deste ano, a importadora lançou a operação de venda direta via e-commerce; e como promoção, ofereceu 30% de desconto em todo o portfólio, para os primeiros 100 clientes. Aí, alguns vinhos ficaram com preços bem mais acessíveis, e eu aproveitei pra comprar 2.
Um deles foi o Baron Knyphausen Riesling Trocken 2013, que saiu de R$179 por R$125. O nome da vinícola vem dos Barões de Knyphausen, que a adquiriram em 1818. No entanto, ela já produzia vinho desde 1141, quando pertencia ao monastério Eberbach. A propriedade está na região de Rheingau e produz 130 mil garrafas por ano, dentre os seus diversos vinhos.
Um deles foi o Baron Knyphausen Riesling Trocken 2013, que saiu de R$179 por R$125. O nome da vinícola vem dos Barões de Knyphausen, que a adquiriram em 1818. No entanto, ela já produzia vinho desde 1141, quando pertencia ao monastério Eberbach. A propriedade está na região de Rheingau e produz 130 mil garrafas por ano, dentre os seus diversos vinhos.
2 de junho de 2018
Maryan Orange Barrel Fermented 2016
Os vinhos laranjas têm sido muito comentados na última década, mas continuam bastante invulgares, difíceis de serem encontrados, e normalmente bastante caros. Em 2014, eu participei de uma degustação dirigida na antiga ABS Campinas, tendo como tema os vinhos laranjas do portfólio da importadora Decanter. Mas devido ao alto preço, desde então não tive muitas oportunidades de tomar vinhos deste estilo.
Este ano, aproveitei algumas oportunidades para comprar umas garrafas. É que a Winelands importou 3 rótulos diferentes de vinhos laranjas; e apesar de custarem mais de R$300 cada um, em diferentes oportunidades eles entraram na seleção 'Top do mês', oferecidos por R$100 para membros do clube.
Este ano, aproveitei algumas oportunidades para comprar umas garrafas. É que a Winelands importou 3 rótulos diferentes de vinhos laranjas; e apesar de custarem mais de R$300 cada um, em diferentes oportunidades eles entraram na seleção 'Top do mês', oferecidos por R$100 para membros do clube.
26 de maio de 2018
Gustave Lorentz Crémants d'Alsace
No mundo dos espumantes franceses, os Crémants são como uma alternativa aos Champagnes, de espumantes de alta qualidade, só que de custo mais em conta. Há Crémants em diversas regiões da França; todos são produzidos pelo método tradicional, como em Champagne, mas cada um tem sua tipicidade própria, em função da região de origem, e variedades de uva utilizadas.
Os Crémants d'Alsace estão entre os de maior reputação. Produzidos na região da Alsácia, na fronteira com a Alemanha, o clima frio, apenas um pouco mais quente que o de Champagne, torna a região muito adequada a vinhos brancos e espumantes. Os Crémants correspondem a 25% da produção vinícola da Alsácia; e em comparação com todos os espumantes da França, tem o segundo maior volume de vendas, atrás apenas de Champagne.
Os Crémants d'Alsace estão entre os de maior reputação. Produzidos na região da Alsácia, na fronteira com a Alemanha, o clima frio, apenas um pouco mais quente que o de Champagne, torna a região muito adequada a vinhos brancos e espumantes. Os Crémants correspondem a 25% da produção vinícola da Alsácia; e em comparação com todos os espumantes da França, tem o segundo maior volume de vendas, atrás apenas de Champagne.
21 de maio de 2018
Indómita Gran Reserva Viognier
No mês passado, fui surpreendido por um Viognier, produzido no norte do Chile, no Valle del Limarí (releia, aqui). E na minha viagem ao Chile, fui surpreendido por outro Viognier do Chile, mas produzido quase no extremo oposto, Valle del Bío Bío, no sul do Chile.
Os climas de ambas regiões do Chile não poderiam ser mais diferentes. No Limarí, muito sol, calor, e pouquíssima chuva. Mas a altitude provê o arrefecimento que permite produzir vinhos com frescor. Já o Bío Bío tem o clima bem mais fresco e bem mais úmido, a ponto de muitas vezes não ser necessário irrigar.
