Portugal produz uma vasta gama de espumantes, com uma infinidade de castas diferentes. Mas se tem uma que se destaca em qualidade neste estilo é a Baga. Esta variedade, mais conhecida pelos tintos tânicos da Bairrada, tem o que precisa para produzir grandes espumantes. Não à toa, a Bairrada é hoje a referência nacional neste estilo.
O espumante Conde de Cantanhede Blanc de Noirs Bruto é de uma gama média/baixa da Adega de Cantanhede, de preço acessível (beira os 10€), mas sem arestas, e melhor que muito espumante mais caro. É produzido com mosto-flor de Baga (resultado da decantação estática das uvas), com segunda fermentação em garrafa, e permanência em autólise por pelo menos 12 meses. É bruto, mas bem poderia ter sido classificado como extra-bruto, pois tem meros 5g/L de açúcar. Ele é classificado como IGP Beira Atlântico (região vinícola onde se localiza a Bairrada).
Sua cor é de um cobre com um leve reflexo salmão, mostrando que ao menos um pouquinho da cor das uvas acabou escorrendo para o mosto. Seu perlage é adequadamente fino, e seu aroma traz notas de calda de morango, mel e massa de pão fresca. Na boca, traz um bom equilíbrio entre volume e frescura - a acidez da Baga é fundamental - sem amargor, sem doçura perceptível, mas o suficiente para evitar o excesso de austeridade.
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