Imagem retirada do site do produtor |
Não se trata de uma "anti-musa" de um romance de Machado de Assis. Joséphine é o nome do modelo da garrafa utilizada nos vinhos da J.P. Chenet. Tem um formato inusitado, que foi desenhado para simular as imperfeições das garrafas produzidas artesanalmente. Mas não há nada de artesanal nessa empresa, que com suas milhões de garrafas vendidas anualmente (2 por segundo), é o maior exportador de vinhos da França.
A garrafa chama a atenção, mas a marca não chegou a um dos maiores volumes de exportação da França só por isso. A empresa se dedicou desde o início a produzir vinhos de baixo risco, macios, frutados, fáceis, com o sabor que o povo quer. Escolheu uvas provenientes de regiões como Pays D'Oc e Gasconha, menos badaladas e com clima mais confiável, fonte de matéria-prima mais barata. E direcionou os esforços de venda para a exportação.
Hoje, têm uma ampla gama de produtos, na maioria de vinhos frutados, incluindo alguns suaves, além dos espumantes Ice (versões demi-secs, feitas para serem consumidas com pedras de gelo). Além disso, também possuem uma linha Réserve, a partir de lotes temperados com madeira.
Ganhei de presente uma garrafa do J.P. Chenet Réserve Merlot-Cabernet 2015, um desses vinhos de categoria superior. Tal como os olhos de Eugênia, o vinho tinha cor intensa, mas rubi, não preta. O aroma era frutas maduras e especiarias doces, direto e sem rodeios. Já o corpo talvez encontre melhor paralelo na primeira paixão do póstumo autor, Marcela (ou pelo menos tal como eu a projeto em meu imaginário): voluptuoso (corpo médio+), taninos bem aparentes, porém redondos e macios, média acidez oculta por uma falsa doçura, e não muito persistente.
Adoro a uva pinot noir - é incomparável.
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