Os climas de ambas regiões do Chile não poderiam ser mais diferentes. No Limarí, muito sol, calor, e pouquíssima chuva. Mas a altitude provê o arrefecimento que permite produzir vinhos com frescor. Já o Bío Bío tem o clima bem mais fresco e bem mais úmido, a ponto de muitas vezes não ser necessário irrigar.
13 de maio de 2018
Barón de Lajoyosa Gran Reserva 2005
Já escrevi diversas vezes a respeito da variedade Cariñena. Mais conhecida pelo nome em francês - Carignan - é muito cultivada no sul da França, sobretudo nos vinhedos da Provence e do Languedoc-Roussillon. Também tem feito sucesso no Chile, sobretudo no Vale do Maule.
Bem menos conhecida é a Denominación de Origen Cariñena. Ela se localiza na comunidade de Aragón, no centro-norte da Espanha. Com altitudes que variam de 400 a 800 metros sobre o nível do mar, tem um clima continental de altitude, com dias quentes e noites frescas, como a maior parte da Espanha. O diferencial é o vale do Rio Ebro, que corta Aragón, e desemboca no Mediterrâneo. Esse vale forma um 'corredor' que permite a entrada de correntes de ar mediterrâneas, que amenizam ligeiramente o clima continental, trazendo um pouco mais de umidade, e reduzindo os extremos de temperatura.
Bem menos conhecida é a Denominación de Origen Cariñena. Ela se localiza na comunidade de Aragón, no centro-norte da Espanha. Com altitudes que variam de 400 a 800 metros sobre o nível do mar, tem um clima continental de altitude, com dias quentes e noites frescas, como a maior parte da Espanha. O diferencial é o vale do Rio Ebro, que corta Aragón, e desemboca no Mediterrâneo. Esse vale forma um 'corredor' que permite a entrada de correntes de ar mediterrâneas, que amenizam ligeiramente o clima continental, trazendo um pouco mais de umidade, e reduzindo os extremos de temperatura.
7 de maio de 2018
Cuatro Gallos: pisco peruano disponível no Brasil
Em 2013, meu texto a respeito dos piscos peruanos causou a indignação de um leitor, que me aconselhou provar outras marcas. Nada mais justo, o problema é encontrar pisco peruano no Brasil. Quer dizer, era, pois finalmente encontrei deles no restaurante Lima Cocina Peruana, que descobri recentemente em Campinas (ele abriu em outubro de 2015, mas só este ano eu e Thais tomamos conhecimento, e fomos conhecê-lo).
O restaurante possui piscos da marca Cuatro Gallos, e de acordo com o atendente, trazidos por importação própria. A casa oferece 3 tipos diferentes: Quebranta, Italia e Acholado. Os dois primeiros se referem a variedades de uva; já o termo acholado é usado na indústria pisquera peruana para se referir destilados produzidos a partir de uma mescla de diferentes variedades. Como o nome me chamou atenção, foi o primeiro que provei.
O restaurante possui piscos da marca Cuatro Gallos, e de acordo com o atendente, trazidos por importação própria. A casa oferece 3 tipos diferentes: Quebranta, Italia e Acholado. Os dois primeiros se referem a variedades de uva; já o termo acholado é usado na indústria pisquera peruana para se referir destilados produzidos a partir de uma mescla de diferentes variedades. Como o nome me chamou atenção, foi o primeiro que provei.
4 de maio de 2018
Quinta de Gomariz Padeiro 2017
Todos os anos desde 2014, a rede Pão de Açúcar tem importado uma grande diversidade de Vinhos Verdes, que chegam durante a quaresma para abastecer a Semana Santa. Este ano, demorou, mas enfim chegaram.
24 de abril de 2018
Vinho Verde Tapada do Marquês Arinto
Todos os anos, com a Semana Santa aumenta a oferta de bacalhau e de Vinhos Verdes, uma parceria para o almoço da Sexta-Feira Santa bastante difundida no Brasil, principalmente entre os descendentes de portugueses. Eu sei, a Semana Santa já passou faz tempo... mas os Vinhos Verdes atrasaram este ano, e quase não chegaram a tempo para acompanhar o bacalhau. Somando isso à falta de tempo, só agora pude postar minhas impressões a respeito de alguns novos Vinhos Verdes que acabaram de chegar.
