Apesar do predomínio da religião muçulmana, o Líbano tem uma tradição na produção de vinhos de mais de 150 anos - ininterruptos, apesar da guerra civil entre 1975 e 1990, e dos conflitos com a vizinha Israel. Em 1857, monges jesuítas fundaram a primeira vinícola (Château Ksara), com videiras da variedade Cinsault, trazidas da colônia francesa da Argélia.
Desde o início a indústria vinícola se centrou no Vale do Bekaa. O Vale está encrustado entre duas cordilheiras (Monte Líbano e Antilíbano), que correm paralelas ao litoral. As montanhas fornecem abrigo de influências marítimas, garantindo ao vale um clima continental. A altitude base de 1000 metros sobre o nível do mar garante importante amplitude térmica entre o dia e a noite 0 que compensa a baixa latitude (33°N). E além de proteger contra influências mediterrâneas, as duas cadeiras de montanha proveem grande quantidade de água, na forma de degelo, que garante ao vale um clima muito propício para produção de diversas frutas, inclusive uvas.
A influência francesa na vinicultura, se intensificou no período entre guerras (1918-1945), em que o país foi colonizado pela França. Neste período, imigrantes franceses fundaram novos châteaux no Vale do Bekaa, plantaram mais variedades francesas, principalmente do sul do Rhône - Cinsault, Carignan, Grenache, Syrah - além das internacionais Cabernet Sauvignon e Merlot. Além das vinícolas e das variedades de uva, até a associação nacional de produtores tem nome francês: Union Vinicole du Liban.
Um espaço onde relato minhas experiências no mundo dos vinhos.
E eventualmente, também experiências relativas a outras bebidas.
26 de junho de 2019
11 de junho de 2019
Grappa di Sassicaia
Bagaceira em Portugal, marc na França, orujo na Espanha, grappa na Itália... cada país europeu com tradição vinícola tem a sua versão de destilado de bagaço das uvas - o material sólido, descartado na produção do vinho. Foi uma forma, em épocas de escassez, de aproveitar ao máximo o que a natureza oferecia.
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