Alguns restaurantes cobram taxas de rolha impeditivas: não costumamos frequentar esses lugares. Para nossa sorte, Campinas tem bons restaurantes com políticas bem amigáveis. Um caso legal é o do restaurante do Chef Theo Medeiros. Para uma garrafa, eles não cobram a "rolha". Para um casal levando uma garrafa, é perfeito. Acho até que eu e Thais aproveitamos pouco, pois fazia um tempo que não íamos lá. Mas em um sábado passado, Thais teve a idéia de almoçarmos lá. Fomos com intenção de frutos do mar, por isso, levei um Riesling da Alsácia que veio pela Winelands: Michel Fonné Riesling Tradition 2015.
Esse Riesling foi produzido por Michel Fonné, um Vigneron Independent, isto é, um pequeno vinhateiro que produz e engarrafa os próprios vinhos, o que é garantido e certificado por uma associação francesa existente desde 1976. Michel Fonné é natural da Alsácia, mas estudou enologia na Borgonha, e trabalhou em Champagne e nos Estados Unidos, antes de voltar à terra natal, em 1989, para assumir os vinhedos de seu tio. São 13 hectares, repartidos em 4 comunas diferentes da Alsácia, incluindo algumas parcelas grand cru, e cultivados com as 7 variedades autorizadas na Alsácia.
O Riesling Tradition é parte da linha básica do produtor, isto é, não vem de um grand cru. Ainda assim, são vinhedos de aproximadamente 35 anos, em que a colheita e a triagem são manuais, resultando em um Riesling mais maduro e frutado do que os semelhantes alemães. Ele tinha cor amarelo-palha com reflexos dourados, aroma intenso, com frutas de caroço, flor de amendoeira, casca de limão siciliano, melado, e um toque químico que tendia mais para cera do que para o petrolato normalmente associado à variedade. Na boca, corpo médio/alto, boa acidez, bom volume, álcool discreto, sabor intenso, e uma persistência adequada.
Nós começamos pedindo um croquete de pato com molho de laranja. Foi a primeira vez que pedimos essa entrada, e gostamos muito, bastante carne, quase nada de massa. Depois, as clássicas vieiras marinadas - é difícil irmos ao Chef Theo, e não pedirmos as vieiras. E de prato principal, pedimos polvo na brasa acompanhado de batatas galegas (assadas com páprica), aspargos frescos, e tomates e alho confitados. Eu, particularmente, abriria mão de uma batata em troca de uma cabeça inteira desse alho confitado. Fora isso, o prato é bom demais, muito saboroso, e com o polvo no ponto certo, muito macio.
Minha gula não me permitiu tirar uma foto legal, então peguei uma no Instagram |
Eu ainda não tinha pensando em Riesling com pato. Pelo menos com o croquete, foi muito bem. Também, a boa acidez faz o vinho gastronômico: acompanha uma grande variedade de comidas. Com frutos do mar, não há dúvidas, Riesling sempre vai bem, e esse não foi exceção.
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