5 de maio de 2019

Benedito Beef Wellington

Já fazia um tempinho que a Thais falava que queria ir ao Benedito. Trata-se de um restaurante estilo bistrô, localizado no Cambuí. Finalmente calhou de marcarmos com uns amigos, de almoçarmos lá num domingo.

Olhando o cardápio no site, quando bati o olho no Beef Wellington, não tive duvida de qual prato iria pedir; e também, qual vinho iria levar, para acompanhar o prato. Levei o Moulins de Citran 2006, um vinho de Bordeaux (AOC Haut-Médoc), que havia comprado havia já uns meses, no Sonoma.


Este é o segundo vinho do Chateau Citran, uma propriedade fundada no Século XIII, em Haut-Médoc. Hoje, a propriedade possui uma área total de 410ha, com 90ha de vinhedos, e já trocou de mãos algumas vezes, durante o Século XX. Desde 1996, está nas mãos do proprietário atual, e ganhou a classificação de Cru Bourgeois, e de patrimônio histórico.

O Château produz apenas 2 vinhos, ambos tintos. Todas as uvas são colhidas a mão, com dupla triagem. A fermentação tradicional é seguida de estágio de 15 meses em barricas, sendo 1/3 novas, com soutirage a cada 3 meses: ou seja, a cada 3 meses, eles fazem a trasfega de um barril a outro, eliminando a parte mais turva, que se deposita no fundo.


A propriedade, tal como é o padrão da 'margem esquerda' de Bordeaux, tem ligeiro predomínio de Cabernet Sauvignon (58% dos vinhedos); no entanto, no corte costuma predominar a Merlot. No Moulins de Citran 2006, o vinho foi composto de 58% Merlot, e 42% Cabernet Sauvignon.

Eu ainda nem tinha provado nenhuma garrafa, mas alguns amigos, que também compraram dele, já tinham me passado as impressões. Como é possível inferir pela safra, já com 13 anos, ele mostrava um caráter evoluído que iria casar perfeitamente com o sabor do Beef Wellington.


A cor rubi apresentava reflexos granada, e pequeno halo aquoso. O aroma, de média intensidade, era austero, com tabaco, café, chá, cogumelos e grafite, escoltados por uma fruta negra madura (mirtilos) sem excessos, e um leve toque de ameixas secas. Uma leve páprica (pirazina) apareceu de leve no início, e logo se dissipou. Na boca, tinha corpo médio, acidez média/alta, taninos presentes e elegantes, álcool bem integrado, final de média duração.

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