No mês passado, fui surpreendido por um Viognier, produzido no norte do Chile, no Valle del Limarí (releia, aqui). E na minha viagem ao Chile, fui surpreendido por outro Viognier do Chile, mas produzido quase no extremo oposto, Valle del Bío Bío, no sul do Chile.
Os climas de ambas regiões do Chile não poderiam ser mais diferentes. No Limarí, muito sol, calor, e pouquíssima chuva. Mas a altitude provê o arrefecimento que permite produzir vinhos com frescor. Já o Bío Bío tem o clima bem mais fresco e bem mais úmido, a ponto de muitas vezes não ser necessário irrigar.
O vinho em questão é o Indómita Gran Reserva Viognier 2017, produzido pela Viña Indómita. A vinícola se localiza no Valle de Casablanca, onde os visitei e fiz a prova de vinhos. O único da prova que me chamou a atenção foi exatamente o Viognier, que é produzido com uvas trazidas lá do Bío Bío. Tanto que foi o único que comprei.
Para sua produção, as uvas passaram por uma pequena maceração pré-fermentativa de 4 horas, para depois seguir por fermentação alcoólica. Não passou por malolática, nem por madeira (um exemplo de que no Chile, o termo Gran Reserva não significa nada, e depende exclusivamente dos critérios do produtor).
Ele tem cor verdeal, o típico aroma da Viognier, com frutas de caroço maduras, aquele floral com notas de mel (o mesmo aroma das flores de amendoeira) com um fundo cítrico, corpo médio, alta acidez, e média persistência. Mais um belo exemplar de Viognier, que me faz pensar que é mais um nicho que poderia ser explorado pelo Chile.
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