16 de abril de 2018
Mais um vinho chileno que foge do lugar-comum
Os vinhos chilenos são os mais importados do Brasil, e abarrotam as prateleiras dos supermercados com vinhos básicos, de qualidade constante; mas ao mesmo tempo sem personalidade, padronizados, aburridos. Normalmente se restringem a vinhos monovarietais, de Cabernet Sauvignon, Merlot, Carmenère, Syrah, Chardonnay ou Sauvignon Blanc; na grande maioria, são oriundos dos maiores produtores, e quase sempre das mesmas regiões do Vale Central: Maipo, Cachapoal ou Colchagua.
Mas o Chile produz muito mais do que isso: muitos sabores distintos, para todos os gostos. A 'expansão' da fronteira vinícola que vem ocorrendo desde o final do século passado nos tem trazido muitos vinhos interessantes, que fogem do estereótipo dos vinhos 'Coca-cola' do Vale Central. Eles têm sido direcionados principalmente ao mercado externo, e vários deles estão disponíveis nas nossas importadoras.
Mas o Chile produz muito mais do que isso: muitos sabores distintos, para todos os gostos. A 'expansão' da fronteira vinícola que vem ocorrendo desde o final do século passado nos tem trazido muitos vinhos interessantes, que fogem do estereótipo dos vinhos 'Coca-cola' do Vale Central. Eles têm sido direcionados principalmente ao mercado externo, e vários deles estão disponíveis nas nossas importadoras.
11 de abril de 2018
Villalobos Carignan Viñedo Silvestre 2014
Vinhas velhas de Carignan no Chile, que foram abandonadas no passado, mas têm sido resgatadas na última década, estão mais associadas ao Vale do Maule, como comprova o projeto Vigno. Mas o vinhedo silvestre de Enrique e Rita Villalobos são uma exceção à regra: plantado entre as décadas de 1940 e 1950, na zona costeira do Vale de Colchagua, o vinhedo passou 60 anos abandonado. Os 4 hectares de vinhas foram tomados pelo mato, e pela mata; e as videiras sobreviveram e cresceram sem intervenção humana, em meio à vegetação.
6 de abril de 2018
Bulgarian Heritage Mavrud Rosé 2016
Tenho um amigo que dificilmente gosta de vinhos rosés: pra ele elogiar um rosé, tem que ser mesmo muito bom. Mas de vez em quando, eu insisto em levar um. Outro dia, fizemos um churrasco à beira da piscina, e levei o Bulgarian Heritage Mavrud Rosé 2016, que recebi pelo clube de vinhos Winelands. E já no primeiro gole, meu amigo elogiou o vinho pra caramba. E eu não poderia deixar de concordar: é um belo rosé.
25 de março de 2018
Visita a Bodegas RE
No final de fevereiro, fui ao Chile de férias. O objetivo foi visitar a região de Puerto Varas e os lagos andinos; mas aproveitei para dar uma passadinha em uma vinícola. E ao escolher uma só vinícola, não poderia ser outra que não as Bodegas RE, cujos vinhos criativos, frescos e cheios de personalidade me conquistaram no ano passado.
A vinícola é o mais novo projeto de Pablo Morandé, um dos principais enólogos do Chile. Ele foi o pioneiro na produção de vinhos no Vale de Casablanca, hoje uma referência no Chile na produção de vinhos brancos. Na década de 1980, como enólogo da Concha y Toro, ele sugeriu a esta o investimento na região. A empresa não demonstrou interesse, então ele mesmo decidiu plantar os primeiros vinhedos, e formar a vinícola que leva seu nome, a Morandé. No início do século, ele vendeu sua parte na Viña Morandé, e criou o novo projeto familiar, as Bodegas RE, cujo nome remete a recriar, reinventar, revelar, renascer, reviver. Hoje, a condução da empresa está mais a cargo dos filhos, mas Don Pablo segue acompanhando.
A nova vinícola, como não podia deixar de ser, se localiza no vale de Casablanca. E nos vinhedos da região, eles cultivam principalmente variedades brancas - Sauvignon Blanc, Riesling, Gewürztraminer, Chardonnay e Pinot Gris - mas também Pinot Noir e Syrah, duas variedades tintas que se adaptam bem a climas mais frios. Além disso, a família possui vinhedos no Maule, onde cultivam outras variedades tintas, como Carignan, Garnacha, Cabernet Sauvignon, Cinsault, e também um pouco de Syrah.
