26 de maio de 2018

Gustave Lorentz Crémants d'Alsace

No mundo dos espumantes franceses, os Crémants são como uma alternativa aos Champagnes, de espumantes de alta qualidade, só que de custo mais em conta. Há Crémants em diversas regiões da França; todos são produzidos pelo método tradicional, como em Champagne, mas cada um tem sua tipicidade própria, em função da região de origem, e variedades de uva utilizadas.

Os Crémants d'Alsace estão entre os de maior reputação. Produzidos na região da Alsácia, na fronteira com a Alemanha, o clima frio, apenas um pouco mais quente que o de Champagne, torna a região muito adequada a vinhos brancos e espumantes. Os Crémants correspondem a 25% da produção vinícola da Alsácia; e em comparação com todos os espumantes da França, tem o segundo maior volume de vendas, atrás apenas de Champagne.

Quando vi os espumantes da Maison Gustave Lorentz a venda por R$99, fiquei tentado. A empresa, fundada em 1836, é uma das maiores vinícolas da região, e segue sob o controle da mesma família, desde a fundação. Além disso, seus vinhos são bem cotados pela crítica. A casa produz 2 espumantes, um branco e um rosé, ambos bruts. E de acordo com o e-commerce, ambos passam ao menos 30 meses de maturação com as borras. Cada um apareceu em mais de uma ocasião na Vinumday, e acabei comprando duas garrafas de cada.


O primeiro que comprei foi o branco: Gustave Lorentz Crémant d'Alsace Brut. Ele é produzido com Pinot Blanc, Chardonnay e Pinot Noir, um terço de cada; possui aproximadamente 10g/L de açúcar, e uma acidez de 8,4g/L. Eu abri duas garrafas com evolução nitidamente distintas. Não me atentei ao detalhe de verificar se as garrafas pertenciam a lotes distintos, pois as abri em ocasiões diferentes, e não esperava tamanha diferença na evolução.

Na primeira, a rolha mantinha toda sua elasticidade; e o espumante tinha perlage intenso, acidez pronunciada, e aromas frescos, com fruta fresca (pêra e limão) e um nítido mineral, lembrando giz. Já na segunda garrafa, a rolha quase não se expandiu; e a bebida tinha as características de um espumante evoluído: o perlage era um pouco menos intenso, e o aroma remetia muito à panificação, que acompanhava uma pera mais madura. A acidez era menor, e o amargor já aparecia um pouco, mas sem incomodar. Não era ruim; na realidade, o aroma estava excelente. Mesmo assim, fiquei ressabiado com tamanha diferença entre as duas garrafas.


O Gustave Lorentz Crémant d'Alsace Brut Rosé, por sua vez, é 100% Pinot Noir, uma regra da Alsácia para seus espumantes rosés. Possui um teor de açúcar um pouquinho maior - próximo de 12g/L, e acidez menor, de 6g/L. Eu só abri uma garrafa, por enquanto; e a rolha estava nova e elástica, indicando um espumante em toda sua jovialidade. Devido à sua composição, é mais encorpado, com acidez menos pronunciada, menos 'bruto' que a versão branca. Nos aromas, as frutas vermelhas predominam, acompanhadas de toques de panificação. Devido ao seu peso, acaba ficando melhor acompanhado de algo para comer, e foi muito bem com vieiras enroladas em presunto cru.


No geral, foram bons espumantes; mas não mostraram tudo aquilo eu esperava. Além disso, aquela garrafa evoluída me deixou uma impressão negativa. Talvez eu comprasse novamente, se os encontrasse em um preço menor, como por exemplo, lá na França.

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