22 de agosto de 2020

Plantaže Crnogorski Krstač 2017

Em maio, conheci meu primeiro vinho de Montenegro (releia aqui). E logo depois, já conheci o segundo. Ambos da mesma vinícola (Plantaže), importados pela Winelands.

Este segundo vinho foi o Plantaže Crnogorski Krstač 2017, um branco feito de uma variedade autóctone chamada Krstač (pronuncia-se 'Ker-statch', com o 'e' mudo). Rara, é cultivada apenas na Sérvia e em Montenegro, e a Plantaže é a única vinícola a fazer um monovarietal com ela. De acordo com as descrições encontradas, ela gera vinhos de baixo teor alcoólico, normalmente leves, com aromas de frutas de polpa branca e florais.

Mas este vinho entregou mais do que isso. Talvez devido à safra, e também devido à vinificação, o vinho tinha mais corpo e complexidade, mesmo sem ter estágio em madeira.


Para começar, o ano de 2017 teve um clima muito favorável (um dos melhores da história da empresa, segundo a ficha técnica), com um verão mais longo e mais quente. Eles aproveitaram para deixar as uvas sobremadurarem no pé, até começarem a murchar. Depois, na vinificação, eles coibiram a fermentação malolática e deixaram o vinho 10 meses com borras finas (em inox).

A sobrematuração ajudou a concentrar as uvas, resultando em um vinho com mais corpo, e a aumentar um nível maior de maturação fenólica, que resulta em aromas de frutas mais maduras. Há o risco de perda de acidez, mas isso foi compensado evitando-se a malolática. Já o estágio com borras finas permitiu que estas fossem se dissolvendo no líquido, e lhe dessem ainda mais "gordura".

O Plantaže Crnogorski Krstač 2017 tinha cor dourada, de intensidade média/alta, e aromas de chá verde, ervas frescas, além de frutas exóticas, como a carambola. O corpo, a acidez e sua intensidade eram todos médio+, enquanto o final era médio. Um vinho de sabor peculiar, bem interessante.

Um comentário:

  1. Peculiar e interessante, é isso que gosto nos meus vinhos. Vou pôr esse no radar, já que voltei ao clube da Winelands recentemente. Estava com saudade dos vinhos diferentões, hehehehe.

    E esses dias atrás provei meu primeiro vinho bósnio, talvez eu escreva sobre ele, vamos ver!

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