19 de março de 2018
Hugo Casanova Chardonnay Reserva 2015
Numa dessas noites quentes dos últimos dias, resolvi abrir um vinho branco, para ajudar a refrescar. Queria um branco leve e fresco; mas por incrível que pareça, eu não tinha nenhum assim naquele momento (já tinha tomados todos ao longo do verão). O mais próximo me parecia ser o Hugo Casanova Chardonnay Reserva 2015 - apesar de que eu ainda não o conhecia - e resolvi abrir pra ver.
Pesou a seu favor o fato de ser do Maule. Este vale tem atraído bastante atenção recentemente pelos seus vinhos tintos, principalmente Carignans de vinhas velhas (como os do projeto Vigno). Mas eu ainda não conhecia nenhum Chardonnay de lá, e fiquei curioso.
Pesou a seu favor o fato de ser do Maule. Este vale tem atraído bastante atenção recentemente pelos seus vinhos tintos, principalmente Carignans de vinhas velhas (como os do projeto Vigno). Mas eu ainda não conhecia nenhum Chardonnay de lá, e fiquei curioso.
13 de março de 2018
Santo Wines Vinsanto 2010
Quem conhece um pouco de vinhos gregos sabe que a ilha de Santorini produz alguns dos melhores vinhos do país. Seus brancos, baseados na variedade Assytiko são de grande reputação entre os críticos de vinho em nível internacional. Mas a grande especialidade da ilha é o vinho doce, feito de uvas secas ao sol, chamado Vinsanto.
7 de março de 2018
Um vinho da Síria: Bargylus Blanc 2011
Imagina produzir vinho em um país parcialmente dominado pelo Estado Islâmico, e estraçalhado por uma guerra civil. Imagina os riscos em levar a cabo essa produção, as dificuldades em importar garrafas e rolhas, e depois retirar de lá os vinhos. Imagina o medo diário dos funcionários locais, com o risco de serem julgados e condenados por extremistas, ou mesmo de serem atingidos por balas ou morteiros 'perdidos'. Imagina coordenar essa produção a distância, radicado em Beirute, Líbano. Essa é a batalha cotidiana do Domaine de Bargylus, a única vinícola a produzir em escala comercial na Síria, que segue produzindo ano a ano, resistindo à guerra civil.
Mapa da Síria (Original: Commons Wikimedia) |
28 de fevereiro de 2018
Grande Vidure
Quem me conhece sabe que não sou fã da Carmenère. De todas as uvas da família (as Cabernets e Merlot), a Carmenère é a que mais tem gosto de pimentão. Eu ainda estou para provar um Carmenère que não tenha gosto de pimentão bem presente. Pode ser mais verde, mais vermelho, mais defumado, mas sempre está lá, o característico sabor da pirazina (o nome da substância que dá gosto ao pimentão).
21 de fevereiro de 2018
Cascina Adelaide Barbera D'Alba Superiore Vigna Preda 2007
Além da grande tradição e reputação, a região do Piemonte possui uma grande diversidade de vinhos. No entanto, às vezes a imensa fama dos Barolos e Barbarescos ofusca outros vinhos da região. Se focamos demais nessas classificações mais famosas, corremos o risco de desprezar e perder outros grandes vinhos que o Piemonte tem a oferecer. Eu tive essa sensação quando um amigo trouxe um 'puta' de um Barbera D'Alba para tomarmos. Tratava-se do Cascina Adelaide Barbera D'Alba Superiore Vigna Preda 2007.
19 de fevereiro de 2018
Victoria Geisse Extra Brut Vintage Rosé 2016
Um dos grandes problemas do vinho nacional é alcançar o cliente final. Normalmente, os melhores vinhos não estão facilmente disponíveis na maior parte do país. Isso vem mudando, graças ao acordo que pôs fim àquela exdrúxula tentativa de salvaguarda de 2012. Após ela, importadoras têm passado a distribuir vinhos nacionais junto ao seu portfólio. Um desses exemplos é a linha Victoria Geisse, produzida por um dos mais respeitados produtores nacionais - a Cave Geisse - e distribuída exclusivamente pela importadora Grand Cru.
