Em maio, conheci meu primeiro vinho de Montenegro (releia aqui). E logo depois, já conheci o segundo. Ambos da mesma vinícola (Plantaže), importados pela Winelands.
Este segundo vinho foi o Plantaže Crnogorski Krstač 2017, um branco feito de uma variedade autóctone chamada Krstač (pronuncia-se 'Ker-statch', com o 'e' mudo). Rara, é cultivada apenas na Sérvia e em Montenegro, e a Plantaže é a única vinícola a fazer um monovarietal com ela. De acordo com as descrições encontradas, ela gera vinhos de baixo teor alcoólico, normalmente leves, com aromas de frutas de polpa branca e florais.
Mas este vinho entregou mais do que isso. Talvez devido à safra, e também devido à vinificação, o vinho tinha mais corpo e complexidade, mesmo sem ter estágio em madeira.
Para começar, o ano de 2017 teve um clima muito favorável (um dos melhores da história da empresa, segundo a ficha técnica), com um verão mais longo e mais quente. Eles aproveitaram para deixar as uvas sobremadurarem no pé, até começarem a murchar. Depois, na vinificação, eles coibiram a fermentação malolática e deixaram o vinho 10 meses com borras finas (em inox).
A sobrematuração ajudou a concentrar as uvas, resultando em um vinho com mais corpo, e a aumentar um nível maior de maturação fenólica, que resulta em aromas de frutas mais maduras. Há o risco de perda de acidez, mas isso foi compensado evitando-se a malolática. Já o estágio com borras finas permitiu que estas fossem se dissolvendo no líquido, e lhe dessem ainda mais "gordura".
O Plantaže Crnogorski Krstač 2017 tinha cor dourada, de intensidade média/alta, e aromas de chá verde, ervas frescas, além de frutas exóticas, como a carambola. O corpo, a acidez e sua intensidade eram todos médio+, enquanto o final era médio. Um vinho de sabor peculiar, bem interessante.
Peculiar e interessante, é isso que gosto nos meus vinhos. Vou pôr esse no radar, já que voltei ao clube da Winelands recentemente. Estava com saudade dos vinhos diferentões, hehehehe.
ResponderExcluirE esses dias atrás provei meu primeiro vinho bósnio, talvez eu escreva sobre ele, vamos ver!