O Porto Branco é um tipo menos comum de Vinho do Porto, também fortificado, que se diferencia dos Rubys e Tawnys por ser feito de uvas brancas. Ele pode ser mais jovem, frutado e de cor dourada, ou tão antigo, que se torna cada vez mais semelhante a um Tawny. Ainda mais raro são aqueles classificados como Seco e Extra-seco. Mas não se engane, essas expressões têm significados bem diferentes dentro do contexto de vinhos fortificados. Um Porto Branco Extra Seco pode conter até 40 g/L de açúcar, o que ainda exibe boa intensidade de doçura, mas é muito menos o que um Porto regular (que contém mais de 100 g/L).
Devido a suas características (licoroso e um certo teor de açúcar residual), ele vai bem com uma ampla variedade de queijos, e também com embutidos mais salgados, sempre por contraste. Também vai bem com castanhas, e fica delicioso com damascos secos, neste caso, por semelhança.
Há poucos exemplares disponíveis no Brasil, mas encontrei o Burmester Extra Dry White Porto a venda na Wine por R$54, e comprei uma garrafa para provar. Levei-o à festa de fim de ano da Nossa Confraria, exatamente para acompanhar queijos e embutidos de uma tábua de frios. O vinho estava com uma cor mais dourada do que outras fotos que vi na Internet; os aromas traziam flores, damasco, maçã vermelha e avelãs, demonstrando que já apresentava alguma evolução. Era encorpado, algo untuoso, com doçura perceptível mas longe de ser intensa, acidez média/baixa, e baixa persistência. Creio que o álcool estava equilibrado mais pelo açúcar residual do que pela acidez.
Minha impressão geral era que esse vinho já estava no fim da vida, e que foi elaborado para ter sido consumido mais jovem. Mas ainda estava agradável, e atendeu perfeitamente à minha proposta, harmonizando como nenhum outro com os frios, castanhas e o damasco. O vinho se esgotou na Wine, e espero que volte a ser oferecido no ano que vem; ocasião em que - imagino - estará mais fresco.
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