12 de fevereiro de 2018
Via Diagonalis Selected Red 2009
Ruinas do castelo Castra Rubra (foto obtida do site da ONG Alliance for regional and civil initiatives, sediada na Bulgária) |
Quando vejo o nome de Michel Rolland por trás de um vinho, eu costumo torcer o nariz. Apesar de ser o enólogo mais influente do mundo, tem fama de produzir sempre vinhos pesados, sobremaduros, e sem originalidade. Eu mesmo já provei alguns vinhos de sua autoria (confesso que poucos), e não me convenceram. Mas o Fernando Zamboni, da Winelands, sabia que o Via Diagonalis Selected Red 2009 tinha a minha 'cara', e insistiu que eu o provasse, enviando-me uma garrafa. Ainda bem, pois ele me fez rever meu preconceito.
3 de fevereiro de 2018
História do vinho chileno
Nas duas últimas décadas, a indústria vinícola chilena tem se reinventado, gradualmente abandonando aquele estigma de produtor de vinho "Coca-Cola" - com produção industrial, de qualidade constante, mas tudo igual - para ser uma das indústrias mais dinâmicas das Américas. Boa parte das novidades que o Chile tem apresentado são na realidade um resgate do passado vinícola do país. Variedades como País, Carignan e Cinsault estão voltando à moda; assim como regiões como o Maule, Itata, e Biobío, que já foram o polo da produção nacional. Portanto, vale a pena conhecer a história do vinho chileno para entender o cenário atual.
27 de janeiro de 2018
Villa Francioni Chardonnay Lote II
De volta à casa após o recesso de fim de ano, a turma da Nossa Confraria não se aguentava de ansidedade de nos reunirmos novamente. Então, marcamos um jantar - mais uma vez no Restaurante D'Autore. Tomamos um monte de bons vinhos, mas o texto vem falar apenas de um, o Villa Francioni Chardonnay Lote II, levado por uma de nossas confreiras. Nem ela se lembrava onde e quando adquiriu ou ganhou aquela garrafa. Acontece que aquele branquinho já estava prestes a fazer 10 anos: uma informação bem discreta no contra-rótulo atesta que era da safra de 2008.
20 de janeiro de 2018
Viñedo de los Vientos Arneis/Chardonnay 2015
Conforme comentei no último texto do ano passado, a Wine fez uma série de promoções audaciosas em novembro, com algumas opções tentadoras. Uma delas foi a campanha "leve 6, pague 3", em que o vinho Viñedo de los Vientos Arneis/Chardonnay 2015 saiu por R$34 a garrafa. É uma barganha, pois este vinho certamente entrega muito mais do que isso.
14 de janeiro de 2018
Espumantes ingleses no Brasil
Nos últimos anos, muito temos lido a respeito do sucesso dos espumantes ingleses. Mas no Brasil, normalmente ficamos só na teoria, já que não encontramos deles por aqui, ainda. Mesmo quando estive de passeio pela Inglaterra, não foi fácil achá-los, e o preço era desencorajador. Mas no último mês de dezembro, pude participar de uma degustação de espumantes gabaritados da Inglaterra. Quem organizou foi Andréia Poldi, minha confreira no vinho, que após alguns anos trabalhando no ramo, percebeu a carência de eventos na cidade de Campinas, e por isso está começando uma nova empreitada, a Wine Soul Brasil, para oferecer cursos e eventos na cidade.
A degustação ocorreu no restaurante D'Autore, que possui um excelente espaço para receber eventos do tipo, e um delicioso cardápio, para jantar após a degustação. Nenhum dos vinhos está disponivel no Brasil: todos foram trazidos na mala de amigos e familiares da Andréia, para compor essa que foi provavelmente a primeira degustação de espumantes ingleses em solo brasileiro.
A degustação ocorreu no restaurante D'Autore, que possui um excelente espaço para receber eventos do tipo, e um delicioso cardápio, para jantar após a degustação. Nenhum dos vinhos está disponivel no Brasil: todos foram trazidos na mala de amigos e familiares da Andréia, para compor essa que foi provavelmente a primeira degustação de espumantes ingleses em solo brasileiro.
13 de janeiro de 2018
Bessa Valley Enira 2009
Em 2013, eu comentei en passant a respeito do Enira 2008, vinho produzido pela vinícola Bessa Valley, do Vale da Trácia, Bulgária. Eu guardei desde então um certo arrependimento por não lhe ter dedicado um texto exclusivo, pois ele certamente merecia. Dentre tantos bons tintos que provei da Bulgária esses anos, ele está entre aqueles que entregam muito mais do que custam.
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