Um espaço onde relato minhas experiências no mundo dos vinhos.
E eventualmente, também experiências relativas a outras bebidas.
24 de abril de 2018
Vinho Verde Tapada do Marquês Arinto
Todos os anos, com a Semana Santa aumenta a oferta de bacalhau e de Vinhos Verdes, uma parceria para o almoço da Sexta-Feira Santa bastante difundida no Brasil, principalmente entre os descendentes de portugueses. Eu sei, a Semana Santa já passou faz tempo... mas os Vinhos Verdes atrasaram este ano, e quase não chegaram a tempo para acompanhar o bacalhau. Somando isso à falta de tempo, só agora pude postar minhas impressões a respeito de alguns novos Vinhos Verdes que acabaram de chegar.
O primeiro que comprei este ano foi o Tapada do Marquês Arinto, de importação própria da Rede Oba. Ele é produzido pelas Caves Campelo, empresa estabelecida em 1951 na região dos Vinhos Verdes, e que até pouco tempo esteve relacionada a vinhos baratos, de baixa gama. Em 2007, foi adquirida pelos atuais proprietários, que investiram na modernização da adega, e aumento da qualidade dos vinhos. Não houve uma ruptura com o passado, e as marcas antigas continuam fazendo parte do portfólio. Por outro lado, foi criada uma nova marca - Tapada do Marquês - para representar a linha de vinhos de qualidade superior.
A Rede Oba importou dois rótulos monovarietais, o Loureiro e o Arinto, ambas variedades muito populares dos Vinhos Verdes. No fim de semana que antecedeu a Semana Santa, estavam oferecendo prova de ambos aos clientes. O Loureiro me pareceu muito básico, desinteressante. Já o Arinto, achei que valia a pena, e com o preço promocional de R$34,90, trouxe duas garrafas pra casa (o preço agora está R$44,90).
O Tapada do Marquês Arinto tinha cor amarelo-palha, de média intensidade, e aromas que refletiam ao mesmo tempo o frescor do Minho e uma boa maturação - algo que nem sempre é fácil atingir naquelas bandas. Trazia toques cítricos, quase florais, de limão siciliano, somados a pêra madura e nectarina. Na boca, tinha uma estrutura acima da média para Vinhos Verdes, comparável a um Alvarinho-Trajadura, com muito boa acidez, e quase nenhuma agulha (aquela sensação quase frisante dos Vinhos Verdes). Pois é, a agulha, que é uma marca registrada desses vinhos, não é bem vista pelos críticos, e por isso tende a ser muito discreta em exemplares com maiores pretensões.
Mesmo com uma agulha mais discreta, ele é fresco e gastronômico, como em geral são os Vinhos Verdes. A primeira garrafa acompanhou um filé de côngrio au beurre noisette, uma preparação em que o peixe é grelhado na manteiga, que vai caramelizando lentamente, e dá um delicioso aroma amendoado (ou de avelã, para ser fiel ao nome da técnica). O côngrio foi servido com puré de batatas com raspas de limão, e um creme de espinafres. A segunda garrafa foi embora com uma torta de camarão com tomates cereja assados e catupiry. Em ambos os casos, o vinho acompanhou de forma irrepreensível.
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